- Capítulo 38 -

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-GAEL CARTIER-

— Você está ficando maluco? Me deixa ver se eu entendi bem: você obrigou a moça vir morar aqui com a filha dela?

Respirei fundo e respondi:

— Sim.

Não resisti, precisei contar ao meu irmão na íntegra tudo o que estava acontecendo. Cheguei no ponto da história onde eu queria solucionar todas as situações, então achei prudente pedir conselhos ao meu irmão.

— Tudo isso porque ela jogou Whisky na sua cara, depois de você a importunar?

Trinquei os dentes e encolhi os ombros.

— Sim.

Meu irmão soltou uma gargalhada gostosa que preencheu toda a sala onde estávamos conversando. Ele caminhou em direção a adega e pegou uma garrafa de Tequila.

— Você está ficando caprichoso igual ao nosso pai. Não aceita não como resposta — analisou o rótulo da garrafa e pegou um copo.

— Eu? Imagina.

— Tequila? — Ele esticou a garrafa em minha direção.

— Não. Não gosto desse. — Respondi.

Meu irmão riu.

— Caprichoso igual ao nosso pai! — afirmou.

— Cala a boca Júlio, não é porque você nasceu dois minutos antes de mim que pode me dar sermões.

Ele caminhou em minha direção com o copo na mão e se sentou na poltrona ao meu lado.

— Eu te conheço muito bem. Não trouxe ela para cá à toa, trouxe?

Neguei com a cabeça.

— Desde a primeira vez que a vi senti algo — confessei. — Pensei que ela fosse como aquelas mulheres que trabalham no pub, você sabe... Saem com homens por dinheiro, mas ela é diferente. Me rejeitou, rejeitou a minha proposta, e passa a maior parte do tempo resistindo a tudo o que tento demonstrar por ela, e isso me deixa louco. Você sabe como eu odeio ser ignorado e... Para completar eu não consigo parar de pensar nela.

Meu irmão estreitou os olhos em minha direção.

— Gael, você está apaixonado por essa moça? — Abaixei a cabeça, o silêncio que saía de mim falava mais que "mil" palavras. Meu irmão assentiu com a cabeça como se estivesse admirado — Eu fico feliz por isso. Feliz que tenha esquecido aquela diaba da Jasmine que só te fez mal.

— Gosto dela, mas não sei como demostrar isso, afinal ela está sempre me irritando e eu não tenho paciência.

Meu irmão riu.

— Suponho que seja geniosa.

— Sim, e como — respondi.

— É a Garota perfeita para você! — zombou rindo.

— Não sei porque ela age tão mal, eu sempre a tratei muito bem.

— Diga você, se fosse obrigado a viver na casa de um estranho... se eu fosse essa mulher, teria pânico de você — zombou novamente.

Dei um soco leve em seu braço.

— Deixa de ser idiota, Júlio.

— Não estou sendo — falou.

Ele jogou o corpo para frente, apoiou seus cotovelos em seus joelhos e me encarou deixando seu sorriso esfriar.

De repente, o ar ficou sério.

— Está fazendo errado, não se conquista uma mulher à força, irmão.

— Eu não estou à forçando! — me defendi sendo orgulhoso.

— Está sim. Está fazendo como o papai, controlando tudo. Deixe-a descobrir seu valor como homem, Gael. Se ela não te aceitou da forma como você se mostrou pela primeira vez, deveria deixá-la em paz, ou tentar conquistá-la por outros meios que não fosse "conquistá-la pelo seu dinehiro". - ele respirou fundo e olhou - Irmão... Se ela tiver que ir, deixe-a ir, mas se ela tiver que ficar, vai ficar e pronto! Só não seja cabeça dura e continue estragando tudo.

Assenti com a cabeça. Eu não queria admitir, mas, meu irmão tinha razão. Ele tinha toda razão.

— Eu não quero que ela vá embora, me apeguei a menina, e a ela também. Não sei como vai ser da minha vida sem elas. — Meu irmão riu. — Joana é uma garota incrível, forte, determinada, desobediente..., mas ainda sim é divina em todos os aspectos. E desde que elas vieram morar aqui, eu me sinto mais feliz. Completo. Não quero que nada disso acabe.

Meu irmão apertou o meu joelho.

— Não acredito que precisei vir da Itália para te dar conselhos amorosos.

Trocamos um sorriso cumplicie.

— Ainda bem, porque eu não sabia mais o que fazer. E, afinal... o que devo fazer?

— Deixe-a escolher se quer ficar ou ir, mas antes de tudo... — meu irmão puxou dois convites do bolso da calça. — Leve-a para sair, seu imbecil! — ele jogou os convites em mim.

Os espalmei e li.

— O que é isso?

— É a festa de gala da empresa do meu sogro, é um evento beneficente. Porque não aproveita a oportunidade e a convida para sair. Mas se ela negar, simplesmente aceite o não como resposta e cale essa boca.

Ri da forma como meu irmão me aconselhava.

E, de repente, Joana entrou na sala.

— Meninos, o almoço está na mesa.

— Maravilha, eu estava mesmo morrendo de fome — falei me levantando da poltrona.

Meu irmão e eu trocamos um olhar de cumplicidade e seguimos Joana.

Meu irmão e eu trocamos um olhar de cumplicidade e seguimos Joana

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