11. Concurso de fim de Ano

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O concurso de fim de ano não foi motivo de riso. Todos os alunos convergiram para o auditório principal, onde os assentos eram luxuosos, o palco era elevado e as cortinas eram feitas de veludo roxo majestoso. Dizer que Scorpius estava nervoso era um eufemismo.

— Harry? — Ele mal conseguia sussurrar com a garganta seca.

Harry se ajoelhou para encontrar os olhos ansiosos e as bochechas coradas de Scorpius.

— Você vai se sair bem — disse ele de forma tranquilizadora. — Você está elegante, sabe toda a letra da música, seus amigos estarão cantando ao seu lado e vai ser esplêndido. — Scorpius podia sentir lágrimas brotando em seus olhos e ele estava bravo consigo mesmo por ser incapaz de contê-las. Harry agarrou as mãos de Scorpius para tentar firmá-las. — Qual é o pior que poderia acontecer? — ele perguntou. — Você pode estar um pouco zangado consigo mesmo, um pouco envergonhado, e amanhã será um novo dia. Então, se essa é a pior coisa que pode acontecer, do que há para ter medo, hmm?

— Eu sei — Scorpius fungou. Ele sabia que estava sendo irracional. Mas ele queria ser perfeito.

— Não importa o que aconteça, só sei que sua mãe e seu pai ficarão muito orgulhosos de você.

Harry dizia as coisas mais estranhas. Scorpius passou os braços em volta de Harry e o abraçou.

— Eu sei.

Harry apertou Scorpius com força.

— Confie em mim — ele sussurrou. — Eu sei exatamente o que você está passando. Eu sei que é assustador. Não é nada divertido ficar tão nervoso. Mas você não está sozinho. Todos os seus amigos estão cantando com você e Gabrielle estará comigo bem ali na sua frente. Como você praticou, certo?

— Ok.

Quando as cortinas grossas se abriram para revelar o primeiro evento do programa, vinte crianças vestidas com esmero estavam em pequenos degraus com os olhos fixos em Gabrielle e Harry, que estavam ajoelhados em frente ao palco. Alguns flashes secretos dispararam no auditório apesar da proibição de fotografia, mas isso foi facilmente esquecido. Gabrielle fez a contagem e começou a música com um movimento de sua varinha.

As vozes das crianças ecoaram no auditório, ecoando nas paredes. As crianças de cinco anos mal tinham noção de timing ou volume, mas a imagem encantadora de tantos meninos e meninas cantando e, em alguns casos, gritando, com a voz distante, foi suficiente para fazer todos os pais sorrirem. E o que era ainda melhor do que ouvir canções infantis? Observar as crianças usando animadamente as mãos para imitar a música, palavra por palavra.

Scorpius manteve os olhos em seus professores. Embora seu peito doesse de nervosismo, não era a mesma sensação assustadora do desfile de Natal. Ele havia se esforçado muito para crescer desde então. Ele sentiu uma descarga de adrenalina que o deixou tonto. Sua voz não era alta, mas ele também não estava falando as palavras com a boca. Seus gestos não eram selvagens, mas ele também não estava se esquecendo deles. Ele não estava sorrindo, mas também não estava chorando. Na verdade, ele estava se concentrando tanto que Draco e Astoria podiam praticamente ver as engrenagens girando na mente do filho. Quando Draco olhou para Astoria, ela parecia estar perto das lágrimas de orgulho.

Harry incentivava Scorpius sempre que seus olhos se encontravam. O garoto sempre sentia sua voz trêmula se acalmar quando Harry acenava para ele daquele jeito. Ele também se alegrava com os amigos que estavam ao seu lado, pois eles se lembravam de todas as palavras e o ajudavam a se lembrar quando ele se esquecia. A apresentação de quatro minutos lhe pareceu quatro horas, mas ele cantou exatamente como havia praticado, exatamente como Harry havia lhe dito para fazer. Suas mãos estavam frias e sua voz estava rouca quando se aproximava o final, mas ele continuou com seus colegas de classe sem vacilar. Desde que mantivesse os olhos nos professores, não precisaria se preocupar com nada.

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