Joana Flores é uma mãe solteira que aceita trabalhar em um dos pubs mais badalados da cidade para criar a filha, mas sua vida muda quando ela cruza com Gael Cartier, um milionário frio e caprichoso que confunde Joana com uma garota de programa. Ele...
- Desculpe Polyana, mas isso vai ter que ficar para outra hora.
Corri na direção de Joana. Eu não poderia deixá-la partir, não por causa daquele mal entendido estúpido.
Aquela teimosa ainda insistia em duvidar do meu caráter, mas eu estava decidido fazê-la mudar de ideia, nem que eu tivesse que me humilhar em público.
O salão já estava lotado de pessoas transitando por todos os lados, tentei procurar por Joana, mas sem sucesso, ela havia sumido em meio à multidão de pessoas.
E quando olhei para o DJ tive uma ideia.
Me esquivando dos convidados, caminhei até o pequeno palco que foi montado, subi os pequenos degraus e pedi a equipe de som um microfone.
- Amigo pare a música - coloquei a mão no ombro do DJ. - E quando eu fizer o sinal, por favor toque a música Thinking Out Loud de Ed Sheeran.
- É pra já, brother!
Imediatamente a música parou, pude ouvir o burburinho dos convidados resmungar pelas batidas que foram substituídas pelo silêncio das caixas.
Caminhei até a beirada do palco e segurei o microfone na altura da boca.
- Joana - falei ouvindo o som da minha voz ecoar pelas enormes caixas de som enquanto meus olhos a procurava no meio da multidão. - Eu sei que você está aqui em algum lugar... e... perante a todos, eu quero aproveitar para dizer que te amo! - Ouvi uma sessão de burburinhos femininos apaixonados. Respirei fundo e continuei. - Eu errei, errei por ser burro, por ser caprichoso e inconsequente, errei com a mulher mais maravilhosa do mundo, errei com a mulher que mudou a minha vida para melhor. Você me mostrou o que é a verdadeira felicidade, e a minha felicidade está ao seu lado. Eu amo o seu sorriso, amo o seu olhar, eu amo tudo em você, e, é por isso que peço o seu perdão, e se você estiver me ouvindo venha até aqui e por favor tire essa angústia do meu peito.
Fiz sinal para o DJ.
Em segundos a canção começou a tocar.
"When your legs don't work like they used to before And I can't sweep you off of your feet Will your mouth still remember the taste of my love Will your eyes still smile from your cheeks
And darling I will be loving you 'til we're 70 And baby my heart could still fall as hard at 23 And I'm thinking 'bout how people fall in love in mysterious ways Maybe just the touch of a hand Oh me I fall in love with you every single day And I just wanna tell you I am"...
Lentamente as pessoas foram abrindo espaço, e Joana finalmente apareceu. Tapando o rosto, ela veio caminhando até a beirada do palco onde ficava a pista de dança, sendo escoltada por todos os olhares em sua direção.
Os convidados começaram a ovacionar, torcendo para que ela aceitasse o meu pedido de desculpas.
Deixei o microfone nas mãos do DJ e desci do palco, enquanto a música continuava a tocar.
"So honey now Take me into your loving arms Kiss me under the light of a thousand stars Place your head on my beating heart I'm thinking out loud Maybe we found love right where we are..."
Me aproximei de Joana e percebi que ela estava chorando. Sequei suas lágrimas e a abracei. Ela escondeu o rosto em meu peito completamente emocionada.
- Meu amor - sussurrei em seu ouvido.
- Gael, você é um maluco? Estão todos nos olhando - falou tímida. Ela odiava exibições em público.
Sorri.
- Por você eu faria isso "mil" vezes se necessário fosse.
"When my hair's all but gone and my memory fades And the crowds don't remember my name When my hands don't play the strings the same way, mm I know you will still love me the same..."
Comecei a embalar seu corpo lentamente seguindo a canção, ela foi cedendo aos poucos até já não resistir e me seguir no mesmo ritmo.
- Fica comigo, Joana? Agora não há mais nada que nos impeça. Eu te amo Joana, não duvide disso.
Ela tirou a cabeça do meu peito e me olhou nos olhos. Embora ela estivesse com a feição suave, a coloração do seu rosto estava pálida, seus lábios sem vida e suas mãos trêmulas.
- Você está bem? - Perguntei avaliando seu semblante adoentado.
- Eu não sei... - Sua voz saiu fraca. - Eu estou me sentindo estranha.
- Estranha? Me explica isso.
Ela fechou os olhos com força e começou a respirar com dificuldade.
- Gael eu preciso te dizer uma coisa... eu também...eu... também... - Sua voz começou a ficar confusa e sem mais nem menos, ela fechou os olhos e deixou o peso do seu corpo em cima do meu...
- Joana! - gritei desesperado quando percebi que ela havia perdido os sentidos.
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