Capitulo 18

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Antoinette Topaz point of view

Meu coração está saltando do meu peito e eu posso jurar estar sentindo as pulsações na minha garganta. Meus lábios que antes estavam rosados agora perderam a cor. Minha respiração que antes estava descompensada agora luta para conseguir ar, enquanto minhas pernas estão numa batalha para conseguir me manter de pé.
Ela está a metros de distância na minha frente, me encarando com um semblante indecifrável.

— Ora, ora, ora...- Cheryl vem andando lentamente em minha direção, balançando a chave do ginásio em seus dedos.- O que temos aqui..- Soltou uma risadinha irônica. A cada passo que ela dava para frente, eu dava para trás, até ser impedida por uma parede. Maldição. Agora estávamos poucos centímetros de distância, aonde ela simplesmente parou para me encarar novamente.- Uauuuu.- Me olhou de cima a baixo.- Sabe, enquanto você estava com sentada, eu pensei em mil formas de como eu posso te matar. Pensei em arrancar suas pernas, que estavam em cima daquela cadela, mas aí eles nunca mais estariam sobre mim. Ou te rasgar ao meio, assim ninguém jamais encostaria na sua cintura novamente, porém esse ninguém incluiria eu também. Ou arrancar sua língua, já que você gosta tanto de falar, entretanto eu nunca mais a sentiria. Ou simplesmente só te estrangular. Mas sabe o que é? - Deu uma risadinha agora olhando para um ponto fixo.- É que se eu te matar, eu não VOU CONSEGUIR TE MATAR NOVAMENTE.- Cheryl num ato brutal me empurrou contra parede, com suas unhas cravadas nas minhas bochechas, e os cotovelos sobre meu pescoço.
Eu queria chorar, ela estava assustadora, eu estava com muito medo. Era apavorante. Nunca havia a visto assim. Cheryl estava com tanto ódio, que posso jurar que seus olhos estão com lágrimas, lutando para não saírem. — DIGA ALGO, VADIA!

Eu não posso mais deixar que ela pense que tem esse efeito e poder sobre mim. Não. Eu não me arrumei atoa, e nem fiz Peaches me dar conselhos que não seguiria. O plano não seria em vão. Ela quer que eu fale algo, pois então falarei.

— Ah, sai daqui.- A empurrei com toda minha força e sai andando naturalmente, o que durou 5 segundos antes dela me agarrar e nos jogar contra o chão, fazendo com que eu batesse fortemente a cabeça, e com seu peso em cima de mim.

— VOCÊ SÓ PODE ESTAR FICANDO LOUCA.- Gritou sobre meu rosto.— DIGA-ME NO QUE DEU EM VOCÊ PARA ACHAR QUE TEM O DIREITO DE FALAR NESSE TOM COMIGO.

— E quem você pensa que é para gritar comigo?- Ela arregalou os olhos.- Agora dá para tirar a porra do seu cu do meu quadril, preciso me encontrar com a Peaches e-

— VOCÊ NUNCA MAIS VAI FALAR COM ELA.- Seus gritos podem ser ouvidos até o próximo pavilhão.

— Quem disse?- Faço cara de deboche

— EU ESTOU DIZENDO.- Ela está literalmente vermelha.- FALANDO NÃO, MANDANDO.

— Ah conta outra.- Tento empurra-la mas rapidamente ela segura minhas mãos em cima da minha cabeça.

— VOCÊ ESTÁ POSSUÍDA OU ALGO ASSIM? QUAL É MINHA COR FAVORITA?

— Loiro.- Eu estava tão sobrecarregada, que acabei escapando. Eu queria me dar um tiro na testa vendo agora Cheryl rir descontroladamente em cima de mim. Eu dei a vitória para ela. Ao invés de abalar o seu ego, apenas o alimentei.

— Então é isso?.- Pergunta se recuperando da sua crise de riso.- Tudo isso por ciúmes?

— DÁ PARA SAIR DE CIMA DE MIM.- Perco a paciência, já estraguei tudo de qualquer maneira.

— Não grita comigo, ou te darei motivos para gritar.- Rolo meus olhos.- Calma, tem para você também, moranguinho.- Se abaixou até à curva do meu pescoço aspirando o local.— Eu vou te foder tanto aqui, mas tanto, que suas minúsculas pernas vão precisar ser carregadas, e teus gritos vão conseguir ser ouvidos até o estacionamento.

— Que nem você fez com ela?- Meu desapontamento já estava no ápice.

— Não chega nem aos pés do que eu irei fazer contigo.- Cochichou no meu ouvido.— Você é minha. E tudo relacionado a você me pertence. Isto é meu.- Me deu um rápido selinho.- Isto pertence a mim.- Apertou com força meus peitos, me fazendo sentir algo que nunca senti antes dentro de mim.— E isso..- Sua mão entra pela minha saia, parando seus dedos por cima da minha calcinha.— Ninguém, e eu estou falando ninguém, nunca, pode pensar, olhar, ou tocar para isso.— Seus dedos fizeram pressão em cima do meu clítoris, e involuntariamente sai um som rouco da minha garganta.— Você está tão gostosa, babygirl.

Isto é tão errado. Tudo está tão errado. Ela é tão errada.

— Então é assim que você me vê...- Digo baixo.- Como um objeto.

— Diga como quiser, só acrescente o meu antes.- Cheryl exclama ainda com o rosto em meu pescoço.

— Saia de cima de mim. Isto é uma ordem.- Ela não parece dar muita importância, pois ainda continuava brincando com seus dedos por cima do tecido.— EU MANDEI VOCÊ SAIR DE CIMA DE MIM, SUA MISERÁVEL!- Rapidamente ela retirou sua mão e levantou a cabeça para me encarar.

— DO QUE VOCÊ ME CHAMOU?

— DE MISERÁVEL, POR QUE É ISSO QUE VOCÊ É. VOCÊ DIZ QUE EU SOU SUA-

PORQUE VOCÊ É MINHA- Cheryl me corta

— CALA BOCA PORRA.- Antes de eu terminar, Cheryl me dá um soco tão forte no meu nariz, que até minha cabeça se virou com o impacto. O aperto nos meus braços se afrouxaram, a força que suas pernas me prendiam pareciam ter saído, e seu corpo se inclinou o suficiente para trás, ficando sentando em meu quadril. Virei minha cabeça cautelosamente para encara-la, com meus olhos cheios de lágrimas e um olhar vazio. Ela me bateu. Me bateu novamente. E eu não podia estar tão triste como estou agora.

- T-toni eu..- Fomos interrompidas com a treinadora chegando na quadra.

— Que pouca vergonha é está aqui?.- Senhorita Perry diz puxando Cheryl pelos braços.— O que aconteceu? Meu Deus, seu nariz Antoinette.- A professora me ajudou a se levantar, mas não estava prestando nenhum pouco de atenção a isso. Minha atenção era para a garota a minha frente, que me olhava com lágrimas nos olhos também. — O que você fez com ela, Blossom?

— Nada.- Respondi não dando oportunidade nenhuma para que Cheryl respondesse.- Ela não me fez nada.

— Algo aconteceu, seu nariz não iria sangrar atoa.- Não dei a mínima para o que a senhorita Perry dizia, e me aproximei de Cheryl, ficando frente a ela, que carregava um olhar um tanto frio, mas que continha tristeza.

— Você diz que eu sou sua, e fala isso para todos, mas você não é nenhum um pouco minha. Você me diz, e até mesmo me trata como única, mas suas ações falam mais alto. Uma hora você está me chamando de "princesa" e outra de "vadia". Você disse que nunca me machucaria. Mas me machucou mais do que eu vivi em 18 anos.- Lágrimas já escorriam de seus olhos, assim como dos meus.— Eu nunca pedi e fiz algo para merecer isso. Eu só sou uma nerd, que nunca foi notada por ninguém, que ama livros românticos e gosta de ser invisível. Eu sou a garota que todos excluem do fundo. Aquela que nunca sai, ou se socializa com ninguém. Eu não tenho nada de especial. Eu só sou uma... esquisita. A garota que todos zoam. A garota que um dia esbarrou em você, e você fez da vida dela um inferno.- Coloquei minha mão sobre sua bochecha.- Você me destruiu, Cheryl. Sua toxidade me matou. Me esqueça.

— Não...- Escuto um murmuro de Cheryl enquanto eu me viro para ir embora.— Toni, espera, eu-

— Não não não.- A senhorita Perry a para.— Você vai deixá-la em paz como pediu, agora eu sei o que aconteceu com o nariz dela.

— Senhorita Perry, eu a machuquei, preciso cuidar dela. ANTOINETTE VOLTA AQUI!!- Escuto o estrondoso grito de Cheryl assim que eu saio do ginásio.

Quando colocamos muitas expectativas em determinadas situações, ou especificamente em pessoas, você tem duas saídas: Ficar feliz por ter dado certo, ou ficar triste pela sua falha.

Todos dizem que qualquer relacionamento que você esteja, seja lá de amizade, entre família, ou amoroso, sempre tem um que gosta mais. Um que se entrega mais. Um que se importa mais. Oh Deus, como eu queria que não fosse eu.

O próximo cap eh o mais fofo de todos! Com direito ao primeiro... ✂️

ToxicOnde histórias criam vida. Descubra agora