Capitulo 40

2.5K 204 480
                                    

Antoinette Topaz point of view

Como é ruim segundas-feiras. Eu odeio esse dia.

Odeio porque é quando ninguém está de bom humor para lhe tratar com gentileza, talvez a angústia de ter começado mais uma semana.

São péssimas pois você ainda está perdida no final de semana, não tendo tanto raciocínio para começar o dia.

Conseguem ser piores quando o clima não as favorecem. Hoje como exemplo. Chuvoso e nublado. Horrível.

De qualquer maneira, é desgastante saber que hoje será um dia ruim. Terrivelmente ruim.

Sábados e domingos são os dias que eu posso fugir da realidade, e aproveitar o pouco que me resta antes da volta da correria da semana. Faço isso da melhor forma: dormindo.

Durmo, e moro na cama até ficar com vontade de ir ao banheiro, e depois para tomar banho no final do dia, e voltar a dormir.

É o que eu sempre faço.

Bem, era para ser assim.

Eu diria que tive um dos piores finais de semana em 18 anos da minha vida, mas mesmo assim, ainda seria pouco, já que estou tendo os piores dias de minha vida ultimamente.

Peço perdão pelas alegações sem informações que comprovam, vocês claramente devem estar confusos. Justo. Irei esclarecer as coisas.

Recapitulando um pouco, já se passou um mês desde minha última conversa cara a cara com Cheryl, que não seja ela me xingando, me tratando mal ou com desprezo.

Desprezo, ela começou a me desprezar.

Naquele dia, recebi sua ligação na madrugada, onde ela estava completamente embriagada e drogada. Ela havia me pedido desculpas pela sua atitude, disse que se arrependia, mas que estava apenas com muito ciúmes, e que "para não ter que cortar fora o pau daquele loiro", ela descontou em mim. Comentou que me amava, e que sentia arrependimento em ter dito que nós não namorávamos mais, porque tudo o que ela queria era eu de volta para ela. Estava tudo muito fofo.

Até ela começar a gritar ao telefone. Começou a me xingar, falando que a culpada de tudo era eu, que eu a mudei, e que hoje ela é um ser humano com sentimentos por minha culpa, e que não era para ser assim. Alegou que eu estava na mente dela, e que por culpa disso, ela deixou de viver.

Cheryl odiava o fato de ter se apaixonado por mim. E ela garantia que isso era minha culpa.

Esse foi o último dia em que ela me tratou com respeito.

Depois disso, fui obrigada desde então aguentar suas implicâncias comigo. Desde as mais pequenas até as maiores. Tais como: tacar meus livros no chão, chutar minha cadeira, jogar bolinhas de papéis em mim, mandar bilhetinhos com xingamentos. Em outros casos ela: me empurrava até eu cair no chão, me aloprava na frente da sala até todos darem risadas, fazia questão de se esfregar em qualquer outra puta (incluindo Heather), na frente de meu armário, ou me assustava quando voltava para casa fingindo que iria me atropelar, o que me fazia sair correndo.

Já perdi as contas de quantas vezes Peaches e Cheryl levaram advertências por brigarem. Minha amiga, com sua incrível calma, paciência e temperamento baixo, arrumava cotidianamente uma confusão diferente com Cheryl, sempre que a via implicando comigo. Da última vez, as duas saíram no soco, na frente de toda a escola. Cheryl apanhou mais do que bateu, o que era estranho, já que ela tem o dobro de força de Peaches. Talvez, ela só sabia que merecia aquilo. Posso desconfiar disso, pois do mesmo modo em que ela me trata mal, sou tratada bem em outras ações. Meus almoços estão sempre pagos e caprichados. Há sempre alguma surpresa em meu armário antes de voltar para as aulas finais, como algum chocolate, ou balas, e até mesmo flores. E as vezes sou pega desprevenida quando entro na sala, e vejo minha carteira cheia de poemas, cada dia frases diferentes.

ToxicOnde histórias criam vida. Descubra agora