26. Vendo alguém

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O tempo passado na Mansão Malfoy não era segredo para amigos íntimos na vida de Harry. Ele não disse abertamente que não poderia participar de bebidas improvisadas porque já havia prometido uma noite aos Malfoys, mas não tentou esconder o fato de que estava ensinando Scorpius a voar ou que ele ocasionalmente era convidado para jantar. Não foi um assunto abordado por seus amigos. Harry retribuiu o favor não falando sobre isso também. Fora da vista, longe da mente. No entanto, ninguém sabia sobre o tempo que Draco passou em Grimmauld Place, nº 12. Para eles, ninguém precisava saber.

Então, numa quarta-feira à noite, quando Draco apareceu na cozinha enquanto Harry estava cozinhando, ele ficou apenas levemente surpreso.

— O que você está fazendo aqui?

Draco se aproximou para inspecionar o ensopado borbulhando na panela no fogão.

— Ninguém estava em casa. Scorpius tem um encontro para brincar.

Harry não mencionou que achava estranho que Draco tivesse aparecido sem avisar. Ele voltou a fatiar cogumelos. Pelo canto do olho, ele observou Draco ir até a mesa do banquete em direção ao velho gramofone que tocava um disco trouxa. Harry gostava de ter música tocando ao fundo quando ele estava fazendo as tarefas domésticas. Era algo para cantarolar e preenchia o silêncio da casa.

— Você pode desligar — ele disse a Draco.

Draco olhou para o gramofone.

— Como? — Ele se inclinou para frente com a testa franzida, tentando descobrir como funcionava.

— Tire o braço do disco.

Ele cuidadosamente fez o que lhe foi dito. A música parou abruptamente. Draco não gostava muito de música. Ele não era uma pessoa muito musical ou rítmica. Para ele, era apenas um ruído suave e ele poderia passar sem ele. Ele percebeu que Harry gostava de ouvir música. Músicas trouxas, principalmente.

— Onde você conseguiu isso? — Draco apontou para o gramofone.

— Estava em casa, junto com alguns discos. Encontrei no quarto de Sirius — disse Harry. — Duvido que os pais dele soubessem disso.

Draco limpou um pouco de poeira da buzina.

— Coisas piores para esconder, suponho.

Harry jogou os cogumelos fatiados no ensopado e jogou a faca e a tábua na pia.

— O jantar estará pronto em cerca de uma hora, se você puder esperar.

Draco balançou a cabeça.

— Scorpius estará de volta até lá.

Harry enxugou as mãos na calça jeans e sentou-se no banco.

— Falando em Scorpius — ele disse, dando a Draco um olhar penetrante.

Draco soltou um suspiro exasperado.

— O que? — Foi um 'o quê' retórico. Ele sabia ao que Harry estava se referindo. Draco sentou-se no banco ao lado de Harry. — Por que eu tenho que dizer alguma coisa para ele?

— Você não precisa — admitiu Harry. — O que há para dizer, certo?

— Certo. O que há para dizer?

Harry bateu na mesa do banquete com a ponta da varinha distraidamente, perdido em pensamentos.

— Hipoteticamente. — Ele fez uma pausa e ergueu as sobrancelhas para Draco para indicar que ele estava falando de forma muito hipotética.

— Hipoteticamente.

— Ok, hipoteticamente, se você estivesse namorando outra pessoa, você -

— Namorando?

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