- Capítulo 42 -

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- JOANA FLORES -

A limusine nos deixou em frente a uma linda casa de festa, muito bem iluminada, toda ornamentada com flores vivas e uma decoração muito parecida com as de uma festa de casamento. Gael como um perfeito cavalheiro, me conduziu até o tapete vermelho apoiando suas mãos nas minhas costas, onde os fotógrafos registravam a entrada dos convidados, e fomos conduzidos por uma organizadora até o salão principal.

Sem dúvidas era um lugar de deixar qualquer um de queixo caído. Um espaço climatizado, com uma pista de dança, forrada com LEDs, lounge e alguns ornamentos de cristais espalhados pelos cantos do salão que deixava tudo muito bonito.

Mobiliários eram de cadeiras Dior que passava a sensação de modernidade. Nas paredes, haviam banners digitais e um lindo lustres de cristal que ficava centralizado no meio do salão. As mesas estavam forradas com um tecido fino, e sua louçaria era impecável.

A música que tocava era ambiente, um Jazz suave que remetia um encontro à noite em algum restaurante do último andar de algum prédio chique que lemos nos livros.

Nos acomodamos em uma das mesas com tampo de vidro, e eu observei a torre de taças de champanhe que tornava o ambiente chique. Olhei tudo a minha volta embasbacada.

— Nossa, isso aqui é lindo. — Comentei.

— Sim. — Gael respondeu fazendo um sinal para que o garçom viesse nos servir.

Ele pegou duas taças de champanhe e me entregou uma, deu um gole e me encarou nos olhos.

— Espero que se divirta.

Sorri. Se ele soubesse o quanto eu estava tensa, pensando nas hipóteses da tal conversa, ele saberia que eu não tinha cabeça para me divertir.

— Então... — Dei um gole no meu champanhe e o encarei nos olhos. — O que de tão importante você tem a me dizer?

Ele respirou fundo e se ajeitou na cadeira.

— Joana, quero que me diga qual é o seu maior sonho.

Molhei o lábio e descansei a taça sobre a mesa.

— Quero ter uma casa, em um lugar onde as ruas sejam feitas de paralelepípedo, com um lindo jardim de flores vivas em volta. Quero que perto dessa casa tenha uma pracinha, onde eu possa levar Isabel para comer algodão doce aos finais de semana.

Gael riu de forma carinhosa e avaliou meu rosto com as sobrancelhas franzidas.

— E o que pretende fazer para se sustentar?

— Eu montaria uma floricultura, e viveria disso.

Ele assentiu com a cabeça. Ficou em silêncio por um tempo e depois voltou a falar:

— Eu andei pensando, e... acho justo você viver seus sonhos. — Ele puxou de dentro da carteira um cheque e me entregou, quando olhei a quantidade de zeros minha boca quase caiu. — Esse é um presente para você, quero que siga seus sonhos e seja feliz.

Abri a boca, mas não saiu palavras, ele estava...

— Eu estou libertando você. Pode ir viver à sua vida.

Meu coração bateu forte no peito, eu deveria me levantar e sair correndo, sorrindo, cantarolando, mas... eu me senti tão vazia que meu coração no peito ficou minúsculo.

— Isso é uma despedida?

Ele suspirou pesado.

— Não posso mais te manter como minha refém. Chegamos ao limite, mas... você decide se quer ir embora ou não.

— E se eu... — Gaguejei. — E se... se eu ficar? Vai me exigir uma noite de sexo?

Ele esticou o braço e acarinhou meu rosto com suavidade.

— Não, Joana. Eu não vou te exigir nada.

— E como a Isabel vai ficar? Ela se apegou a você.

— Eu posso continuar cuidando dela se você permitir...

Não contive, limpei uma lágrima que escorreu em meu olhar.

— ...Mas, você pode ficar — ele disse com os olhos carregados de esperança.

Tornei a olhar para o cheque, se tratava de nada mais, nada menos que um cheque de um milhão de reais, muito mais do que sonhei um dia conseguir com uma vida toda de trabalho pesado.  Com aquilo, eu poderia oferecer uma vida confortável para Isabel sem passar falta de nada, coisa que eu sonhava todos os dias antes de conhecer Gael Cartier. Mas mesmo assim, tendo meu sonho quase materializado na minha frente, eu sentia que ainda faltava algo.

Segurei o pedaço de papel com força e falei olhando para as minhas mãos.

— Me dá um tempo para pensar? — pedi.

Ele sorriu da mesma forma carinhosa que antes e limpou uma lágrima que escorreu em minha face com o dedo polegar.

— Todo tempo do mundo, dama em apuros.

Sorrimos juntos, um sorriso triste e cheio de consternação.

Quando terminamos de falar sobre aquele assunto, alguns homens engravatados se aproximaram sorrindo, eram amigos de Gael. Eles me cumprimentaram com muita educação e o arrastaram para o local onde estavam recolhendo as doações para a causa do evento. Fiquei sozinha com a promessa de Gael: "Já volto". Mas, meu coração quase que não se comportava em meu peito de tanta emoção e ansiedade.

Então... chegamos ao fim, Gael cansou de me manter cativa e resolveu me libertar, mas... porque me sinto tão triste? Porque nada mais faz sentido?

Àquela hora o salão já estava cheio de pessoas, homens e mulheres elegantemente trajados. Mulheres usando vestidos longos com penteados exuberantes e homens usando terno segurando taças de champanhe enquanto riam de algum assunto que provavelmente não tinha graça.

Mesmo com o clima tão fresco pelo sistema de refrigeração do lugar, me senti sufocada e resolvi andar pelo salão, e foi aí que...

Mesmo com o clima tão fresco pelo sistema de refrigeração do lugar, me senti sufocada e resolvi andar pelo salão, e foi aí que

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