19. Um Natal estranho

2K 210 6
                                    

Harry estremeceu por causa do ar frio.

— Falando em amigos de conveniência... — Ele olhou para Draco. — Isso é bastante conveniente, não é? — Com isso, ele desaparatou dos degraus da frente.

Draco franziu a testa na noite escura. Conveniente? Ele fechou a porta para impedir que o calor escapasse de sua casa.

Naquela noite, Draco se revirou na cama, ficando cada vez mais exasperado à medida que as horas passavam. Ele sempre achou Potter estranho, mas, nos últimos meses, ele estava mais estranho do que o normal, mais conflituoso do que o normal e mais insensível do que o normal. Parecia não se tratar de absolutamente nada. Draco não conseguia nem mesmo descobrir por que eles estavam discutindo dessa vez. O fato de ele se recusar a admitir que teve um bom dia? Talvez o fato de ele não gostar muito do Natal? O que era isso? Amigos de conveniência, era assim que Potter os chamava. Sim, era exatamente isso que eles eram. Se as circunstâncias fossem diferentes, eles não seriam amigos de fato. Isso era irritante? Draco não se importava. Mas Potter parecia se importar em fazer amigos. O tipo certo de amigos. Com raiva, Draco virou o travesseiro para que pudesse descansar a cabeça quente no lado frio. Por que diabos ele estava perdendo o sono por causa disso? Ele fechou os olhos com firmeza.

Em um instante, era dia.

Ele gemeu de consternação quando a luz do sol atingiu seu rosto. Pensou em se enterrar sob os cobertores por mais uma hora, mas ouviu uma comoção lá embaixo que o despertou. Ele sentiu como se mal tivesse dormido. Ele se levantou da cama e começou o dia. Poucos minutos depois, ele estava apresentável, acordado e bastante surpreso quando encontrou Astoria em sua cozinha, fazendo panquecas.

Seus olhos se estreitaram.

Esta era uma cena inesperada.

Ele precisava de café para lidar com o que estava acontecendo aqui. Ele não disse uma palavra a ela, apesar dela sorrir para ele e cantarolar uma alegre canção de Natal. Astoria conhecia Draco bem o suficiente para ficar calado até que ele tivesse pelo menos um pouco de cafeína, então ela continuou virando panquecas, ajustando as facas para cortar frutas e bebendo seu café com leite. Draco ficou ainda mais irritado quando percebeu que Astoria não se preocupou em preparar um bule cheio de café. Ele preparou uma nova fornada, serviu-se de uma xícara e olhou para ela do outro lado da cozinha.

— Bom dia — Astoria ofereceu.

— O que você está fazendo aqui?

— Preparando café da manhã.

— Não, o que você está fazendo aqui? — Draco fingiu pensar muito, então começou a recitar palavra por palavra, — Não espere acordado, querido. Estarei festejando até meus pés caírem e o sol se pôr novamente. Não foi isso que você disse? — Ele olhou para o céu azul brilhante, sem nenhuma nuvem à vista. — O sol ainda está no alto. — Ele olhou para as pernas dela. — Pés ainda colocados. Isso é bom.

Astoria fez uma careta para Draco.

— Cale-se. — Ela mancou até a pia para jogar uma colher suja. — Acontece que não sou mais tão jovem. — Ela arqueou as costas e gemeu de dor. — Fale-me sobre essas reuniões ridículas da próxima vez.

— Não há como dissuadi-la de nada — Draco a lembrou. — Você checou os meninos?

— Não.

Draco não sabia por que estava surpreso. Ele subiu para sacudir os meninos para acordá-los. A mansão estava movimentada naquela manhã quando Teddy e Scorpius acordaram adequadamente. Eles não puderam acreditar no que viam quando viram a enorme pilha de panquecas de chocolate que os esperava. Astoria tinha muitas histórias para contar sobre a festa a que comparecera na noite anterior. Uma música de Natal crepitante soava. Risos e exclamações foram ouvidos na sala de jantar enquanto Draco ficava de olho nos ovos e no bacon. Astoria não fazia nada sem entusiasmo. Draco teve que limitar os biscoitos no café da manhã. Astoria tentou usar seus encantos nele, mas ele não se mexeu. Suas artimanhas femininas não funcionavam mais com ele.

Learn to love | DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora