A Joia Flamejante • kakashi hatake

Uma luz no fim do túnel

Aldeia da Folha, País do Fogo

Dois dias antes do início da prova Chunin

Durante todo o trajeto, o homem fora contando a Ueno Sayuri sobre os próximos passos que tomariam. Enquanto caminhavam, ela um passo atrás dele devido as pernas curtas, ele relatava as novas tentativas que fariam e ela torcia, em silêncio, para que dessem certo. Olhando ao redor, ela percebera que a cidade estava mesmo mais movimentada e com rostos novos, especialmente de crianças e adolescentes. Havia uma atmosfera diferente pelas ruas da Aldeia da Folha: algo como um clima de expectativa e animação, muito parecido com o que Osaka se tornava nos dias anteriores as férias.

Ambos entraram em um restaurante de pequena extensão e foram recepcionados na entrada. Hatake Kakashi disse que estava procurando uma pessoa, e ao dizer seu nome, a simpática atendente indicou uma mesa nos fundos do estabelecimento, próximo a uma janela entreaberta. Um homem de pele ao menos três tons mais escura que de Sayuri, barba aos arredores do rosto e bandana semelhante a que Hatake Kakashi usava estava sentado, terminando de fumar um cigarro. Ele era ainda mais alto que o prateado, e Ueno Sayuri percebeu quando ele se levantou para cumprimentá-los com um aperto de mãos. Quando apertou a mão dela, analisou seu rosto, possivelmente não a reconhecendo.

— O que te traz aqui? — Perguntou o homem, percebendo o recém chegado se acomodar na mesa, acompanhado de Ueno Sayuri. Ao ver que eles faziam isso, o homem descartou a pequena ponta de cigarro restante no cinzeiro. — Sei que não costuma vir para comer churrasco.

— Sabia que estaria aqui. — Hatake Kakashi respondeu, de forma sincera. — Preciso tratar um assunto urgente com você, mas antes preciso saber quanto tempo tenho.

— Shikamaru, Choji e Ino devem chegar dentro de mais ou menos meia hora. — O homem estimou, cruzando os braços. — O que há de tão sério assim?

— Quero lhe apresentar uma situação. — Hatake Kakashi começou a falar, quase como se estivesse correndo contra o tempo. O tom de voz calmo e tranquilo fora mudado para um mais urgente. Em dado momento, ele virou-se para analisar o local: Além das atendentes, haviam apenas os três por ali. Apenas após checar, continuou. — Suponhamos que essa moça diga que veio de outro mundo para o nosso e que eu tenha acreditado. E então, supostamente hospedei ela na minha casa, a dei um emprego e sustentei uma mentira nos últimos dias, na tentativa de fazê-la voltar para casa, pois estupidamente pensei que poderia realizar isso sozinho.

— Se eu não o conhecesse, diria que suponho que bebeu muito e está delirando. — Sarutobi Asuma dissera, de forma bem humorada. Ao perceber que Ueno Sayuri e Hatake Kakashi não riam, a expressão do homem mudou completamente, de singela e humorada para completamente confusa.

— Me deixe terminar. — Hatake Kakashi pediu. — Então, qual seria minha situação diante das autoridades e do Terceiro Hokage?

— Supostamente você teria colocado toda a sua reputação em jogo, já que claramente permitiu que uma ameaça a Aldeia da Folha estivesse todo esse tempo entre nós, tendo em vista que viajar entre mundos só é possível em lendas. — Sarutobi Asuma respondeu.— Isso é algo que eu definitivamente não esperava de você. Ainda bem que estamos em uma situação hipotética... — Ele disse, ainda confuso. — Certo?

Ueno Sayuri e Hatake Kakashi se entreolharam. O pavor no rosto da moça era nítido. Ela quase conseguia sentir os seus olhos marejarem novamente, ao olhar para o homem daquela forma. Sentia-se ainda pior das coisas que havia dito a ele no dia anterior, pois ao ouvir Sarutobi Asuma falar daquela maneira, deu-se conta da encrenca que ele havia se metido, apenas para ajudá-la.