Dizer que Astoria estava furiosa seria um eufemismo. Draco teve que silenciar o escritório para que seu discurso explosivo não pudesse ser ouvido por seu filho.
— A cena que você causou. — Por um segundo incomum, Astoria ficou sem palavras enquanto a enormidade da situação a dominava. Mas só por um segundo. Não havia muita coisa que pudesse deixá-la sem palavras. — Esta é absolutamente a coisa mais egoísta e irresponsável que você fez. Você perdeu a cabeça? — Ela estava parada no meio da biblioteca, sua presença furiosa derrubando Draco alguns pinos. — Você arrastou Scorpius para um mundo de ridículo. Foi tudo o que você imaginou? Valeu a pena rolar no feno com Harry Potter arrastando meu filho por essa merda?
Draco estava sentado atrás de sua escrivaninha, os dedos apertando a ponta do nariz para evitar aquela dor de cabeça que ele sempre parecia ter sempre que Stori lhe dava um sermão.
— Não seja rude.
— Pelo menos tenha a decência de negar — rosnou Astoria. Com o sol poente atrás dela, ela parecia uma visão - um halo vermelho ardente contornando seu cabelo dourado e sua postura tensa. Ela parecia pronta para atacar, como uma cobra enrolada.
— Não importa. Por que isso importa? O que está feito está feito.
— Assuma alguma responsabilidade por suas ações -
— Se Potter não tivesse decidido passear pela cidade -
— NÃO SE ATREVA, DRACO! — Astoria afogou as desculpas de Draco em um só fôlego. — Não se atreva a tentar tirar a culpa de você! Você faz isso o tempo todo! Você sempre fez isso. Você acha que pode limpar as mãos dos assuntos relacionados à sua vida porque a vida acontece com você, não é? Nada é culpa sua, não é mesmo? Você está isento da bagunça porque tudo é obra dele? Deixe que os outros cuidem de suas merdas por você, não é mesmo? — Ela se adiantou e bateu com as mãos na escrivaninha. — Você precisa crescer, porra! Pelo bem do Scorpius, cresça.
.
Draco superou o sono confuso, começando a acordar por causa de uma estranha agitação em seu subconsciente. Demorou um pouco, mas finalmente conseguiu se libertar e levantar as pálpebras pesadas. Ainda estava escuro lá fora. Ele estava tentando descobrir o que o havia acordado quando ouviu um leve farfalhar ao lado dele. Ele rolou para o outro lado. Quando seus olhos lentamente se ajustaram à escuridão, ele pôde distinguir uma pequena figura enrolada na cama ao lado dele. Preocupado, ele puxou Scorpius para seus braços.
— O que há de errado? Você teve um pesadelo? — Ele nem tinha ouvido Scorpius entrar em seu quarto.
Scorpius não disse. Ele simplesmente se aninhou perto de Draco.
Depois de sair furioso de Grimmauld Place, número 12, Scorpius havia avançado um pouco mais de um quarteirão quando Draco o alcançou. Assim que chegaram à Mansão Malfoy, os dois gritaram até ficarem com o rosto vermelho. Eles não se falavam desde então, na verdade não. Draco se jogou no trabalho, assumindo todos os casos que pudesse encontrar. Scorpius passava seus dias com Patricia. Jantaram em relativo silêncio. O verão estava terminando assim, em relativo silêncio...
— Você deveria ter me acordado. — Draco passou os dedos pelos cabelos de Scorpius. — Você sempre pode me acordar.
— Hum.
— Você quer dormir aqui esta noite?
— Hum.
— Claro.
Draco estava passando por algumas semanas bizarras. Depois de ser repentinamente exposto à luz pública mais uma vez, após anos escondido, ele esperava piquetes nos portões, pichações raivosas nas paredes, até mesmo multidões. Foi assim que aconteceu depois da guerra. Ele esperava que sua vida fosse um caos. No entanto, nada disso aconteceu após o artigo do Semanário das Bruxas. O trabalho era praticamente o mesmo, exceto que nenhum de seus colegas de trabalho ou clientes olhava para ele. Todos pararam de falar assim que ele entrou na sala. E, antes ignorado nas ruas, ele agora recebia muitas surpresas e olhares perplexos. Mas não houve confronto vulgar com estranhos ou insistência de repórteres.
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Learn to love | Drarry
FanfictionQuase quinze anos depois da guerra, Harry Potter é professor em uma escola preparatória para jovens bruxos e bruxas, e é aí que conhece Scorpius Malfoy, de cinco anos. Seu fascínio pelo menino cresce ao longo dos novos meses. Não demora muito para q...