7 - ou estão apaixonadas ou estão com o coração quebrado

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Ele colocou a mão no meu rosto, juntou nossos lábios e demos início a um beijo suave como naquela noite, mais uma noite que não poderia ter acontecido. Eu não sei quanto tempo durou, mas sempre que um indicava para o outro já o puxava de novo.

-A noite seria mais linda com você.

-Desculpa, mas eu ainda preciso te odiar para você me fazer acreditar naquelas merdas de amor. - Digo voltando para dentro, mas antes que eu saia da sacada, Aron me chama.

-Por que você não acredita? Já provou? - Ele está apoiando um braço na sacada e olhando para mim, me viro.

-Claro. Todo mundo só para de acreditar por culpa de algo.

-Ou alguem. - Ele completa, e eu suspiro porque ele está parcialmente certo.

-E sempre dói. O amor dói, mata e deixa dependente. Isso foi provado diversas vezes, mas nos tentamos insistir e só paramos quando vemos que isso é verdade.

-Mas o amor traz felicidade, alegria, trás algo que nada poderia trazer.

-No início. Esse é o desenho dele, é a capa, mas a história é completamente diferente. O amor faz você ter esperança mesmo quando tudo está perdido e consequentemente você vai até o extremo para tentar, mas isso só te machuca mais.

-Isso não vai acontecer.

-Você não é o primeiro a me dizer isso.

-Mas vou ser o ultimo. - O encaro, ele me olha, nossas expressões são de esperança. O amor que causa esperança, e eu sempre me arrependo no final.

- Se quiser a gente volta no tempo, ou fica acordado a madrugada inteira tentando fazer os segundos viram minutos e as horas viram dias. - Ele diz vindo ate mim.

-Isso é muita carência, para uma única pessoa não?

-Desculpe, mas eu só quero achar uma desculpa para beijar você, porque eu não consigo entender como você consegue ser tão gostosa. - Sorrio pelo elogio. - Eu esqueço que você tem que me odiar, mas prometo fazer você acreditar nas merdas do amor, antes que sair do Brasil.

-Você não desiste. Hein caminhãozinho. - Digo com ironia.

-Ai! - Ele colocou a mão no peito. - Obrigado por quebrar meu coração. - Ele se aproximou, tão perto que eu senti sua respiração, tinha chegado a fechar os olhos pro beijo, mas ele saiu. Filho da puta, só pra me deixar com vontade.


Era 4 da manhã, eu estava deitada na cama com os olhos abertos encarando o teto, quando alguem acordava, eu fingia que dormia, mas em nenhum momento eu dormi, pois dentro da minha cabeça parecia que acontecia uma guerra. 

Sentia como se fosse um imã, como se eu precisasse dele e não importa o que acontecia nossas vidas se cruzavam, e lá estava nós de novo. Primeiro no clipe, depois na festa, agora na minha casa de novo. E existe a chance da gente já se ter visto antes em algum festival, festa ou conferência. Não que ele seja feio, aliás não é nem um pouco, além de ter aqueles olhos, e... Não. É arriscado demais se apaixonar de novo, ainda mais quando os dois têm os egos inflados, eu já vi esse filme e não gostei do final. Ele não é e nem vai ser como uma oportunidade perdida, nada é tão bom assim. Todos tem erros... não é?

-Não consegue dormir? - Meu pensamentos são interrompidos pelo sussurro de Fefe deitada ao meu lado. Ela está deitada de lado me olhando, me inclino um pouco pro seu lado, e olho rapidamente para ela e depois desvio, porque sinto que ela sabia de algo. - Posso contar uma história? Quando eu terminei meu primeiro namoro, e estava arrasada, não conseguia dormir e às vezes nem tinha vontade de comer, parecia que tinham tirado uma parte de mim e que eu não podia mais viver, claro que isso iria passar, mas sempre me falaram que a primeira vez que dói é a dor mais intensa. Agora, eu não acredito.

Entre nós dois I ARON PIPEROnde histórias criam vida. Descubra agora