E o céu desaba Terceira Temporada - Fanfic Billie Eilish

Eu não acho que sou a pessoa certa pra fazer ela feliz!

POV Wendy

Entrei na casa e senti uma sensação muito estranha; uma sensação de estar vendo algo antigo na sua vida, algo de que você fugiu; não imaginei que eu pisaria aqui mais vezes depois da última.

As luzes estavam desligadas e uma parte da casa era iluminada pela luz do sol. Ainda estava do mesmo jeito desde a última vez; nenhum objeto colocado em outro lugar.

A Brenda leva muito a sério esse negócio de manter as coisas da forma como sempre esteve; ela considera essa casa como uma parte de mim que ela pode deixar como lembrança.

Fui até a cozinha, que sempre teve essa energia meio melancólica; parecia uma daquelas cozinhas de filme de terror onde raramente ela é usada mas que está em perfeito estado.

A geladeira ainda tinha alguns dos imãs de quando eu morava aqui, com fotos da Joy e de personagens de anime... No geral a minha cozinha sempre foi uma parte da casa que eu não ia com muita frequência; ficava mais no quarto ou na pequena sala de estar.

A vista da janela de frente pra pia era a única coisa que eu prestava atenção quando descia; antes de ir pra escola eu lembro que o céu dava uma sensação aconchegante de manhã, eu tomava leite olhando essa janela e sentindo um vento curto passar por ela.

Sai da cozinha, andando pelo corredor da casa, indo até a pequena sala que tinha ali, o sofá ficava ao lado da escada pra subir pros quartos.

Sempre gostei da sala; ela era pequena e simples, boa parte do tempo eu passava com a Billie no sofá, com a cabeça deitada nas coxas dela. Era uma sensação incrível tirar um cochilo a tarde com ela ali, fazendo carinho na minha cabeça enquanto o sol batia fraco no meu rosto.

Amava pensar nas coisas que eu tinha feito naquela sala, já joguei videogame com o Jason até amanhecer; ouvi as histórias de vida da Joy e as coisas que na maioria das vezes não faziam sentido pra maioria do mundo mas pra ela sim; namorei com a Billie, incontáveis vezes.

Por eu ser bem maior que ela, ficar deitada as duas no sofá, dava uma sensação tão boa, era como se eu fosse um cobertor pra ela, abraçava ela em formato de concha e a gente dormia a tarde inteira juntas...

Subi as escadas da casa, ouvindo a madeira ranger; esses barulhos de madrugada são péssimos, nunca da pra saber quando é alguém em casa ou se é só a madeira estralando pelo frio.

A porta do meu quarto estava fechada e assumo que fiquei com um pouco de frio na barriga, não sei porque, acho que é pelo tempo longe mesmo.

Meu quarto era o lugar pra onde eu fugia; onde tudo ficava bem.

Coloquei a mão na maçaneta e abri a porta em seguida.

A primeira coisa que me chamou atenção foi a janela, o céu da janela.

A luz em volta da janela iluminava a porta como se estivesse de fato me chamando, como se esperasse por mim; sempre amei o céu da minha janela.

Encostei a porta e andei pelo quarto, olhei os pôsteres nas paredes, eu levaria pra casa em Nova York mas a Joy não me deixaria pendurar em canto algum.

A cama suspensa do chão a mesinha com um notebook e livros em volta ainda continuam ali, do jeito que a Brenda é não duvido que ela tenha tirado uma foto de cada cômodo assim que eu fui embora, pra manter a casa da forma como sempre foi.

Tenho essa dúvida por não ter sinal nenhum de poeira entre os livros e na mesa, é como se alguém tivesse vindo mais cedo e limpado antes de eu vir.

Fui até o meu closet e abri ele, foi bizarro abrir aquele closet e notar que, a sua mãe é doida a ponto de comprar as roupas e sapatos que você tinha antes de ir embora só pro closet não ficar vazio. Como ela morava aqui, acho que quando sentia saudade entrava no quarto... mas guardar sapatos idênticos aos que eu tenho já é assustador demais.