- Capítulo 08 -

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- JOANA FLORES -

Relaxa Joana nada de mal vai te acontecer, pensei ao sentir a água quente da ducha sobre a minha pele. Eu estava pirando, morrendo de medo daquele homem ir atrás de mim. Me sentia sozinha e desprotegida, principalmente por Margaret e Maria terem me deixado sozinha em casa com minha filha para ir fofocar na casa de alguma amiga.

— Mamãe! — gritou Isabel.

Ela invadiu o banheiro, e disse que havia um príncipe na porta, a princípio sorri, pois Isabel adorava ouvir contos de fada, e todas as coisas para ela era como nas histórias, sempre havia um final feliz.

— Isabel, príncipes não existem — disse.

— Existem sim, e tem um ali na porta.

Terminei meu banho e vesti uma calça jeans velha e uma blusa branca de alcinha, também prendi o cabelo, pois não gostava que meus fios caíssem sobre meu rosto quando estavam molhados.

Caminhei até a porta, tranquilamente, pois pensei que fosse apenas uma brincadeira da minha filha, mas quando abri a porta, meu coração disparou no peito com aquele sorriso frio que me esperava.

— Olá, Docinho!

Fiquei paralisada. Por um momento o ar parou de correr em meus pulmões.

Merda!

Aquele homem estava com dois seguranças, um à sua esquerda, e o outro à sua direita. Meus joelhos bateram, minhas pernas mal podiam sustentar o peso do meu corpo. Eu ia desabar a qualquer momento.

E como um instinto de proteção peguei Isabel no colo afastando-me da porta. Incrivelmente minha filha sorria encantada olhando para ele, que mantinha um sorriso frio no rosto.

— Não disse mamãe, que era um príncipe — disse a menina com inocência.

Estou ferrada! pensei ao ver aqueles dois brutamontes me avaliar com semblante fechado, como se eu estivesse prestes a ser levada para a forca.

— Porque não manda essa linda princesa ir para o quarto, nós precisamos conversar, não acha?

Lentamente coloquei Isabel no chão e ordenei que minha filha fosse para o quarto, e esperasse lá, não queria que ela estivesse presente para ver o que estava prestes a acontecer. E, quando a menina saiu do nosso campo de visão, ele voltou a me encarar com olhos ferozes.

— Pensou que fugiria de mim? — Disse o homem um tanto frio, porém com olhar menos apático. — Não vai me convidar para entrar?

E agora? Me faço de durona, ou entro no jogo e finjo ser educada?

Mas como meu gênio não ajudava muito. Acabei me deixando levar pela lembrança daquele infeliz segurando meu braço no Pub me oferecendo dinheiro como se eu fosse uma mulher da vida, e acabei me deixando levar pelos meus ressentimentos:

— Não. Vá embora! Não temos nada para conversar — tentei inutilmente fechar a porta, mesmo sabendo que era inútil medir forças como aqueles brutamontes.

— Eu não vou a lugar algum, até termos uma conversinha — retrucou empurrando a porta forçando a entrada.

Depois que aquele imundo conseguiu abrir a porta, pediu que seus seguranças ficassem do lado de fora e entrou caminhando em passos lentos na minha direção. Senti o desespero tomar meu ser enquanto o via caminhar em minha direção. Dei passos para trás até ficar imprensada contra a parede e não ter para onde fugir.

Com a claridade do dia eu conseguia ver com perfeição suas feições. Seu rosto não me gerava nenhum medo. Pois ele tinha olhos profundos azuis claro, sobrancelhas grossas, cabelos castanhos escuros perfeitamente aparados e um pequeno furo no queixo, sem dúvidas ele era um homem muito atraente.

A Garota perfeitaOnde histórias criam vida. Descubra agora