- Capítulo 18 -

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- GAEL CARTIER -

— Desastre! — gritei do outro lado da cozinha, jogando mais um pedaço da torta em Joana. — Você é um desastre como mulher!

— Você não sabe nada sobre mim, seu imbecil! — Ela revidou enfiando a mão na torta e atirando outro pedaço em minha direção.

— Você não tem modos, não tem refino e nenhum tipo de delicadeza, parece um animal selvagem!

— Eu já disse: — ela apontou a pá para bolos em minha direção —, fica longe de mim, ou eu, eu...

Eu sei que foi errado tentar seduzir a Joana, mas... convenhamos, não era fácil ter uma mulher linda transitando pela minha casa, e gemendo daquele jeito enquanto ela comia a minha torta favorita e lambia o garfo me mostrando sua deliciosa língua rosada. Fiquei imaginando o que aquela língua era capaz de fazer.

— Não poderia ter me dado um fora apenas! Tinha mesmo que me jogar torta na cara? — Retruquei furioso.

— A culpa foi sua! E olha o que você fez com a minha roupa! — ela levantou as bordas do robe que também estavam sujos de torta.

— Você começou primeiro! E olha a bagunça que fez na cozinha da Luz! — gritei me esquivando da laranja que voara em minha direção.

Guerra de torta, foi o que aconteceu. Acontece que genioso como sou, não consegui ficar parado vendo Joana me jogar na cara a torta que ela comia, então eu também peguei um considerável pedaço de torta e lancei na cara dela, o que foi a pior coisa que fiz.

Furiosa ela se levantou da mesa, e começou a me lançar tudo o que estava em sua frente, as frutas da fruteira, os pratos de porcelana, as taças de cristal, tudo absolutamente tudo... tentei me esconder atrás da porta da dispensa, mas ela pegou a pá para bolos e apontou em minha direção, como se fosse cortar meu pescoço com aquela coisa, que nem mesmo tinha uma lâmina.

— Eu não deveria ter saído do quarto, eu deveria ter ficado lá pensando em como matar você! — ela gritou também.

— Ah! Então quer dizer que você pretende me matar? Pois eu duvido muito, você não passa de uma covarde, aposto que nem consegue ver sangue! — retruquei e voltei a me encolher atrás da porta da dispensa.

— Pois eu te provo, seu maldito! — ela gritou apontando aquela coisa em minha direção.

— Pois fique sabendo que... Aí!

 Aí!

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