A ninja desconhecida

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Aldeia da Folha, País do Fogo

Muitos dias depois do inicio do treinamento de Sayuri


Treinar com Maito Gai tornou-se uma das coisas favoritas de Ueno Sayuri. No começo, fora estranho, levando em consideração a maneira com que haviam flertado no bar no dia de seu aniversário, mas posteriormente, apenas de o ver ela se sentia feliz. Ele e seu pupilo, RockLee, eram pessoas extremamente cativantes, de maneira que os manter por perto fazia com que a vida de Sayuri se enchesse de cor novamente. A medida que cada um ia saindo em missões, a moça treinava com outros, de maneira que conheceu várias outras pessoas além deles, como os colegas de Hinata, Shino e Kiba, e até o primo da Hyūga, que chamava-se Neji. Sakura visitava Sayuri vez ou outra também, e ambas bebiam leite de morango, riam dos seus fracassos e comemoravam a suas conquistas. Em um fim de tarde, como era de praxe, Gai e RockLee haviam passado o dia ensinando técnicas de Taijutsu para a moça de cabelos longos. Os três, naquele momento, descansavam a beira de um pequeno lago presente ali, o qual Ueno Sayuri se aproximou para molhar a nuca. Olhando para as próprias roupas, ela riu baixinho, se lembrando que Hatake Kakashi havia tirado sarro dela quando a viu usando o traje verde que Maito Gai a presenteara, na segunda vez que treinaram juntos. Era a versão feminina do que o mesmo e RockLee usava, mas como ele sempre dizia, era uma roupa confortável de se vestir para treinamentos como os deles.

Lee se aproximou de Sayuri, fazendo o mesmo que ela e aproveitando para beber um pouco de água também. Maito Gai molhava os próprios pés, retirando as sandálias e os pesos que prendiam seu tornozelo. Treinar com aqueles pesos era como o inferno – mas Sayuri sabia que era possível se acostumar até com a pior das realidades, e por isso, não demorou para se adaptar.

— Olha, Gai-sensei. — Rocklee exclamou, mostrando o reflexo dos três enfileirados na água. — Olhando assim, quase parecemos uma família, não acha? Com a mesma roupa e a mesma cor de cabelo.

Gai sorriu.

— O que acha disso, Ueno Sayuri? — O mais velho quis saber.

Sayuri assentiu, com um sorriso nos lábios também.

— Eu acho que estamos realmente parecidos. — Disse, arrumando o coque em que os cabelos escuros e longos estavam presos. — É como se Lee fosse o filho mais novo, eu a filha mais velha e você o pai.

— Corta essa. Está insinuando que sou velho o suficiente para ser seu pai?

— Está insinuando que seria velho por ser meu pai? — Ela arregalou os olhos, de brincadeira. — Isso me faz velha também, não é? Estou verdadeiramente ofendida.

— Não fique. — Ele pediu, ainda com um sorriso divertido nos lábios. — Eu gostaria de ser qualquer coisa, menos o seu pai. Por que você não pode ser a mãe do Lee?

— Eu não tenho nem idade pra isso. — Respondeu, com um sorriso amarelo. — Não sou tão mais velha assim que ele.

— Você sabe do que eu estou falando. — Gai insistiu.

— Do que?

— Se eu sou o pai e você é a mãe, isso significa...

— Que eu poderia ser mãe antes dos 8 anos? — Exclamou, se levantando. Sayuri, em um tom de brincadeira, se fazia de desentendida.

— Estamos vendo diante de nós um homem que acaba de ser ferido da pior forma. — RockLee disse, de forma dramática.

— Alguém chame os médicos ninjas. — Gai fingiu se jogar teatralmente para trás. — Acho que não conseguirei superar o buraco que essa mulher deixou no meu coração.

A Joia Flamejante  • kakashi hatakeOnde histórias criam vida. Descubra agora