𝐀𝐟𝐫𝐨𝐝𝐢𝐭𝐞 • 𝐊𝐢𝐦 𝐓𝐚𝐞𝐡𝐲𝐮𝐧𝐠

𝕏𝕃𝕀𝕀

ℌouve um tempo que eu acreditava que as coisas poderiam ficar mais fáceis.

Mas a verdade é que as coisas nunca ficam fáceis, você só aprende a lidar melhor com elas.

Não soube quando foi e não faço ideia de como foi, mas eu sentia aquela palpitação esquisita no meu coração quando ele olhava para mim, com aqueles belos olhos que pareciam me acariciar a alma, ainda mais quando ele me beijava com sua boca doce, que sempre me dedicava mentiras.

Belas e irresistíveis mentiras.

A mesma boca que está pálida e seca na minha frente, da mesma pessoa que está adormecida em agonia.

Taehyung continua do mesmo modo que estava quando sai do palácio, ainda com a camiseta escura aberta, com os cabelos vermelhos pairados sob a testa, com os olhos fechados encobertos de um certo roxeado e a pele parecendo cada vez mais pálida.

Sinto neste segundo que meu coração pode simplesmente parar de funcionar a qualquer instante, ver ele, que sempre foi um poço irradiado de beleza e tão cheio de si neste estado é como um sacrilégio da realidade, que dá um tapa na minha cara.

- Como... Como daremos isso a ele? – a voz de Any me puxa para a realidade, esta que está ainda mais afoita do que quando sai do palácio.

Tenho o frasco dourado sob as minhas mãos, ainda cheio e intocável.

- Se abrirmos a boca dele... Não sei, algo assim, provavelmente conseguiremos fazer com que ele beba – Dylan sugere, deixando um suspiro escapar.

Todos estão aqui. Não só os gêmeos, como Ethan, Jungkook e Noelle.

- E se...

- Sei como vou o fazer beber – digo prontamente, cortando Any.

Aperto com força o frasco em minha mão, sentindo aa tensão de todos erradicar pelo cômodo.

- Preciso que me deixem um pouco sozinha com ele – viro para trás os fitando, suas expressões não escondem a surpresa ao escutar o pedido, mas vejo um ar de compreensão escapando de Ethan, que pede gentilmente que os dois o acompanhem.

Jungkook me lança um olhar indescritível e fita de leve Taehyung antes de virar de costas e seguir para fora, ele chama Noelle que atende o pedido prontamente.

- Somos só eu e você de novo – me sento ao seu lado na cama, sentindo outro aperto no meu coração. Uma de minhas mãos vai instantaneamente até seu rosto, acariciando a pele gelada – Por que você é tão injusto Taehyung? – meu corpo se inclina na direção do seu, encostando nossas testas – Eu estava acordada – sussurro – Eu estava acordada – repito outra vez, sentindo as lágrimas escapar.

Meu coração inteiro parecia bloqueado, quase como se tudo que não fosse essa dor, essa angústia destiladora não pudesse ser sentindo, como se só sobrasse espaço para toda a lamentação.

Aperto a roupa por cima dos seus ombros.

- Eu e você... Não poderemos mais participar deste jogo juntos – minhas lágrimas respingam em seu rosto – Você está do outro lado do tabuleiro e eu... Eu ao menos estou perto de vencer esta partida – levanto um pouco o meu rosto, ficando de cara com o seu – Eu farei tudo para estar longe de você, desta vez... Desta vez eu realmente preciso... – levo minhas mãos ao rosto, tentando secar as infinitas lágrimas.

As palavras de Ravi sambam em minha cabeça, um lembrete cruel do caminho que eu deveria seguir, novamente a realidade sendo estampada na minha cara.

"– Deixe de amar o seu Imperador".