𝐀𝐟𝐫𝐨𝐝𝐢𝐭𝐞 • 𝐊𝐢𝐦 𝐓𝐚𝐞𝐡𝐲𝐮𝐧𝐠

𝕀𝕀𝕀

𝐏𝐚𝐥𝐚́𝐜𝐢𝐨 𝐝𝐞 𝐑𝐮𝐛𝐢
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𝔗𝔯𝔢̂𝔰 𝔖𝔢𝔪𝔞𝔫𝔞𝔰 𝔇𝔢𝔭𝔬𝔦𝔰 𝔡𝔞 𝔣𝔩𝔬𝔯𝔢𝔰𝔱𝔞.

Taehyung

𝓔u não quero me esquivar daquilo que eu sou.

Fazer algo assim parece o pior tipo de traição, e para a pior pessoa. Eu mesmo.

Mas parece inevitável se desviar do que você é, quando o seu verdadeiro eu não presta.

Mas por mais que eu tentasse, talvez não conseguisse fugir de mim.

Bem, ao menos hipocrisia não entrará na minha lista de defeitos.

Ao menos.

Segurei com força o pincel, apertando bem o cabo de madeira quando contornei a expressão modesta do rosto que eu imaginava ser o dela. Trazendo uma aperfeiçoada aos traços anteriores.

A paisagem mais fria, culpa do inverno, me traz uma estranha inspiração para expressar a pintura dela sobre a tela. De alguma maneira, sinto que essa mulher é tão fria e impacta quanto o inverno.

Talvez mais do que ele.

Sinto uma mana flamejante começar a passar pelos corredores do palácio, e antes mesmo que Dylan empurre a porta do jardim abruptamente, já sei que é ele.

- Aquela mulher é impossível! – o grito esvoaçante, trilhado em raiva me faz afastar o pincel da tela – Antes mesmo dessa leva de soldados passarem das margens da floresta, já estavam todos mortos – cerrei os olhos, encarando categoricamente o cabelo que desenhei para ela, antes de quebrar o capo do pincel em um aperto – Mesmo com as armaduras encantadas, foi impossível.

Há três semanas, mando levas e levas de soldados para o lado da floresta localizado em Safira, pagando cristais para que todos passem pelas cinco muralhas que nos separam, mas nunca, os pagando para que voltem. Porque nenhum deles nunca volta.

Eu já sabia que aquele Imperador tomaria medidas para me afastar de sua parte da floresta, e quando escutei sobre a visita de Jade a Safira, imaginei que ele colocaria os solados de Jade para ficar a postos na floresta, não querendo fazer baixas em seu exército.

Mas confesso que a surpresa foi grande quando na primeira semana, um comissário chegou com a noticia de que meus soldados tinham sido dizimados.

Os soldados de Jade são fortes, mas não tão fortes ao ponto de derrotar o dobro de seu número.

E então na segunda semana mandei mais soldados, dessa vez com espadas encantadas. E todos foram dizimados novamente.

Tirando o sobrevivente que foi deixado vivo para me trazer a notícia de minha derrota.

E então eu soube que não era Jade que esperava as espreitas na floresta.

E sim ela.

Selena, o anjo que levou Afrodite á vitória da guerra.

O Anjo da Guerra.

E então encantei suas armaduras e não suas espadas. Para que ao invés de se defenderam, pudessem se proteger.

Mas parece que foi mais inútil ainda.

- Parece que perdemos então – joguei os frangalhos do pincel quebrado no chão, sentindo a brisa do inverno tocar-me a pele quando recolhi outro pincel para continuar o que eu estava fazendo.