- Capítulo 25 -

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- JOANA FLORES -

Após saber sobre uma parte da vida de Gael, ele passou a estar mais tolerável aos meus olhos. Confesso, fiquei tentada a saber sobre a história de Jasmine mais a fundo, mas se eu perguntasse, ele iria desejar conhecer também a minha história, e eu não estava pronta para enfrentar meu passado do qual eu fugia todos os dias.

— Tem certeza que você não prefere que meus empregados façam isso? — Gael perguntou enquanto eu pressionava minhas duas palmas em sua coluna e o empurrava em direção ao seu carro.

— Nada disso, tudo é mais gostoso quando fazemos com as nossas próprias mãos.

— Joana! — resmungou pirracento.

— Isso mesmo príncipe, não pode ser preguiçoso. — Isabel interveio caminhando ao meu lado enquanto segurava a srta. Pompom.

— Mas princesa, eu não sou um jardineiro.

— Não se preocupe, eu vou te ensinar tudo o que precisa saber para deixar aquele jardim novo em folha — falei.

Gael tocou nos óculos escuro de cima da cabeça e o puxou para cima do nariz.

— Tudo bem, vocês venceram. — Ele disse abrindo a porta do carro para que Isabel e eu pudéssemos entrar.

Gael dirigiu pacientemente por minutos. Durante a viagem fiquei observando seu queixo quadrado com uma maravilhosa fenda no meio, seu nariz fino e barba mal feita que fazia contraste com alguns pelos que saíam pela fenda da camisa gola "v" vinho que ele usava. Não pude deixar de observar seus músculos definidos esticados, enquanto suas mãos manuseavam o volante. Devo admitir: Gael era muito atraente, o tipo de homem que inspira e suspira virilidade. E só de pensar naquelas coisas eu sentia meu corpo em chamas.

— O que foi? Por que está me olhando? — Ouvi sua voz me tirar do devaneio.

Droga, passei tempo de mais o avaliando e ele acabou percebendo.

— O quê? — Voltei a perguntar completamente sem jeito.

— Você está a minutos me olhando.

— E-Eu? — Droga gaguejei. — Impressão sua.

Ele virou o rosto na direção oposta à minha, vi um sorriso torto e confiante brotar em seus lábios.

Chegamos a uma floricultura imensa, onde havia todo tipo de plantas, flores e decorações. Fiquei encantada com a variedade do local. Isabel saiu correndo para área das decorações para ver os anões de jardim. Troquei um olhar com Gael e fomos atrás dela.

— Príncipe, príncipe! — exclamou a menina de excitação. — Podemos levar os anões? E os cogumelos? E o casal de patinhos...?

Gael estendeu os braços e minha filha pulou em seu colo.

— Mas é claro que pode princesa — disse ele beijando a cabeça da minha filha.

Quando mirei aquela cena, senti algo dentro de mim. Meu coração bateu forte além do que deveria. Nunca havia passado pela minha cabeça dar um pai para a minha filha, mas quando vi Gael pegá-la no colo com tanto carinho, e ver ela sorrindo com seus bracinhos enroscados no pescoço dele como se fosse a criança mais feliz do mundo, comecei a levar em consideração aquela ideia.

— Joana! — Senti a mão de Gael me sacodir.

— Oi!

E mais uma vez eu estava viajando na batatinha.

— O que está dando em você, hein? — Gael perguntou.

— Mamãe está no mundo da lua. — Isabel comentou.

Gael soltou uma gargalhada divertida e Isabel o acompanhou.

— Isso não tem graça — murmurei puxando da bolsa a listinha que eu havia feito para não esquecer de nada. — Vamos as compras.

Peguei um grande carrinho e começamos a enchê-lo de todo o material necessário. Pegamos alguns vasos, fizemos o pedido de grama e terra adubada. Jarros, luvas, pá de jardim entre outros equipamentos de trabalho.

— Agora... — Risquei alguns itens da listinha. — Faltam as plantas.

— É por aqui — Gael disse seguindo para os fundos da loja.

Caminhamos mais um pouco e entramos em um corredor onde havia as mais variadas flores. Um cenário rico em cores e exuberância.

— Olha mamãe! — Isabel apontou para uma planta.

— Que bonita — Gael comentou segurando as mãozinhas da minha filha.

— São orquídeas — peguei o vaso e cheirei sua fragrância. — Além de bonitas elas tem uma fragrância maravilhosa.

— Me deixa sentir — ele se aproximou do jarro e puxou o ar. — Nossa, flores têm um cheiro tão bom — seus olhos correram sobre mim —, não acha Joana Flores?

Senti meu rosto corar com a indireta.

E, antes que eu pudesse responder, ele pegou uma flor e colocou em cima da minha orelha entre meus cabelos.

— Prontinho. Uma flor para outra flor.

Não pude conter o sorriso.

Sorri largamente como uma boba. Trocamos um olhar demorado cheio de questionamentos, onde meu estômago começou formigar e eu tentava entender o que estava acontecendo comigo.

De repente, ele me deu as costas e voltou a caminhar pelo extenso corredor com minha filha ao seu lado, me deixando completamente confusa.

Passamos os minutos seguintes comprando todo tipo de plantas, flores e algumas trepadeiras para o jardim.

Terminado as compras, Gael e eu levamos tudo para o carro, depois partimos rumo à...

— Mamãe eu estou com fominha — Isabel falou do banco traseiro alisando a pequena barriga por cima do vestido rendado.

— Já estamos quase chegando filha. E você vai poder comer uns dos seus lanches favoritos que a Luz preparou.

— Nada disso, se a princesa quer comer agora, nós vamos comer agora. — Disse Gael girando o volante para fazer o contorno na via expressa.

Ah!

A menina riu de forma sapeca do banco de trás.

— De uma coisa, eu tenho certeza: você vai acabar estragando a minha filha — murmurei.

Gael riu.

Gael riu

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