- Capítulo 23 -

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- GAEL CARTIER -

— O que você fez? — Perguntei com o tom de voz mais rouco e duro além do normal.

— Eu sinto muito. Eu não sabia que você estava de luto.

— Você mexeu no jardim? — Perguntei novamente em tom sério. — Onde estão todas as coisas que aqui estavam?

— Eu joguei tudo fora — ela confessou com as sobrancelhas baixas ainda segurando a minha mão enquanto mordia o lábio.

— Não acredito que fez isso — rosnei. — E queria me comprar com um almoço, Joana? Tinha que ser mais original!

— Não, eu... Eu... Eu só queria te fazer sentir raiva, depois de ouvir de Cristina que você não gostava que mexessem no jardim, então, pensei ser uma boa me vingar pela briga de ontem.

Ela soltou a minha mão e apertou os lábios de nervoso.

— Joana, você não tem o direito de interferir nos meus assuntos! — Esbravejei irritado. O instinto de dominador tomou conta de mim.

Porque ela fez aquilo? Mexer naquelas recordações que me feriam tanto.

— Desculpa Gael. — Ela realmente parecia arrependida. — Além do mais eu não queria estar vivendo de favor na sua casa, sendo chantageada por você, se coloca em meu lugar! Eu estou enlouquecendo.

— Isso não é desculpa!

— E o que você quer que eu faça? Já pedi desculpas.

— Desculpas não vai resolver a bobagem que fez... — Enquanto eu falava, algo passou pela minha cabeça. — Pensando bem... Tem uma coisa que pode fazer para me compensar, e eu vou adorar.

Ela levantou os olhos em minha direção com os lábios entreabertos.

— O que você quer? — Perguntou com a voz instável.

Molhei os lábios e encarei seus olhos.

— Me beija?

— O que? Mas eu... não.

A puxei pela cintura calando sua fala e aproximei nossos lábios, senti todo seu nervosismo e ansiedade. Ela fechou os olhos consentindo, e bastava mais alguns centímetros e eu estaria provando seu gosto, mas me convenci de que eu não era aquele tipo de homem. Por mais caprichoso que eu fosse, eu jamais forçaria uma mulher a me beijar ou fazer qualquer outra coisa.

A soltei observando suas bochechas pegar fogo.

Ela abriu os olhos completamente mexida.

— Não vai me beijar? — Perguntou com a voz de quem queria ser domada.

Segurei as bases do seu rosto e encarei seus olhos de pupilas dilatadas.

— Não, Joana. Eu não faria nada que você não quisesse. Não sou esse tipo de homem.

Caminhei pelo jardim com as mãos na cintura, observando toda a limpeza feita, talvez aquela ideia não tenha sido tão ruim. Eu realmente precisava me livrar daquelas coisas, só nãohavia tomado coragem.

 Eu realmente precisava me livrar daquelas coisas, só nãohavia tomado coragem

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