35. Voltando ao normal

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Harry foi inundado com votos de felicidades e comida dos Weasley naquela tarde. Na verdade, acabou se transformando em uma reunião improvisada em sua cozinha. Molly insistiu que ele ainda usasse a tipóia por mais um dia, então ele ficou meio inútil, sorrindo impotente para a confusão ao seu redor. Ele se perguntou se os Weasley talvez estivessem se recuperando nos últimos meses.

Ron entregou a Harry uma caneca de cidra quente e sentou-se à sua frente na longa mesa de jantar, no meio da movimentada atividade.

— Parece que estamos começando as celebrações do feriado no início deste ano.

Harry não ficou nem um pouco surpreso.

— Não estamos sempre procurando um motivo para comemorar mais cedo?

— Verdade. — Ron mergulhou um biscoito na cidra e mexeu por um momento. — Scorpius está bem?

— Claro. — Harry piscou para Arthur enquanto lhe entregavam uma torta doce. Ele estava acumulando rapidamente muitos pequenos pratos de doces ao seu redor. Ele tirou as passas da torta com cuidado. — Ele está bem.

Ron notou o olhar desviado de Harry.

— Você o vê muito na escola?

— Aqui e alí.

— Ele estava chateado ontem.

— Ele estava preocupado.

— Não, acho que foi mais do que isso.

— Rony. — Harry finalmente olhou para seu amigo. — Podemos não falar sobre isso?

Normalmente Ron teria dito sim. Qualquer coisa para evitar um assunto delicado. Porém, naquela tarde, ele achou que era hora de conversar. Ele se levantou, com cidra quente na mão, e disse:

— Vamos. — Ele acenou para Harry segui-lo para fora da cozinha movimentada. Harry concordou relutantemente. Eles subiram as escadas, longe da agitação, e entraram no saguão muito mais silencioso. Ron fez um gesto para que Harry se sentasse na escada enquanto ele permanecia de pé, encostado na balaustrada. — Você tem passado muito tempo com Scorpius, então deve ser difícil para ele não ver você ultimamente.

Harry começou a dizer:

— Não há nada para conversar -

— Não, me ajude a entender — Ron interrompeu. — Até que eu saiba o que é, nunca estarei ao seu lado nesta situação.

Harry ficou frustrado ao pegar a tipoia que segurava seu braço com força. Ele estava frustrado por ter que se explicar. Frustrado com seus amigos por importuná-lo. Frustrado com a noite passada na mansão. Frustrado com Draco.

— É mais difícil para Scorpius se o rosto dele estiver grudado nos trapos de Londres.

— Teddy se diverte com isso. — Ron também não estava exagerando. Teddy mantinha uma estante cheia de tablóides para exibir a qualquer um que abordasse o assunto do estrelato. O garoto acha que ele é gostoso.

— Teddy é diferente. — Harry não conseguia pensar em uma única pessoa mais diferente de Scorpius do que Teddy. — Ele gosta da atenção. Ele não se incomoda com o quão absurda minha vida é. Ele cresceu comigo. Scorpius não é assim. Ele é tímido, quieto. Ele é protegido. Draco tem... — Ele parou.

Ron esperou um pouco. Quando Harry não continuou, ele sabia por quê. Ele cutucou.

— Draco tem o quê?

Harry arriscou uma espiada em Ron.

— Você pode falar sobre ele. — Ron acrescentou um breve aceno de cabeça como permissão adicional.

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