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Oi, mais um capítulo pra vocês!
A gente ta bem pertinho do fim, mas se vocês quiserem alongar mais um pouquinho a fic, é só me darem sugestões do que vocês ainda querem ver ❤️

—•—•—•—


— Sabe qual a parte mais engraçada disso tudo, Amelie? — ele me pergunta risonho.

Estamos no jardim. Aproveitamos que nenhum aluno está permitido a vir aqui fora para passarmos um tempo aqui. Eu estou deitada na grama, com a mão levantada, observando o sol passar pelos meus dedos. Lupin está de pé, escorado numa árvore, de braços cruzados.

— Qual?

— Você vai quebrar meu coração. — ele responde. O tom não é triste. Ele até ri, na verdade.

Não sei porquê ele disse isso, mas eu rio também. Tudo com ele é sempre tão leve, eu poderia rir de qualquer coisa...

— Você me lembra o tipo de garotas que eu gostava na adolescência; engraçadas, bonitas, curiosas. Sobretudo, inteligentes. — ele diz — Nunca fiquei com nenhuma das garotas que eu gostava. Porque todas elas se interessava pelo tipo de garotos que eu também gostava; arruaceiros, charmosos e sutilmente arrogantes.

Me apoio nos cotovelos e sorrio. Parece que acabei de descobrir algo sobre ele quase ninguém mais deve saber.

Não consigo fazer nada que não seja olhar pra ele e sorrir. Ele parece muito mais alto daqui. Desvia os olhos de mim por um momento e olha pro lago.

Só agora que eu percebo: Estamos quase na metade da primavera. O ano letivo está acabando. Eu não vou estar aqui ano que vem.

Acho que é isso que ele quis dizer com "Eu vou quebrar o coração dele".

— Ah, consegui uma coisa pra você. — ele se lembra, de repente — Consegui um horário pra você no ministério. Pra apresentar minha pesquisa.

Me levanto de uma vez, num susto, e fico meio-sentada meio-de joelhos, encarando ele como se eu não estivesse acreditando no que ele disse;

— O quê?! — eu grito — Mas não está pronta!

— Calma, você ainda vai ter algum tempo pra se preparar. E eu acho tudo que o que vocês tem até agora já é brilhante. O suficiente pra convencer eles que sua pesquisa merece ser financiada pelo ministério.

— Mas... meio que eu não preciso que financiem a pesquisa...

— Ah, é verdade, eu esqueci que você é uma menina rica — ele me diz rindo — Mas não é só sobre dinheiro. É sobre validação científica e apoio institucional. Se você já fez tanta coisa incrível com a biblioteca de Hogwarts, imagine o que pode conseguir tendo acesso a todos os documentos e arquivos do ministério da magia...

Me deito de volta na grama, meio desesperada. A proposta é tentadora, mas eu me sinto ansiosa e pronta pra me autosabotar.

— Não acho que a pesquisa está boa o suficiente... — murmuro pra ele.

Eu acho que está ótima. E se você discordar de mim, vou me sentir ofendido.

Fecho os olhos e suspiro. Acho que senti um formiga passando pelo meu pé. Estou quase convencida a aceitar isso. Porque eu não gostaria de decepcionar ele, e nem gostaria de me decepcionar.

— Você me ajuda a me preparar, então? — pergunto a ele. Não há malícia dessa vez, embora da maioria das vezes que eu disse frases parecidas com essa, havia sim.

— Ajudo — escuto ele arquejar enquanto se afasta da árvore — Com o que você precisar... Agora eu preciso voltar pro castelo, tenho uma aula pra dar. Você vai ficar aí?

— Vou — respondo baixinho, me afundando ainda mais na grama — Acho que vou.

— Fique com a varinha na mão, e cuidado com os dementadores. Vejo você mais tarde.

Escuto os passos dele enquanto ele caminha. É lento, mas logo não escuto mais nada e sei que ele não está mais aqui.

Eu estou meio feliz, sabe? Por mais que um pouco receosa, estou feliz. Acho que de todas as coisas que todas as pessoas já fizeram por mim, essa foi uma das mais significativas.

Essa pesquisa se tornou a coisa mais importante que eu tenho. Que eu fiz. Sozinha. E saber que ele se importa com isso o suficiente pra me dar certos impulsos me deixa feliz demais.

Ainda bem que ninguém está aqui fora pra me ver deitada na grama com um sorriso bobo de orelha a orelha.

Eu fico aqui mais um pouco. E o pouco logo parece muito.

Vejo o céu começar a escurecer, e aí eu começo a sentir que a grama está ficando úmida. Eu acho engraçado isso, da primavera, tudo sempre parece molhado de noite. É melhor que eu volte pra dentro do castelo ou vai ficar escuro demais aqui.

Levanto do chão e eu devo estar toda suja de grama nos cabelos. Ainda bem que não tem ninguém pra ver isso — só o cachorro que apareceu aqui agora. É meio grande, preto e com o pelo meio sujo e mal cuidado. Eu definitivamente não vou ficar aqui pra fazer carinho nele, mas tudo bem, vou dizer oi;

— Ei, cachorrinho... — eu aceno, segurando a varinha na mão direita.

O cachorro rosna. Ah, puta merda, o cachorro é selvagem. É melhor eu sair daqui logo e evitar de pegar qualquer pulga ou coisa pior.

Mas aí parece que todos os meus piores pesadelos-mais-recentes acabaram de se concretizar, porque esse cachorro idiota acabou de avançar em mim e morder a minha mão!

Que cachorro filho da puta! — eu grito pro nada, porquê no momento que eu concentro em segurar a minha mão (que agora tem uma
mordida e sangue), o cachorro saiu correndo.

E, pior, roubou minha varinha!

Que tipo de cachorro rouba varinhas?!

Eu grito e esperneio aqui, irritada porque minha mão está doendo, sangrando, mordida, e eu ainda fui roubada. POR UM CACHORRO!

Volto correndo pro castelo, por dois motivos; Porque minha mão está doendo. E porque, se algum dementador me atacar, eu vou estar sem a varinha.

Estou parecendo uma idiota, chorando de dor pelo meio dos corredores, e tenho certeza que todos os alunos que me viram também acham a mesma coisa. A última coisa que me aconteceu algo parecido foi quando quebrei o pulso numa partida de quadribol. Quando eu tinha 13 anos.

Eu sei que eu deveria procurar a Madame Pomfrey pra cuidar do meu machucado. Mas eu também sei que a Madame Pomfrey não vai me oferecer chocolate, me fazer carinho no rosto e depois me dar alguns beijinhos. Lupin vai fazer isso!

Ainda estou soluçando o resto de um choro feio e desesperado quando chego batendo na porta do quarto dele. Ele abre a porta e me olha num susto, tentando, provavelmente, entender o que está acontecendo.

— Ei — eu choramingo, rindo e soluçando ao mesmo tempo — Você pode me ajudar?

Mr Moony's New Assistant - Remo Lupin Onde histórias criam vida. Descubra agora