A Joia Flamejante • kakashi hatake

Propriedade Yoshikawa

Propriedade dos Yoshikawas, fronteira do País do Fogo

Vinte dias antes do Ataque de Pain

— Quer parar um pouco? — Ele indagou, dado momento, após uma hora e meia de caminhada, quando o sol já estava forte acima de suas cabeças.

— Sim, mas tenho medo de isso nos atrasar.

— Temos tempo o suficiente, não se preocupe. — Disse, gentil, e então, os dois se assentaram embaixo de árvores robustas e altas. Ali, a vegetação começava a ficar um pouco mais íngreme e complicada de caminhar, com diversos troncos ocos e pedras pelo solo. — Beba água. — Sugeriu, entregando o recipiente para ela.

Os dois estavam caminhando para a propriedade Yoshikawa, onde seu pai, seus tios e seus familiares moravam. Passariam um dia e uma noite por lá, antes de seguirem para a Aldeia da Folha, onde Hatake Kakashi possuía compromissos e missões a fazer e ambos começariam sua nova vida como casados. O caminho era um pouco complicado, deserto, mas as paisagens que os dois se deparavam era de tirar o folego de qualquer um. Suyen achava muito semelhante com algumas escaladas que o seu avô fazia quando ela criança e a contava como se aquilo fosse a coisa mais incrível do mundo – e ela realmente acreditava que seria.

— Olhe só, parece que uma criança andou por aqui. — Kakashi comentou, ao achar um cachecol infantil ao lado de uma pedra. Ele o levantou e virou para que Suyen veja.

— Muito bonitinho, não é? — Ela disse, tocando o tecido. Kakashi olhava intrigado a peça.

— Eu usava um semelhante a esse, quando era criança.

— Deveria ficar uma graça no mini Kakashi. — Comentou, rindo. De repente, pensou que amaria ver uma versão em miniatura do homem que amava e sentiu-se triste por saber que isso nunca aconteceria. Sua expressão mudou imediatamente, e o homem percebera, logo que isso aconteceu.

— Algum problema?

Suyen ia dizer que não, mas sabia que agora tinha que ser sincera.

— Não, não é nada é que... De repente me passou algo por a cabeça.

— Me diga o que foi.— Pediu, tocando o queixo dela de forma delicada. — Talvez colocar para fora ajude a você tirar essa expressão triste do rosto.

A mulher respirou fundo antes de falar. Se sentia um pouco deslocada com toda aquela situação, porém, sabia que cedo ou tarde teriam que ter aquela conversa. Afinal, agora eram uma família.

— Kakashi, você nunca quis ter filhos?

— Era isso que estava pensando, então. — O homem de cabelos prateados passou a mão pela cintura de Suyen, a puxando para mais perto dele. Sem muita pressa, Kakashi pousou um beijo delicado no topo da cabeça dela, antes de continuar. — Na minha vida, sempre vivi pelo trabalho. Nunca pensei muito nisso de filhos, eu confesso, mas hoje vejo que eu não quero ter.

— Por que não?

— Você não pode gerar filhos, e se não for com você, eu não quero ter. — Respondeu, de forma simples e direta.

— Isso não é justo. — Suyen sentiu sua expressão inteira se desmanchar em tristeza. — Nunca pensou em dar continuidade ao clã Hatake?

Ele riu, e então, tocou o rosto dela.

— Eu não quero nada além do que você pode me dar. — Garantiu, olhando em seus olhos.— E os integrantes do time 7 terão seus próprios filhos. Terá um pouco do clã Hatake em cada um desses filhos, pois muito mais do que genética, o mais importante são os ensinamentos que passei para eles como sensei.