Anos atras...
-Onde a gente vai? - Que pergunta besta que eu fiz, a gente nunca sabe onde vai, o primeiro lugar que nos dá a louca a gente para.
-Caldo de cana. - Ele diz, e acelera.
Caio para o mais próximo possível do calçadão.
-O que você vai querer? - Pergunta sabendo que eu não posso tomar caldo de cana, se não eu passo mal.
-Caipirinha. - Digo entregando o capacete pra ele, que me encara com a mão na cintura.
-Eu prometi para sua mãe que você ia voltar inteira.
-Mas eu não vou perder o fígado. - Digo dando de ombros.
-Mas ficar caidinha por mim. - Ele disse enrolando o braço em mim, enquanto no outro tinha os dois capacetes.
-Mais?
-Com certeza. - Ele diz. - Vai que vem morar comigo. - Isso foi um convite? - Claro que não na minha casa. Credo. - Sua expressão cai.
-Seu pai ainda continua com as drogas?
-Já desisti. Reabilitação, remedio, centro, tratamento. O único jeito é morrer.
-Caio... - Digo olhando pra ele que me olha.
-Você já viu como é? Eu não vou largar ele, mas não existe jeito de salvar. E sinceramente, nem sei onde ele tá tirando tanto dinheiro, ou tá devendo tanto que um dia vão encomendar a morte dele. - Ele voltou a olhar pra frente. - A gente não precisa desse assunto, né? - Ele diz dando uma mordidinha na minha orelha.
-O que você quer? - Pergunto e ele aponta pro mar. Balanço a cabeça em negativa e ele sorri.
-E os capacetes?
-Deixa na beira
-A gente provavelmente vai ser assaltado. - Digo e ele dá de ombros.
-A vida é só uma para nos termos medo dela mesma.
-A vida é isso?
-Não, a vida é sentir seu coração bater, não importa as consequências. - Ele diz olhando fixamente para mim, sorrio e concordo. Ele me dá um beijo no rosto, com uma mão na minha cintura. - Bora virar sereia. - Rio.
Tiramos os celulares e deixamos de baixo dos capacetes. Enquanto o dinheiro e os documentos, nos cavamos com a mão um buraco de 4 dedos de profundidade colocamos ali dentro, e tapamos com areia. Eu tiro a blusa e o tênis, Caio faz o mesmo tirando também o casaco.
Entramos correndo na água gelada, que provavelmente nos deixaria resfriados. Na primeira onda, Caio mergulha. Levanta com o cabelo caindo no rosto e um sorriso lindo. Vem até mim me abraça forte. E se joga na água me levando junto.
-Idiota. - Digo caída na água.
-Obrigada. - Ele diz se aproximando de mim e roubando um beijo. Ele se afasta um pouco, com uma expressão de "mais ou menos", sem que ele espere, jogo água nele. Levanto e saio correndo mar adentro, Caio corre atrás de mim. Me pega, gira no ar e me abaixa me beijando, a gente se beija, não arde, não vou mentir que parece droga, não porque vicia, mas libera uma dose enorme de serotonina, que perdemos a noção de tudo, do tempo, do perigo, do mundo a nossa volta. A gente faz o que acha que vai ser melhor para gente, sem se importar com as consequências.
Meus lábios começam a ficar roxos, e saímos da água. Colocamos a roupa e ele me dá seu casaco, depois começa desenterrar os documentos com dinheiro, achamos na primeira tentativa. Nem teve a emoção da gente achando que perdemos.
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Entre nós dois I ARON PIPER
FanfictionA vida de uma atriz e cantora global brasileira, Brenda, e de um ator, modelo e cantor alemão, Aron Piper, se batem em uma noite animada. Era para ser só mais uma noite, mas eles se impactaram de uma forma inesperada que eles não esperavam. Um beijo...