- Capítulo 06 -

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- JOANA FLORES -

— Então a Branca de neve e os sete anões ficaram escondidos em uma caverna, até... — Olhei para a minha filha e ela já havia pegado no sono. — Boa noite meu anjinho.

Fechei o livro de história favorito da minha filha e recostei a cabeça sobre o travesseiro, pensando o que seria de mim por ter afrontado um homem poderoso e arrogante como aquele. Eu não saberia o que fazer, caso ele tentasse algo contra mim, a adrenalina daquele momento ainda corria pelas minhas veias, e a minha instabilidade emocional estava acabando comigo. Eu estava arrependida, não por ter me defendido, qualquer mulher em meu lugar faria o mesmo, talvez deveria ter pensado melhor antes de agir daquela forma, mas era tarde para arrependimentos, o que estava feito, estava feito e não tinha como voltar atrás; o rico arrogante foi humilhado e eu fugi feito uma covarde.

Depois de me levantar da cama, encontrei com Maria e Margaret que estavam na sala assistindo novela na sala do pequeno apartamento enquanto faziam as unhas.

O cheiro de tristeza era nítido naquela sala mal organizada, com aquele sofá velho cor de musgo que cheirava a mofo, suspenso por dois tijolos. A televisão precisava de uma palha de aço em cima da antena, para sintonizar os canais. Já que não tínhamos sinal digital.

Não me surpreendia saber que Margaret não gostasse de viver naquele lugar, talvez nenhuma de nós gostássemos, nós só sobrevivíamos conforme a vida nos permitia.

— O que está fazendo em casa a essa hora? — Perguntou Margaret com a cabeça baixa pintando as unhas dos pés usando seus protetores de dedos, quando notou a minha presença.

— Fui demitida! — resmunguei entre os dentes.

Não queria nem me lembrar da forma como aquilo aconteceu.

— Como assim? Mas você começou a dois dias. — Disse minha amiga quase gritando, enquanto parava de pintar as unhas virando o corpo em minha direção.

Me sentei no braço do sofá, pensando em como contar para aquela maluca que atirei Whisky na cara do homem que ela tanto queria, pois certamente ela criaria a maior confusão comigo e jogaria na minha cara a merda de vida que eu levava para recusar tanto dinheiro, por uma proposta aparentemente tão fácil.

— Jeferson disse que eu não levo jeito.

Certamente ela saberia o que aconteceu assim que chegasse no Pub. Eu tinha a opção de aturar seu mau humor ao contar a verdade, ou simplesmente ignorar o que aconteceu, e esperar por mais algumas horas até a hora em que ela descobrisse por conta própria. O que não demoraria acontecer.

E como um alguém que já não aguentava mais tanta pressão, resolvi ficar calada e fingir que estava tudo bem, embora meu coração estivesse tremendo de medo das consequências que eu poderia sofrer por afrontar aquele homem. 

 

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