34. Confie em mim

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Ninguém falou por muito tempo. Os Weasley estavam tentando entender a cena em que haviam entrado. Harry ficou na frente deles com um braço na tipóia, um hematoma lento florescendo em sua bochecha. Draco parecia um cervo assustado, empoleirado na beira da cama do hospital. Scorpius rapidamente soltou a mão de Harry e olhou boquiaberto para os Weasley, olhos arregalados e queixo caído.

Finalmente George se virou para encarar Ron, que estava escondido no fundo do bando.

— Você disse que ele quebrou o pescoço!

— Eu não estava falando sério — Ron deixou escapar. Ele ergueu as mãos em sinal de rendição. — Você realmente acha que eu seria coerente se ele quebrasse o pescoço?

Scorpius se aproximou de Draco e olhou para ele com o canto do olho.

— Achei que ele tivesse quebrado o pescoço também — ele sussurrou. — Mas ele não fez isso.

— Devo voltar ao normal em um dia — disse Harry em meio à conversa animada de todos. — Eles estão me mantendo aqui para ter certeza de que está cicatrizando adequadamente. — E, aparentemente, para ser recolhido.

— Você estava na escola, não estava? — Arthur perguntou maravilhosamente.

— Foi o que eu disse — Ron interrompeu. — Aparentemente, um garoto gordo caiu sobre ele.

— Heh — George riu antes que pudesse se conter, recebendo um olhar furioso de Molly. — Encontrando alguma leviandade na situação, mãe.

— Agora, só para ficar absolutamente claro aqui — Hermione quis esclarecer, — Harry não está morrendo.

— Certo — Ron respondeu.

Ela baixou a cabeça em derrota e beliscou a ponta do nariz.

— Deus... — Ela parou para suspirar.

Harry sabia que isso iria acontecer. Sempre acontecia assim quando ele se machucava. Alguém sempre dava mais importância às coisas e então todos vinham correndo para se preocupar insistentemente até que ele fosse sufocado. Normalmente ele não teria nenhum problema em estar nessa posição. Quando Molly o sufocava, isso significava boa comida. Quando Ron o sufocava, havia elogios gratuitos e um otimismo quase corajoso. Hoje foi um pouco diferente, com os Malfoys incluídos na mistura.

Todos fingiram não ver Draco. Ele estava acostumado a ser invisível. Foi melhor que um confronto.

— Eu tenho que voltar. — Hermione olhou para o marido. Então ela se virou para Harry. — Vejo você mais tarde, ok? Amanhã para o almoço? Você precisará descansar esta noite. E, por favor, faça o que o Medibruxo mandar.

— O que isso deveria significar? — Harry franziu a testa para ela quando ela saiu do quarto do hospital para voltar ao trabalho que havia abandonado na pressa. Ron correu atrás dela.

— Coma seus vegetais, Harry — George interrompeu. Ele acenou com a cabeça uma vez para Scorpius, que sorriu de volta, e então seguiu seu irmão para fora da porta. Isso deixou Arthur e Molly. Patricia saiu do quarto novamente para evitar conversas mais estranhas.

— Tem certeza de que está bem, querido? — Molly se agitou. Suas mãos seguravam as luvas rosa com força e seus lábios estavam desenhados em uma linha fina de preocupação.

— Eu realmente estou. Eu estaria de bom humor se não estivesse?

— Eu nunca sei com você. — Ela parou por um momento, provavelmente pensando no que fazer a seguir. — Meu Deus, não fique aí parado. Você deveria estar descansando. — Ela correu até Harry e o forçou a voltar para a cama, apesar de Draco ainda estar sentado nela. Arthur encolheu-se com a brilhante ideia da esposa.

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