- GAEL CARTIER -
O médico nos levou até o quarto onde a menina estava repousando, e depois de dar a Joana algumas orientações, ele nos deixou a sós com a menina que distraída deitada na cama, olhava fixamente para a TV que exibia o filme do Shrek.
- Meu amor. - Joana e eu nos aproximamos do leito, quando a menina nos viu sorriu e esticou os bracinhos em nossa direção. Joana se jogou para cima da filha e a beijou na testa. - Estou tão feliz que você esteja bem, meu amor - acariciou seu rostinho angelical.
Segurei com cuidado a pequena mão que estava com uma intravenosa liberando a medicação, e sorri.
- Eu também estou muito orgulhoso de você, princesa. Você está sendo muito forte.
Isabel riu mostrando as mesmas encantadoras covinhas que a mãe tinha.
- Príncipe, por que você e a mamãe estavam brigando? - A menina perguntou com os olhinhos entristecidos.
Joana e eu nos entreolhamos.
- Há... sim... nós... nós, só estávamos conversando, acertando as indiferenças. - Balbuciei sem jeito.
- Filha, adultos têm suas diferenças, mas fique tranquila, Gael e eu somos bons amigos.
Mentirosa!
- E como vocês se conhecerem...?
E mais uma vez, Joana e eu trocamos um olhar cheio de questionamentos.
Engoli a seco me questionando: o que está dando nessa menina para falar sobre essas coisas justamente agora?
- Nós nos conhecemos no meu último trabalho, meu amor... - Joana tentou uma explicação, mas parou depois de me ver olhar em sua direção com a testa franzida e os olhos semicerrados. Certamente a fiz se lembrar do incidente com o Whisky.
- Eh. E, sua mamãe foi uma mocinha muito malvada comigo - resmunguei.
Joana me deu um beliscão de leve no braço sem que a menina percebesse.
- Aí - movi os lábios esfregando o braço.
- Não quero que briguem. Não gosto de brigas. Mamãe você disse que não ia ser malcriada com o príncipe... - Resmungou a menina.
Joana e eu trocamos um outro olhar e naquele momento, eu tinha uma certeza: Isabel era a minha aliada. Embora fosse péssimo saber que nós estávamos dando mal exemplo para aquele ser tão doce.
Respirei fundo disposto a resolver aquela situação.
- Nós nunca mais vamos brigar - estiquei o dedo mínimo em direção de Joana. Ela também esticou seu dedo e fizemos uma promessa de dedinho na frente da menina. - Promessa de dedinho.
Isabel riu novamente.
- Mamãe, porque eu não tenho um papai? A Buninha disse que tem um papai.
Já haviam algumas semanas que Isabel chegava do colégio falando dessa amiguinha chamada "Bruninha". Ela sempre contava todas as brincadeiras e sobre as coisas que elas conversavam no colégio. Com toda certeza a menina estava sendo um espelho para Isabel.
Joana pareceu ficar constrangida, ou sem resposta para aquela pergunta. Não é por menos, eu sabia o quanto era difícil falar sobre o passado. E no caso de Joana era um passado terrível e obscuro.
- Porque seu pai foi morar no céu há muitos anos, filha.
A menina enrugou a testa e esticou um beicinho para chorar.

VOCÊ ESTÁ LENDO
A Garota perfeita
RomanceJoana Flores é uma mãe solteira que aceita trabalhar em um dos pubs mais badalados da cidade para criar a filha, mas sua vida muda quando ela cruza com Gael Cartier, um milionário frio e caprichoso que confunde Joana com uma garota de programa. Ele...