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Antoinette Topaz point of view
Estava simplesmente exausta!
Minha cabeça doía, meus olhos faziam uma outra entre si para continuarem abertos igual minhas pernas, que tremiam anunciando a chegada da ansiedade junto a pulsação de meu coração, que eu podia jurar estar o sentindo na boca.
A situação toda estava me dando os nervos! Eu estou completamente irritada. Eu tentava prestar atenção nas palavras saídas da boca do professor da faculdade dos meus sonhos, eu juro que tentava! Mas ela, aquela... HUMPF. Eu percebia seu olhar em mim, e mesmo que as vezes não, só de sentir sua presença naquela sala me causava arrepios. Arrumei qualquer desculpa para sair do local, indo me trancar no carro.
A verdade era que eu estava esgotada.
Tudo que eu fiz, faço, e sinto, apenas para chamar a atenção de uma pessoa.
Uma pessoa que me fez mais mal do que bem. Que retirou mais lágrimas minhas do que sorrisos. Que proporcionou medo ao invés de felicidade. Que mais mentiu, do que foi sincera...
Eu concordei com o tratamento que era voltado a mim. Aceitei sua possessividade, e até mesmo, brutalidade. "Desculpei" a suposta "traição", que meus olhos viram ao vivo. A deixei me tratar como objeto. Perdoei suas mentiras.
Eu chorava de medo, ansiedade, receio, angústia. Tudo causado por ela. Eu tinha receio dela. Ainda tenho.
Ela me batia, me tratava mal, sempre me vendo como sua posse. Como um cachorrinho leal ao dono.
E mesmo assim... eu já acordei cedo para me arrumar, apenas para chamar sua atenção de alguma maneira. Como fiz hoje.
Deixava com que ela tivesse poder sobre mim, usando seus fetiches, apenas para o puro prazer da mesma.
Valia mesmo a pena...?
Fazendo tudo...
Tudo...
Por um amor?
Suspiro entristecida, antes de terminar meu pensamento. Minha infelicidade era já saber da resposta. Nada do que ela fizesse, faria com que eu parasse de sentir esse amor que me rasga o peito. E eu não poderia me odiar mais desejar estar sempre em seus abraços, que costumavam ser minha hora favorita do dia.
Tudo o que me resta a fazer, é fugir dela.
— Merda.- Praguejo ao derrubar a chave do carro de minha amiga. Assim que a pego, vejo pelo reflexo do armário espelhado, a imagem de duas pernas calçadas saltos, que eu não poderia negar serem vermelhos, entretanto, o armário era da mesma cor. Era necessário eu me virar, para poder visualizar corretamente. Mas aquele perfume. Maldito cheiro irreconhecível. Impregnante. Respirei fundo, fingindo normalidade, implorando para os deuses que não seja quem eu queria que fosse. Infelizmente, orações não atendidas. Cheryl me encarava, de uma distância longa, do corredor. Não longa, mas não era tão perto.
A cara dela não era das melhores. Passava longe de ser.
Mas que infernos! O que essa mulher quer agora? Me espionando no corredor? Ela estaria me seguindo? Se eu não tivesse notado sua presença, ela teria feito algo?
Respiro fundo. Fecho meus olhos. Aperto meus punhos. Mordo meu lábio inferior fortemente. Me levanto, e ajeito minha postura, dando algumas batidinhas na parte inferior do meu vestido.
Nossos olhares se encontram pela primeira vez. Posso visualizar sua linguagem corporal. Sua postura totalmente ereta, os ombros para trás, braços cruzados, seus lábios carnudos estão apertados, enquanto suas mandíbulas se destacam em seu rosto fino, fazendo um conjunto com seus olhos que se comprimem. Cheryl estava com raiva.
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Toxic
FanfictionToni é uma garota de 17 anos que se muda de sua cidade natal Ottawa para Riverdale, muito menor, a cidade onde todos sabem tudo um sobre o outro, mas ao mesmo tempo nada é o que parece. Ela é muito doce e fofa, mas também tímida e insegura e é por i...