Mais forte

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Cidade de Osaka, Osaka, Japão

03 de fevereiro de 2008


A cidade, aos olhos de Hatake Kakashi, parecia mais melancólica. Ou talvez, a ansiedade que sentia crescer em seu estômago o fizesse ver tudo pela ótica de como se sentia por dentro. Houvera se preparado dessa vez: Em seu corpo, trajava o terno de Hayato, o "tio" de Suyen. Com uma mochila nas costas e óculo escuros no rosto, o homem preparara o seu disfarce exatamente como a moça o ensinara da última vez em que esteve na cidade das cerejeiras. Ou ao menos no que costumava ser a cidade das cerejeiras, já que no momento, tudo o que ele via eram árvores sofridas, com seus galhos secos. O homem caminhava, de forma lenta, até o endereço em que se lembrara. Naquela noite, em que encontrara a amada na dada dimensão que se encontrava naquele mesmo instante, hesitou em falar imediatamente com ela e seguiu os amigos, para saber onde cada um morava. Aquela foi a decisão mais acertada de toda a investigação. Pois agora, na segunda vez na cidade, sabia exatamente onde Mizoroge Hayato morava. Era para lá que estava seguindo, após não conseguir contatar Ozu Emily em sua residência.

Alguém o atendeu primeiro. Desconfiado com as desculpas que Hatake Kakashi dera, o empregado da casa pediu para que ele esperasse. O terno que o ninja usava não era acolchoado o suficiente para suportar o frio, e por isso, ele começou a caminhar de um lado para o outro, afim de esquentar o próprio corpo. Diferente do apartamento de Suyen e de Emily, a casa do homem era deslumbrante e ficava em uma rua um pouco afastada da cidade. Tudo parecia muito mais arborizado e elegante nas redondezas, até mesmo os cafés e casacos da senhoras que perambulavam na baixa temperatura.

O ninja achava que o mais difícil em toda aquela jornada havia sido convencer a Senhora Tsunade ao deixar ir buscar Yoshikawa Suyen e ouvir todas as recomendações absurdas que ela fizera, mas para o seu azar, aquilo fora apenas uma amostra. Viver em uma dimensão completamente diferente era assustador. Todas as vezes que via um carro, Kakashi se encolhia um pouco e eram milhares de carros passando por todos os lados. O que dizer, então, dos aparelhos que as pessoas digitavam o dia inteiro? Aquilo o assustava muito. Na última vez em que estivera em Osaka, havia um pouco deles, mas agora, até as crianças possuíam um nas mãos, ostentando várias cores. Os telões com muitas informações, as centenas de restaurantes espalhados por todo lado... Tudo isso o deixava tonto. Era quase como se seu cérebro não possuísse capacidade de assimilar as novidades.

Quando o empregado voltou, trazia consigo um outro e Kakashi o conhecera de primeira. A presença desse era mais relaxada, principalmente pelo fato de não se importar de aparecer usando pantufas, roupão de seda e casaco de frio na mesma combinação. Mizoroge Hayato encarou o recém chegado de cima a baixo, quase como se estivesse incrédulo e em alguns segundos, um sorriso espontâneo surgiu em seus lábios, fazendo com que as linhas de expressão saltasse em seu rosto. Apesar de não ser mais tão novo pela aparência, o homem exalava juventude em cada poro do corpo. Era mais ou menos assim que Hatake Kakashi imaginava que Maito Gai estaria quando atingisse próximo aos cinquenta anos.

— Quase não acreditei quando me disseram que era realmente você que estava aqui. — Comentou, sem cerimônias.

— Eu disse que voltaria.

— Claro, mas não sabia até onde eu podia confiar em você. — Hayato comentou, ainda o encarando de cima a baixo. — Acho que conheço esse terno.

— Pois é. — Kakashi olhou para as vestimentas que usava.

— Ele não consegue te proteger do frio. — O homem abriu espaço, se afastando da porta. — Entre ou vai congelar.

A Joia Flamejante  • kakashi hatakeOnde histórias criam vida. Descubra agora