- JOANA FLORES -
Virei o rosto na direção oposta a Gael, fugindo dos seus lábios. Que eu amava, era fato! Mas eu não poderia ser assim tão fácil.
— Como tem tanta certeza de que o filho é seu?
Ele abriu um sorriso bonito, de dentes brancos, mostrando seus grandes incisivos centrais. Senti formigas no estômago diante daquele sorriso tão iluminado.
— Eu sinto. E pelos meus cálculos...
— Espera aí? — O interrompi indignada. — Você fez cálculos para saber se o filho é ou não seu?
Ele moveu a cabeça em minha direção com o olhar cheio de cinismo.
— Mas é claro! Segundo os exames, você está grávida de quatro semanas, e segundo os meus cálculos... à quatro semanas nós estávamos fazendo amor loucamente na cama do meu quarto, na banheira... — Ele levantou as sobrancelhas e as sacudiu sorrindo. — No escritório...
Senti meu rosto corar ao me lembrar do dia em que nós, nos atacamos feito animais dentro daquele escritório, e fizemos amor selvagem por cima de sua mesa jogando todos os itens que estava sobre ela ao chão.
— Isso pode não dizer nada. Eu posso ter sido uma garota muito malvada!
Ele riu.
Pude perceber seus olhos mudando de cor, de um azul claro para uma tonalidade mais intensa.
— Eu sei, já provei esse seu lado mais malvado. E, te conhecendo bem, você não ficou com mais ninguém enquanto estávamos juntos.
Suspirei impaciente. Era incrível a capacidade que eu tinha de perder para ele em uma conversa.
Suspirei vencida.
— Você está certo, eu não fiquei com ninguém.
Ele sorriu amplamente, segurou meu rosto com delicadeza, e ficou me observando por longos segundos. Seus dedos deslizaram do meu maxilar até meus lábios. Fechei os olhos sentindo o calor da sua respiração que se aproximava cada vez mais enquanto eu esperava por um beijo.
— Isso significa que vou ser pai, Joana. — Falou baixinho, como um sussurro ao pé do meu ouvido, movimentando seus lábios na direção dos meus.
Mesmo em uma cama de hospital e com uma intravenosa na veia, senti todo meu ser estremecer. Gael causava sérios efeitos colaterais em meu corpo.
E, lá estava eu, rendida, entregue, à mercê dele novamente.
E quando seus lábios estavam quase tocando os meus, me lembrei daquela linda e sexy mulher levando bebida para ele e o chamando de "amorzinho".
Meu sangue ferveu de ciúmes.
Abri os olhos para desfazer aquele contato. Resmunguei qualquer coisa e olhei na direção das janelas do quarto, com o semblante sério e cabeça cheia de caraminholas.
— Joana? — De repente o tom dele ficou sério.
— O que foi? — Respondi ríspida.
— Por que está me tratando assim tão seca? Eu já te pedi perdão, me desculpei perante testemunhas... Eu não entendo, o que mais você quer que eu faça? É só me dizer que eu faço, meu amor.
Me movi na cama e olhei em sua direção com o semblante duro.
— Quem é aquela mulher que estava chamando você de "amorzinho"?
Ele riu aliviado com a segurança de quem sabia que eu estava morrendo de ciúmes.
— Jo...ana... — Ele me encarou com aquelas lindas piscinas azuis e um sorriso brincalhão no rosto. — Então era isso, você está com ciúmes?
VOCÊ ESTÁ LENDO
A Garota perfeita
RomanceJoana Flores é uma mãe solteira que aceita trabalhar em um dos pubs mais badalados da cidade para criar a filha, mas sua vida muda quando ela cruza com Gael Cartier, um milionário frio e caprichoso que confunde Joana com uma garota de programa. Ele...