𝕏𝕃𝕍𝕀𝕀𝕀

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𝓐 porta selada a magia proibida é simplesmente arrebentada, jogada pelos ares e feita em pedacinhos.

Os olhos de Johan se arregalam ao encarar o grande buraco feito na entrada, incrédulo por sua passagem ter sido violada.

O peso da espada em sua mão parece sumir, quando ele encara aquela silhueta passando pela onda de poeira e fumaça, seus ossos rangem ao sentir o impacto daquele áurea destruidora e mortal se aconchegando em todo o cômodo destruído.

A escuridão é aplacada por toda a onda de poder e energia que parece emanar de si, a cada novo passo seu rosto e corpo é revelado, toda a destruição e perdição que emana de si é revelado.

E então um tilintar vem à cabeça do Imperador, uma memória brusca e cruel de quem ele deixou do lado de fora.

Aquela que devastou sua nação no passado.

Aquela que venceu na guerra pelo risco da própria vida.

Aquela que é linda, mas mortal como o desabrochar de uma nova morte.

Porque é isso que ela sempre significou, é isso que ela sempre causou aonde passou, morte, a mais pura e exime morte.

Como ele havia se esquecido dela?

Como ele havia se esquecido justo dela?

O rosto insaciável de Selena é iluminado pelas chamas vindo do recém destruído trono, a beleza se mistura a áurea mortal e ao brilho da sagacidade nos olhos desenhados de combustão e fúria.

E quando ela olhou para ele, quando ela olhou para tudo o que ele tinha feito, quando ela sorriu para ele... Naquele momento Johan soube porque os Desolados temeram tanto a aquela nome.

Porque todos temeram tanto ao Anjo da Guerra.

Ao maldito, belo e mortal Anjo da Guerra.

- Não importa quantos pactos você tenha com os deuses... - uma lâmina límpida se iluminou em sua mão, a espada desenhada ao ódio e lamúria dos ferreiros em Safira, a espada que um dia ela cravou no último Desolado no dia daquela mortal guerra, a espada que ela agora apontaria para ele - Nem mesmo o pior dos demônios pode te salvar agora.

E ela era o pior dos demônios.

Johan não sabe quando, mesmo os olhos treinados não conseguiram ver e contemplar a magnitude da vida, a única coisa que ele sentiu foi a dor que o estraçalhou de dentro para fora, como se vários espinhos fossem colocados no seu corpo.

Selena o lançou para longe, com tamanha força bruta que ele duvidará da própria existência da gravidade.

Ele não precisou piscar para ter novamente sua imagem em seu campo de visão, o rosto cheio de ódio desenhado, os olhos furiosos enquanto o fitam com o brilho vil da vingança e sagacidade, enquanto o soca, com tanta força e com tanta velocidade que ele ao menos podia raciocinar o lugar o qual os golpes eram desferidos.

Algo quebrou dentro de Johan, naquele momento algo quebrou bem além do que seu corpo ou carne poderiam justificar. Algo quebrou em sua alma, em seu orgulho e ego lapidado por anos.

Ele que foi abençoado pela deusa Jasmine, a própria deusa da guerra, que o deu suas habilidades em combate, agora não conseguia fazer mais nada, absolutamente nada.

A glória manifestadas em cada golpe de Selena o estraçalhava, mesmo com as benções de Pandora em si, e com os machucados sendo regenerados, ele ainda sentia cada parte de si fragmentada.

Selena o pegou pelo colarinho da roupa imperial, e então com somente uma mão o levantou para o alto, levando a palma até o pescoço de Johan e o enforcando.

𝐀𝐟𝐫𝐨𝐝𝐢𝐭𝐞 • 𝐊𝐢𝐦 𝐓𝐚𝐞𝐡𝐲𝐮𝐧𝐠 Onde histórias criam vida. Descubra agora