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"Millie, seu amor, seu sorriso, seu beijo, devo admitir que é parte de mim, você me agrada, me completa acredite em mim como uma melodia. Sua alma, sua juventude é simplesmente significativa, é incrível o modo como me sinto tão suave. Faz-me querer dizer que é tão surpreendente, como algo tão doce, chegou e mudou minha vida..."

Analiso o que acabara de escrever. Relendo e relendo. Na minha consulta com a psicóloga eu acabei dizendo que às vezes escrevia o que sentia e ela disse para eu escrever o que me faz sentir bem, o que me desperta coisas boas. E depois reler o que eu já tinha escrito antes, eu ressaltei que não eram coisas boas, na verdade eu escrevia sobre minha incapacidade de superar Sabrina, mas ela disse que era para ver minha evolução. Não reli ainda, mas estou fazendo, escrevendo sobre Millie. Bobo, eu sei.

Estou acordada a mais ou menos 22 horas e ainda não tive alta, no momento estou sozinha com meu caderno e o silêncio, Millie teve que sair para comprar alguma coisa que não perguntei o que era, estava mais interessada em pegar meu caderno e fazer o que a psicóloga mandou.

Mas agora que terminei de colocar para fora o que sentia já nem sei o que fazer, não tem ninguém para conversar a não ser que eu chame uma enfermeira e elas devem estar ocupadas com pessoas com problemas mais reais que os meus.

O que me resta agora é forçar a minha mente para escrever mais.

Mas me peguei pensando novamente no momento de hoje cedo quando Kelly e Robert chegaram. Kelly correu para o meu lado tão rápido, como se sua vida dependesse disso.

- Aí, graças a Deus, você despertou. - disse a mulher tocando meu rosto. - Mas ainda está pálida e gelada. - observou- me analisando.

- É o ar condicionado. - argumentei.

- Veja Robert, nossa garotinha está melhor. - disse com ternura. Meu coração ficou aquecido, não faço ideia se essa expressão existe mas é o que eu sinto.

Nossa garotinha. Penso, meu peito se aperta em torno dessas palavras como se nunca quisesse soltá-las.

Voltei à realidade com três batidas na porta.

- Posso entrar? - uma voz masculina pediu batendo mais uma vez na porta.

- Finn! - exclamei surpresa. Fechei o caderno e o deixei de lado. - Entre. - meu amigo entrou fechando a porta atrás de si. Finn caminhou até minha cama e se sentou na poltrona ao lado dela.

- Você não sabe o quanto fiquei preocupado, ninguém me contou nada, tive que ligar para a Olívia para saber porque faltaram e foram embora cedo segunda.

- Nos perdoe por isso, aconteceu muita coisa em pouco tempo. - digo soltando um suspiro.

- Só não façam isso de novo, como se sente? - perguntou Finn.

- Bem, quero muito sair daqui. - digo com convicção. O tédio vai acabar me matando.

- E se eu te sequestrar? - brincou. - Podemos sair daqui, você veste alguma roupa e eu te levo para fora, entramos no meu carro e vamos para longe. - sugere Finn, bolando um grande plano. Ri alto.

- Como vai passar pelos médicos? - perguntei entrando na brincadeira.

- Pego sua mão e corremos para fora tão rápido que ninguém irá nos impedir. - diz simples.

- Você é péssimo fazendo planos Finn, sinceramente.

- Sou o único que quer te ajudar a sair daqui, não seja tão crítica. - disse me repreendendo.

- Certo, mas hoje me prometeram trazer bolo de chocolate então tenho que ficar. - digo ao lembrar de tal fato. Não vou embora sem ter comido o bolo de chocolate.

Soulmates - Sillie And SaliviaOnde histórias criam vida. Descubra agora