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𝒪 meu sangue ferveu, e eu me sentia novamente no campo de guerra.

Não consegui contar quantos deles vieram na minha direção, mas a conta começou a diminuir a partir do momento em que me esquivei para seu meio, e comecei a cortar suas gargantas, a parte mais vulnerável que a armadura deixava.

As feras rugiram. A que estava debaixo do lustre forçava a se levantar, e a outra corria em minha direção.

Vi os olhos dos soldados se arregalarem, ao ver uma das Sete Feixes bem no salão real.

Então o povo de Diamante também anda sendo enganado.

- O Anjo trouxe feras com ela! - alguém gritou, com a voz latejante em medo.

Mas é claro que sobraria para mim.

Golpeei mais dois nos olhos, sem os capacetes, provavelmente estavam com pressa demais para colocar.

Me enrolei no corpo de um, o maior deles, e o usei para jogar contra o resto dos soldados, assim os paralisando por alguns segundos.

Desviei de três espadas que foram jogadas em minha direção, usando uma delas, de granito puro, para penetrar a armadura de um dos soldados.

Os passos firmes da fera começaram a ecoar, vindo mais rápido e feroz do que antes, pronta para dar o bote final.

Desviei-me da direção dela, usando o corpo de um soldado - o qual quebrei o pescoço no processo - para passar para a esquerda.

Só o peso e corpo lastimoso do monstro fizeram um estrago gigante em três deles, que não se mexiam mais.

E então ela começou os devorar, a buscar por toda a mana que eles poderiam oferecer.

Ela estava matando o inimigo, isso é bom. Mas também estava ficando mais forte com isso.

Alguém me agarrou pelo pescoço, uma chave de braço bruta, que me puxou com tudo para trás.

- Você vai pagar... Por tudo que fez a esta cidade naquele dia! - a voz masculina urrou no meu ouvido - E serei eu que cobrarei isso!

Ok, isso doeria.

Acertei a armadura, a parte esquerda do abdômen com meu cotovelo, com o máximo de força que o momento permitia.

Senti o osso se fragmentar por um inteiro dentro do meu braço, e mordi a língua contendo a dor.

O homem soltou meu pescoço, irradiado com a dor do metal da própria armadura o furando a pele.

Deixei meu braço ereto, sentindo meu osso ser colocado no lugar, e aos poucos, as partes fragmentadas voltarem a seus pontos naturais.

- Homens mortos - me virei para ele, com a sua própria espada em mãos - Não cobram nada.

Enfiei a espada no buraco recém-feito da armadura.

O lustre foi partido ao meio. Chamando não só a minha atenção, como a dos soldados restantes, e Henry e Noelle, que até agora tinham virado duas engrenagens.

A fera levantou, com o rosto queimado das chamas de Noelle, o corpo chamuscado em vários machucados. Porém, alimentada por algo maior que sua sede por sangue.

Raiva e ira brilharam nos seus olhos escaldantes.

A outra fera terminou de partir um homem ao meio, e conectou seus olhos com a colega, nada amigável.

- Selena! - Noelle gritou, apontando para trás de mim.

Por questão de segundos, quase perdi minha cabeça.

𝐀𝐟𝐫𝐨𝐝𝐢𝐭𝐞 • 𝐊𝐢𝐦 𝐓𝐚𝐞𝐡𝐲𝐮𝐧𝐠 Onde histórias criam vida. Descubra agora