23. Pesadelo

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— PAPAI! PAPAI!

Draco saiu da cama assustado. Ele agarrou sua varinha cegamente. Ele nem se preocupou com as luzes enquanto corria para o quarto de Scorpius. Ele abriu a porta em antecipação a uma briga. Em vez disso, ele encontrou seu filho sentado na cama, chorando muito. Ele correu até Scorpius e puxou-o para perto. Scorpius se aninhou nos braços de Draco, tremendo enquanto soluçava.

— Acorde agora — Draco acalmou. — Você teve um sonho ruim?

— Papai — Scorpius choramingou. Seus dedos estavam cerrados em punhos e amontoavam a camisa de seu pai. — Não vá — ele implorou.

— Eu não vou a lugar nenhum — Draco insistiu. — Estou aqui. Estou bem aqui. — Seu coração afundou quando sentiu o suor encharcando o pijama de Scorpius. Era uma febre. Ele sacudiu a varinha para acender as luzes. — Está tudo bem. Abra os olhos.

Scorpius de repente chutou as pernas e gritou:

— ARANHAS!

— Não, não, não — Draco murmurou. Ele passou a mão pelas canelas de Scorpius. — Não existem aranhas. — Ele não sabia o que fazer. Ele tentou se lembrar do que sua mãe tinha feito quando ele teve febre. Ele não conseguia se lembrar de muita coisa. Sopas quentes e banhos frios? Uma poção para acalmar o calor? Uma música tranquila?

— Elas vão pegar você também — gritou Scorpius. — Estou com medo. Elas estão por toda parte.

Draco enxugou um pouco do suor do pescoço de Scorpius.

— Você vai olhar para mim? Scorpius? Você pode abrir os olhos e olhar para mim?

Scorpius finalmente abriu os olhos. Ele teve que se esforçar para colocar ar em seus pulmões trêmulos. Assim que ele percebeu que estava em seu quarto, seguro com Draco, seus soluços ficaram mais baixos.

— Não vá — ele resmungou. Ele descansou a bochecha no pescoço do pai.

— Eu não estou indo a lugar nenhum. — Draco moveu sua varinha para cima para que o ar frio pudesse soprar na cama. Então ele se deitou cuidadosamente nos travesseiros com Scorpius ainda o segurando com força. — Você não precisa voltar a dormir se não quiser.

— Eu não vou — Scorpius sussurrou de volta. — Eu não quero dormir. Nunca. — Ele estremeceu quando a brisa deixou sua pele úmida e fria. — Eu odeio isso.

— Vamos ler um livro? — Draco puxou os cobertores sobre Scorpius e os prendeu bem.

— Hum.

— Que livro?

— Qualquer livro.

Um minuto depois, Scorpius estava com a cabeça encostada no peito de Draco e eles estavam lendo o livro do dragão branco. Draco entrelaçou os dedos nos cabelos de Scorpius, massageando seu couro cabeludo como sua mãe costumava fazer. Scorpius puxou sua orelha para confortá-lo. Ele queria esquecer as aranhas assustadoras e continuar pensando no dragão branco. Seus olhos se fecharam pouco depois e ele adormeceu antes de conseguir passar da página três. Draco não percebeu isso até chegar à quinta página. Ele inclinou a cabeça para encontrar seu filho dormindo profundamente. Ele guardou o livro. Por mais cansado que estivesse naquele momento, ele não conseguiria dormir. Não quando Scorpius estava assim.

Harry chegou à Mansão Malfoy depois da escola no dia seguinte e ficou bastante surpreso ao ver um Draco abatido cumprimentá-lo na porta.

— O que aconteceu com você? — Draco parecia ter acabado de acordar. Seu cabelo estava despenteado, ele ainda usava roupas de dormir e seus olhos estavam vermelhos.

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