𝕍𝕀𝕀

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Taehyung

𝕾eus olhos são como joias, em um azul cinza, com filetes coloridos e encantadores, ainda mais avantajados com a luz do sol. O olhar é frio e premeditado, me lê com calma, porém carrega sua modéstia em cada ponto de seu brilho tentador.

O rosto é fino, traços delicados apesar da boca mais carnuda, colorida em um rosa claro, tal como os olhos em uma maquiagem brilhosa, porém clássica.

O cabelo lhe molda a face perfeitamente, cuidadosamente ondulado, e longo até a cintura. Em um tom que não é nem cinza como os de Diamante, e nem loiro como os de Âmbar. Tem a própria cor natural, que se perde entre as duas colorações, porém ainda em um tom frio.

É quase platinado, mas tem seu toque acinzentado, que destaca ainda mais sua palidez, encoberta pela roupa militar.

Uma calça azul safira, colada ao corpo em um tecido que deixa reflexos, e uma blusa, encrostada de safiras também, que lhe deixam o ombro a mostra, em um decote reto. E a capa no mesmo tom, que lhe cai perfeitamente nas costas, e que também não cobre os ombros. No pé, uma bota escura a cobre até a canela.

Um traje militar e elegante. Perfeito para matar alguém e causar uma boa impressão ao mesmo tempo.

Na minha frente, está a mulher mais bonita que eu já vi.

A pessoa mais bonita.

E a mais perigosa.

Não importa o quão delicada ela pareça ser, o quão seu rosto pareça com o de uma boneca ou o quanto seu corpo pareça frágil.

Tudo nela é um convite silencioso, um mortal convite silencioso.

Mesmo agora, com seus olhos encaixados nos meus, conversando silenciosamente, em uma batalha voraz, e com a espada disferida em meu peito, com a ponta quase alcançando a minha carne, e com todos os lembretes que fiz em minha cabeça... Essa mulher parece ainda mais mortal do que estava guardado em mim.

E o corpo desfalecido no chão do meu Comissário prova isso.

- Espero não ter atrapalhado sua diversão – fitei o corpo do Comissário, vendo a garganta rasgada jorrar sangue.

- Matar um homem sem escrúpulos como ele não é diversão alguma - sua voz perfurou-me diretamente os tímpanos.

O vento passou mais forte, soprando os fios claros de sua face suave, e então os seus olhos, inexpressivos como uma rocha, brilhantes como um precioso cristal, fitaram ainda mais profundamente, e eu senti, aquele fio pulsar dentro de mim.

A habilidade de Marco é se teletransportar, um homem com a idade e experiência dele já é perito e tem um autocontrole impecável. Se ela o matou com tanta facilidade assim, e antes de ele conseguir mudar de lugar, ou foi porque o pegou em um momento perfeito, ou porque foi mais rápida até do que seu teletransporte, ma se tratando dela, foi provavelmente as duas coisas.

Perspicaz e astuta, não esperava menos dela.

- Devo adicionar a morte do meu Comissário a sua pena, e fazê-la ficar aqui 151 dias? – os olhos claros nãos desviaram dos meus, e a espada ainda continuou intacta, ainda nas extremidades da minha pele.

Um movimento seu e eu estaria morto.

- Devo adicionar a sua morte e ficar 152? – o tom soou ríspido - Não seja hipócrita Imperador, sabe melhor do que ninguém que mandou esse homem para morrer - A espada ergueu-se mais, indo até a minha garganta – Conheço o jogo que está jogando, Imperador, e eu me recuso a ser uma de suas peças.

Selena está certa.

Desde que pisou nas terras de Safira Marco foi mandando para morrer. Um homem que em breve faria uma rebelião contra mim, e armaria contra as minhas costas.

𝐀𝐟𝐫𝐨𝐝𝐢𝐭𝐞 • 𝐊𝐢𝐦 𝐓𝐚𝐞𝐡𝐲𝐮𝐧𝐠 Onde histórias criam vida. Descubra agora