14 - Eu só queria que as vezes você não agisse como uma put*

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Cerca de 2 meses atrás...

-O que foi? Você acha que eu simplesmente ia passar? - Disse entrando na casa e colocando as sacolas de compra em cima da mesa.

-Você tinha inúmeros motivos para não parar e não falar com ele. Além de estarmos atrasados, o maluco só faltou tentar te beijar, levando em consideração que ele já fez isso. - Noah brigava comigo.

-Ta, então queria que eu passasse reto e a impressa finalmente tivesse o que queria.

-Não! Eu só queria que as vezes você não agisse como uma puta! - Ele gritava e quase estava grudado comigo.

-Oi? Olha como fala. Eu abri mão de coisas pra fazer chatice com você.

-Agora é minha culpa querer fazer coisas sobre a minha vida, ao inves de aumentar a porra do seu ego.

-Qual é. Eu te levei pra milhares de lugares no mundo, apresentei meus amigos que são minha única família, mostrei minhas raizes e tudo o que eu amava, mas você so soube ser um babaca ignorante porque aquilo fez você abrir mão da porra de um ensaio fotografico.

-Viu, você mesmo admitiu que fez eu perder coisas importantes com idiotices! - A raiva na voz dele era nítida, mas não nego que eu estava calma.

-Eu abri mão de turnê, desfiles, testes e marcas, por causa de você. MAS O IMPORTANTE É A MERDA DE UM ENSAIO FOTOGRÁFICO.

-NÃO SABE FALA BAIXO PORRA! - Ele me grudou na parede com tamanha força que fez eu bater as costas. - SEMPRE É ASSIM, VOCÊ ESTRAGA TUDO. SEMPRE FOI ASSIM. EU TENTAVA DE TUDO.

- NÃO NUNCA TENTOU! VOCÊ SE IMPORTAVA COM VOCÊ.

-TODAS AS DECLARAÇÕES FORAM EM VÃO ENTÃO?

-ME FALA UMA QUE FEZ QUE NÃO TIVESSE UMA CAMERA FILMANDO.

-CLARO QUE NÃO TINHA COMO.

-ADIMITE LOGO PORRA. ADMITE QUEM VOCÊ REALMENTE É. MOSTRA A VERGONHA E DESGOSTO QUE VOCÊ É. - Ele segurava meus braços com tanta força que chegava a doer.

-OLHA QUEM FALA, VOCÊ QUASE OU MELHOR PODE TER ME TRAIDO E EU TENHO QUE FICAR BEM, SER A PORRA DE UM CORNO MANSO, ENQUANTO VOCÊ AGE COMO UMA PUTA ABRINDO A PORRA DAS PERNAS PRA TODO MUNDO. TINHA QUE TER FICADO NO LUGAR QUE TE ENSINARAM, LÁ ONDE VOCÊ DIZ QUE AS SUAS RAÍZES, NUNCA ERA PRA TER SAÍDO DE LÁ. - Ele batia com força na parede ao lado de mim e fechava uma das mãos com tamanha força no meu braço que sentia as unhas perfurarem a pele. Ele respirou fundo e se afastou.

-Pelo menos eu tentava te proteger, você ficou com ciúmes porque quis. Em nenhum momento você me ajudou fugir dele sendo que claramente eu não estava me sentido bem. - Os olhos deles com fúria se dirigiram pra mim encostada na parede.

Vi ele pegar um vaso vazio e jogar, só tive tempo de me abaixar e ele estraçalhar em cima de mim, fiquei paralisada por algum tempo, até que ele veio até mim ao ver que tinha causado um corte em meu braço, e me levantou.

-Tira a porra da sua mão de mim! - Disse e ele se afastou

-Eu... eu

-Eu não quero explicação! Acabou, a gente não existe e nunca deveria ter existido! - Disse fazendo força para não me mostrar vulnerável, indo arrumar a mala o mais rápido possível, peguei o primeiro vôo não importava para onde era e saí enquanto desabava.

De volta aos tempos atuais...

Antes que voltasse para a mulher que estava dando as notícias, a TV foi desligada. E parecia que eu acordava de um transe, meus olhos estavam molhados e meu maxilar travado. Meus olhos se dirigiram para o chão e passei a mão pelo cabelo, tentando arrumar meus pensamentos e tentar ingerir tudo que tinha acabado de acontecer. 

Meu celular tocou, eu sabia que era Carlos ou poderia ser o Noah se ele não tivesse bloqueado, mesmo assim ignorei, continuei na mesma posição imovel, mãos sobre a cabeça baixa e olhos fixos no chão.

-Eai! Como que tá? Sabe quem eu sou só pela voz, né idiota? Então eu vou te dar 3 dias mané, pra fazer a porra do seu trabalho direito. - Alguem tinha pego meu celular e atendido, quando me virei era Ryan quase gritando no celular. - A gente conversou quando soube da existencia desse video, você falou que prefiria a conta bancaria zerada do que o video vazado, então é isso, você tem a porra de 3 dias pra eu não ver a merda desse video ou comentarios sobre ele por ai. Se não pode se preparar para ver sua conta negativa e seus bens sendo vendidos, não adianta que dessa vez nem a Brenda te defende. - Ele desligou o celular, e virou para mim, me olhou e sorriu, me abraçando como se nada tivesse acontecido. - Se depender de mim, ninguém mais vai ver. - Ele sussurrou no meu ouvido e eu o abracei mais forte deixando as ultimas lagrimas presentes nos meus olhos escorrerem para deixar secar por completo.

Depois de algumas horas, o resultado do programa foi visto, em qualquer lugar se falava sobre o assunto, principal na internet. Meu celular não parava de tocar, tinha repórteres que conseguiram chegar na frente da minha casa e que não paravam de me chamar e gritar perguntas. Pessoas me mandando mensagens, e-mails, directs, me marcando em fotos, vídeos e storys. Todo canal que colocava dava isso, se abrisse qualquer rede social era isso. Em certo momento coloquei meu celular debaixo do sofá da sala, e subi para o estúdio, Fefe quis me impedir de entrar. Mas não dei ouvidos.

Minha cabeça estava uma loucura, eu não poderia fugir disso, ficar calada ou fingir que nunca aconteceu, mas agora eu iria fazer isso. Mesmo sabendo que precisava me pronunciar sobre a situação, criando até falas na minha cabeça, como um texto que eu ia apagando e reescrevendo partes ruins. Enquanto eu fazia, ou melhor tentava fazer um texto, sentia minha cabeça latejar. Além de ser um assunto que me machucava, eu ter que lidar com isso de forma tão abrupta doía ainda mais.
Quando fui pegar o celular para anotar o texto que criei mentalmente, lembrei que tinha deixado lá embaixo, mas não ia pegar, não para ter que desligar uma ligação a cada 5 minutos ou ignorar uma mensagem a cada 2 minutos.
Sentei na bancada, achei um papel e lápis, e comecei a transcrever sem perder a ideia da minha cabeça. Alguém bateu no vidro da porta, fiz um sinal com a mão para esperar sem nem ao menos ver quem era.

-Ridícula. - Disse e eu reconheci que era a voz de Ryan.

Terminei o texto e guardei em uma gaveta, quando percebi que já estava 3 horas dentro do estúdio. Fui até a porta ver o que Ryan queria. Ele me encarou.

-Vamos almoçar. - Ele disse e antes que pudesse dizer algo. - E se falar não, pego a comida dentro e enfio dentro da sua boca, não me interessa se ta com fome ou não.

-Mas eu não disse nada.

-Te conheço, vamos. - Ele disse se virando

-Precisa ser agora? - Perguntei recuando um pouco para dentro do quarto.

-Não, pode ser ontem. Claro que agora, né. Esse truque "do depois" eu não caio.

-Mas olha se eu comer agora, é a mesma coisa que você brigar... - Entrei no estúdio e fechei a porta, enquanto ele fazia força para abrir. - ..que você brigar depois por eu não ter comido.

-Solta a porta, BB!

-Solta você, fio. - Disse e ele riu, mas a cada segundo ele conseguia abrir mais a porta, mesmo eu prendendo os pés no chão e tentando fazer o máximo de força possível. Quando eu vi que ele ia abrir, soltei e corri pro outro lado da cama. Ele quase caiu abrindo a porta, me encarou e tentou me segurar, eu ria enquanto tentava escapar. Quando fui pular por cima da cama, ele me puxou e eu caí sobre o colchão. Ele me puxou e me colocou pendurada no ombro dele.

-Não, Ryan! Me solta. Eu vou sozinha. - Eu bati nas costas dele.

-Se reclamar eu vou dar comida pra você na boca fazendo som de aviãozinho. - Ele descia as escadas com tanta facilidade que parecia que treinava, foi em direção a sala de jantar, antes de chegarmos lá, eu já ouvi Kiko rindo vendo a cena.

-Eu te odeio. - Disse

-Obrigado. - Ele disse e me soltou na cadeira, arrumei meu cabelo.

Aron na minha frente já comendo, me encarou com as sobrancelhas arqueadas e depois voltou a comer. 

Entre nós dois I ARON PIPEROnde histórias criam vida. Descubra agora