16. Conversa real

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Scorpius ficou nervoso assim que percebeu que finalmente estava pairando a meio metro de altura. Ele nunca tinha chegado tão longe antes. Na verdade, ele só tinha saído da grama uma vez com Draco ajudando-o, e terminou com ele chorando de frustração porque Draco simplesmente não parava de importuná-lo sobre a maneira como ele se sentava na vassoura ou como seus cotovelos não deveriam estar travados ou a posição de sua cabeça. Tudo tinha sido demais. Mas agora aqui estava ele, realmente pairando a meio metro de altura.

— Olhe para você — Harry aplaudiu, parando ao lado do garoto flutuante e sua pequena vassoura. — Não é tão ruim, certo?

— É meio assustador — admitiu Scorpius. — E eu nem estou tão alto.

Harry manteve a mão na Firebolt para garantir a Scorpius que ele ficaria bem.

— Que tal um vôo rápido ao redor daquelas árvores? — ele perguntou, apontando para os grandes choupos à frente deles.

— Tudo bem — Scorpius gaguejou, agarrando a vassoura com toda a força.

— Não se preocupe, eu estou com você.

Draco tentou relaxar os punhos que estava cerrando enquanto observava seu filho precariamente empoleirado na vassoura com Potter andando ao lado dele, conduzindo-o em um vôo lento e flutuante. Ele estava imaginando todos os piores cenários, desde um braço quebrado até um crânio partido. Ele estava sentado sob um grande carvalho, tentando ler seu livro sem interferir. Harry e Scorpius já estavam nessas aulas de vôo há quase uma hora. Draco estava perdendo o juízo. Ele não conseguia acreditar que tinha pensado que um cabo de vassoura era um presente apropriado para um menino de seis anos. O garoto mal tinha aprendido a correr direito há um ano. Ele soltou um suspiro e tentou se concentrar nas palavras da página, percebendo que havia lido três páginas sem realmente ler nada.

Apenas quatro dias atrás, Scorpius encurralou Harry no parquinho da escola no final do dia.

— Você pode me ensinar a voar?

Harry estreitou os olhos para Scorpius.

— O que?

Scorpius disse:

— Comprei uma Firebolt semana passada e não sei como pilotá-la. Teddy disse que você é o melhor.

— Você não quer que seu pai te ensine?

O menino bufou.

— Ele fica preocupado sempre que tento montar minha nova vassoura. É muito perturbador, sabe?

— Ah, entendo — Harry coçou o nariz para esconder sua diversão.

— Você pode me ensinar?

— Bem, eu... Quer dizer, não deveríamos perguntar ao Draco primeiro?

— Por que?

Então aqui estavam eles, quatro dias depois, passando a manhã de sábado na Mansão Malfoy, aprendendo a pilotar uma Firebolt, para grande desgosto de Draco.

Quando os dois finalmente retornaram, Scorpius ficou feliz por ter a grama sob seus pés novamente. Ele pegou algumas frutas da cesta de frutas que eles trouxeram e saiu correndo com a promessa de trazer algo legal para Harry do outro lado do bosque. Harry acenou para o garoto correndo, maravilhado com sua energia, antes de se sentar para esticar as pernas.

Uma brisa fresca agitava as folhas acima deles. Harry ergueu a cabeça e fechou os olhos. Mesmo por trás das pálpebras, ele sentiu raios de luz tremeluzindo através dos galhos da velha árvore. Ele respirou o cheiro do outono ao seu redor. Foi um belo dia. Ele abriu os olhos e olhou para Draco, perto o suficiente para distinguir pequenas rugas no canto do olho, observando-o fingir que estava lendo.

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