23 - Não quer mais morrer?

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-Hein. Quem é ele? - Pergunta Ben, mas eu não consigo pensar rápido o bastante para achar uma mentira aceitável. - Ele é o mesmo cara do restaurante, onde você por algum motivo demorou tempo demais no banheiro e quando eu te acho você está com ele. E agora esse cara passa a festa inteira te secando com os olhos. - Será que se eu dizer que é um stalker o Ben acredita? - Hein, você pode me dizer?

-Não sei, um cara aleatório que deve ter o mínimo de fama pra eles terem chamado ele aqui, e que se apaixonou por mim. Mas quem não? Porém eu já tenho dono, único que eu amo. - Dizia me aproximando dele que parece ter engolido uma das mentiras mais esfarrapadas. E me abraçou matando Aron pelo olhar. - Não é a primeira vez, por que você se importou tanto?

-Não sei, eu senti algo diferente, mas eu acredito em você. - Então quer dizer que essa é a dor do peso na consciência? Porque agora minha mente implora por ajuda. - Então precisei criar ciúmes.

-Por favor, não faz mais isso, eu odeio.

-Como assim?

-Ciúmes.

-Como você quer estar em um relacionamento e não quer que tenha ciúmes? - Ele parou de me abraçar e se afastou um pouco na defensiva.

-Porque é coisa de babaca, é normal sentir sim, mas não como agora. - Ele revirou os olhos. Então é assim, ele vai ser mais uma cópia de todos os outros? - Talvez, você precise pensar.

-Você também. Não percebe como faz a mesa girar de uma maneira ridícula?!

-Desculpa?

-Talvez seja bom pensarmos mesmo sobre nós. - Ele diz e sai. Por um momento pensei em ir atrás dele, mas recuo.

Penso em tomar mais uma bebida, mas agora eu preciso mesmo é de um ar, subo as escadas, em procura de acesso ao terraço, agradeço quando finalmente acho. O ar fresco invade meus pulmões, e consigo relaxar. Penso que amanhã eu e Ben conversamos e tudo dará certo. Caso não, prometo não ficar falando que não acredito mais no amor, sendo que corro pro primeiro que me trata com um pouco de decência.

-Talvez viver na fantasia seja melhor. - Digo me referindo a uma pessoa que eu amo.

-Não tem problema, pular de um amor pro outro, você só precisa de alguém pra te ajudar e valorizar você, quando até você mesma está se julgando. - Eu não preciso virar pra saber quem é. Mesmo assim me viro, e lá está Aron parado na porta que dá acesso ao terraço. Reviro os olhos e vou até a beira do prédio, para sentar na mesma.

-Acho que você não é uma das pessoas que eu quero ver agora, e por sua segurança diria para não ficar no terraço de um prédio comigo.

-Por que? Você vai me jogar? Mas você me ama. - Pergunta Aron se sentando ao meu lado na beirada do prédio com os pés balançando no ar enquanto fuma um cigarro.

-Idai, o amor machuca. - Digo, e percebo segundos depois que eu concordei com o que ele disse, sobre amar ele. Olho de canto de olho e ele está sorrindo. - Culpa da bebida.

-Bebado não mente, ele só se enrola pra falar.

-Não me diz isso, se não vou me jogar.

-Ele é um babaca.

-Olha quem fala.

-Eu queria te pedir desculpas e... - Olho pra ele que hesita em falar. - E que tem uma explicação.

-Não me interessa. - Digo e cato o cigarro de sua mão. Aron me olha intrigado enquanto eu dou uma tragada seguida de uma única curta tossida.

-Você fuma?

Entre nós dois I ARON PIPEROnde histórias criam vida. Descubra agora