09. Basta perguntar

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Harry não poderia dizer que ficou muito surpreso quando, depois da escola no dia seguinte, encontrou Draco fora de sua sala de aula. Scorpius correu alegremente até seu pai. Mas Draco afagou sua cabeça e disse:

— Preciso falar com Harry um momento. Você está bem para brincar lá fora?

— Claro! — Scorpius não precisou ouvir duas vezes para ter a chance de pular no balanço. Ele largou sua mochila com Draco e saiu correndo, misturando-se à multidão de crianças que saíam para passar o dia.

Harry pediu a Gabrielle um minuto. Ela ficou surpresa ao ver Draco Malfoy, mas não fez nenhuma pergunta. Ela assentiu rigidamente antes de sair da sala de aula e fechar a porta atrás dela.

Draco enfiou as mãos úmidas nos bolsos e pigarreou.

— Obviamente não é coincidência que Scorpius esteja na sua classe — ele disse a Harry.

— Hum. — Harry já havia adivinhado isso. Os Malfoys sempre tinham um motivo oculto. Harry estava acostumado com segundas intenções. Logo depois da guerra, ele tinha feito muitos "amigos" - pessoas que precisavam de ajuda para conseguir os empregos e as referências certas, repórteres que queriam um furo de reportagem exclusivo, aqueles que o acompanhavam. No que lhe dizia respeito, isso era normal. Ele realmente não se importava se os Malfoys o usassem para se ajudar. O que mais ele poderia fazer com todos os seus poderes de persuasão não utilizados?

— Até ontem eu não achava que isso importasse — Draco continuou.

Harry fez uma pausa.

— Oh?

— Eu preferiria que ele estudasse em casa. Professores particulares e tudo. Mas Astoria tem menos sentimentalismo do que eu, suponho, então foi fácil para ela ver o quadro geral.

Harry ficou um pouco surpreso com o quão sincero Draco estava sendo.

— E qual é o quadro geral?

Draco cerrou os punhos. Ele não queria perder a coragem, não agora. Não era sempre que ele baixava a guarda assim.

— Se algo acontecer, e eu sei que isso vai parecer absurdo... Scorpius é tudo que eu tenho. Isso é... — Suas palavras falharam, mas seu olhar nunca se desviou de Harry. Este era um momento importante. Ele sabia qual seria a resposta. Tudo o que ele precisava fazer era fazer a pergunta certa. Deixar de lado seu orgulho por um momento para fazer a pergunta certa a Harry Potter. Mas ele não conseguiu dizer as palavras em voz alta.

— Claro.

Draco engoliu em seco para molhar a garganta seca.

— O que?

Harry simplesmente acenou com a cabeça e disse:

— Scorpius é família, afinal.

Um peso enorme foi tirado dos ombros de Draco e ele finalmente relaxou os punhos. Ele nem precisou perguntar. O altruísta Potter podia ler sua mente, ele pensou ironicamente.

— O que aconteceu ontem à noite? — Harry queria saber.

Draco acenou com a mão irreverente.

— Interrogatório de rotina — disse ele. — Eles me fazem esperar algumas horas na sala de interrogatório e me perguntam meu paradeiro. Eu forneço álibis. Eles os aprovam.

Harry estalou a língua em exasperação. Ele esperava ouvir isso, mas ainda assim foi muito frustrante. Os preconceitos eram elevados, especialmente dentro do Ministério. Os Malfoy foram os únicos Comensais da Morte que foram absolvidos, mas isso não significava que Draco estava livre.

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