9 - Eu preciso ir.

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 Era só um paparazzi, que eu o ignorei e entrei no pet shop com Tony.

Senti que as atendentes se assustaram com ele, por causa do cheiro e de estar sujo.

-Com licença, eu quero uma ração para ele. Vocês sabem qual é a certa?

-Eeee... Ele é vira lata?

-Sim, eu acho.

-Essa daqui serve. - Ela mostrou um pacotinho.

-Certo, me vê o maior que você tiver. E eu também vou levar... - Olhei uma prateleira de petiscos, e peguei alguns bifinhos e ossos. - Isso aqui também.

-Deu um total de 300 reais. - Ela disse e eu olhei ao redor. E vi umas caminhas, mas pensei que isso poderia atrair bandidos, então decidi escolher uma coberta. Fiquei indecisa entre uma amarela de patinhas e uma azul xadrez.

-Ei, Tomy. - Disse e ele veio até minha direção. - Qual desses você prefere? - Ele olhou para as duas, e depois bateu com a patinha na azul xadrez. - Ótima escolha amigo. - Guardei a coberta amarela e levei a azul até o caixa.

-Não quer dar um banho nele? - Perguntou a moça ainda julgando.

-Não, obrigada. Ele nem é meu. Quanto deu? - Perguntei

Depois de pagar, saímos da loja e até chegarmos no senhor, já fui dando alguns petiscos para ele. Em certo momento aquele carro preto passou por nós, eu nem olhei, mas ouvi *click* *click* *click* *click*.

-Que inferno. - Disse baixo. - Foi mal. Não posso reclamar, a sua vida deve ser pior, né? Mas só pra saber eu já ofereci pro seu dono, uma casa, ele que não quis.

-Tony! Você voltou amigo. - Gritou o senhor sentado no chão a quase uma quadra de distância e o cachorro correu até ele. Fui até eles e deixei o que tinha comprado, o senhor estava tão grato que jurou pular na frente de um carro só pra me salvar, disse pra não fazer isso, e me despedi deles, dizendo que ele podia ficar com o pote e a colher.

Quando eu cheguei no apartamento, não tinha nem sinal que Fefe tinha levantado. Olhei o relógio, e vi que logo teríamos que sair. Fui até o quarto acordar ela.

-BORA ACORDAR PRINCESA! - Puxei de leve o cobertor, e ela tacou um travesseiro em mim. - Logo a gente se atrasa. Você pode dormir no avião.

-Chata! - Disse ela levantando e arrastando os pés até o banheiro.

Posso reclamar que ela se enrolou, e que faltando 10 minutos paras as 10 horas, entramos na pista, e nos aproximamos do jatinho. Onde o piloto e o co-piloto estavam nos esperando.

-Bom dia, moças. Eu sou o piloto Ayrton e esse é o co-piloto Antonio. - Disse um homem moreno que devia ter uns 40 anos e o co-piloto da mesma idade.

Eles guardaram nossas malas e embarcamos no avião. Eu e Fefe sentamos frente a frente, ela apertou forte a minha mão durante a subida.

-Não perdeu o medo ainda?

-Você acha que perdi? Só você que faz eu cometer esse tipo de loucura. Já falei pro piloto rezar para todos os deuses existentes e caso ocorra algo é pra tentar enganar a gravidade.- Dei uma leve risada.

-Calma. Trouxe o café da manhã. - Abri uma mesinha entre nos e coloquei o pote em cima.

-Fez a panqueca do jeito que eu gosto? - Perguntou

-Sim, tão fina que é quase transparente. - Disse tirando o cinto e quando eu ia levantar Fefe me puxou.

-O que você tá fazendo? Tá maluca? Quer morrer?

Entre nós dois I ARON PIPEROnde histórias criam vida. Descubra agora