27 - Isso é apavorante.

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Volto a realidade com um gato que pula a minha frente. "Sempre caia de pé, gato miau" me lembro e sorrio. Fico com um sentimento de saudades intensa, eu o amo tanto, então tive que deixá-lo ir para que ele não precisasse passar por isso de novo. O pai dele não morreu daquela vez. Ficou, creio eu, entre 1 e 2 meses se recuperando de uma fratura na costela junto com a hemorragia no pulmão, fora as diversas coisas que a droga já tinha causado mas que o próprio não quis tratamento no hospital, lugar onde recebeu uma sentença de cerca de 15 anos por homicídio qualificado e posse de drogas e arma.

Começa a chover e eu sou acordada dos meus pensamentos pela segunda vez, continuo a andar da mesma maneira sem acelerar ou mudar o passo. O caminho era meio longo, então provavelmente eu ia chegar ensopada no hotel. Mas eu andei umas 2 ou 3 quadras quando um carro começou a andar do meu lado.

-Bre. Brenda. - Era Ben que abaixou a janela do carro e começou a me chamar.

-Oi. - Digo e paro de andar o encarando brava por causa da situação na festa, mas na verdade eu não to brava com ele e sim com Aron, mas eu não posso dizer isso.

-Entra no carro, tá chovendo. - Pede ele

-Por que? Hein? - Por que o Aron tinha que voltar e por que eu to pensando nele? Eu ainda gosto dele? Isso é apavorante.

-Eu falei sem pensar. - Ele diz sobre sua fala e o celular toca na minha bolsa, abro e vejo que era Ryan. Olha do celular pro Ben. O que ele queria? Inclusive faz tempo que ele não falava comigo.

-Ta, eu vou entrar. - Dei dois passos e paro. Eu não posso ser uma babaca e fingir que eu não errei. - Desculpa, eu não precisava ter falado daquele jeito. - Entro no carro, e quando eu ia atender o telefone, a chamada para, tento retornar, mas Ryan não atende, e recebo apenas uma mensagem dizendo que foi engano. "Mentira esfarrapada" penso, mas deixo passar.

Chegando no quarto, entro direto no banho antes que meus lábios fiquem mais roxos. A água quente cai sobre mim, e meu corpo rígido de frio agradece relaxando.

Ben entra e senta em cima da tampa do vaso.

-Deixo te contar. - Fofoca? Olho ele pelo vidro do box embaçado.

-Fala, que parece ser coisa boa.

-Boa? Exclusiva. - Por isso eu amo esse homem. Olha que perfeição. Nem parece que algumas horas atras a gente estava brigado.

-Mentira.

-Término Madelyn e Chase.

-Os da Netflix?

-Próprios.

-Diz que é mentira, eles eram tão bonitos juntos. - Eu não sei se fico chocada pela notícia ou me pergunto como ele consegui descobrir essas coisas.

-Quando eu estava saindo e esperava o meu carro chegar, vi eles saindo da festa brigando, o carro do Chase já estava esperando ele, então ele simplesmente entrou e saiu. A Madelyn até tacou o sapato no carro para ver se ele parava, mas ao invés disso acelerou mais e sumiu. E ela falou sozinha: Se é assim que quer acabar.

-E você?

-Fingi contar as estrelas que nem tinha no céu, enquanto ela me encarava buscando o sapato que tinha jogado. - Rio, pois isso é algo que ocorre com muita frequência com Ben, presenciar fofoca de famoso no momento exato que está acontecendo, e eu nunca tô junto.

Ele sai do banheiro depois trazendo uma roupa seca pra mim, deixando ela em cima da pia. Termino o banho, me seco deixando o cabelo molhado e me visto. Quando eu saio do banheiro, ele tá espiando algo fora do quarto. Cutuco sua barriga.

-O que foi? - Ele fecha a porta.

-Terminaram nada. Acabaram de entrar no quarto junto. - Ele diz

-Mentira. - Digo enfiando rapidamente a cabeça para fora da porta, mas o corredor está vazio.

Entre nós dois I ARON PIPEROnde histórias criam vida. Descubra agora