Antoinette Topaz point of view
— Eu já disse que não vou sair daqui até falar com minha mãe!- Exclamei pela décima vez que estava naquele quarto.
— Toni, por favor...- Cheryl passava a mão na testa, já estava estressada.
Logo após que sai do meu banho, que vale constar que foi um dos piores que já tive na vida, afinal, não é todo dia que você tem que lavar sua bunda com ajuda de alguma enfermeira, com seu olhar penetrando a alma, coloquei as peças de roupa que Cheryl me trouxe, posso apostar que eram delas, já que estou parecendo um enfeite de natal vermelho, mas, como ia dizendo, me vesti, e fiquei esperando ansiosamente na maca. Fiquei repensando algumas coisas enquanto Cheryl dava meus dados para a recepcionista, para ela poder concluir meu pedido de alta.
Talvez, esse tempo sozinha, fez eu cair em pensamentos profundos, que me levaram a uma possibilidade, mesmo que seja mínima, em que minha mãe pode estar sendo manipulada por Rodrigo. De alguma maneira. Ele poderia ter a ameaçado, ou obrigar a ela ficar do seu lado. Gosto de acreditar em alguma coisa em que ela não seja a vilã.
Por isso, pedi para que Cheryl me emprestasse seu celular, assim poderia ligar para ela, e ouvir sua declaração. E como vocês podem imaginar, ela recusou meu pedido de imediato. Disse que não queria ouvir o nome de minha mãe saindo da minha boca ou algo do tipo. Pedi várias e várias vezes, e foi negado. Então, agora estou aqui, fazendo a minha birra.
Afinal, quem ela pensa que é também? Já voltou a me controlar? Jamais.
Jamais.
— Não vou sair daqui.- Virei o rosto, evitando manter contato visual.
— Antoinette, já te deram alta faz 30 minutos, você precisa liberar o quarto para outra pessoa.- Fingi não estar ouvindo.— Você vai me fazer te carregar até a porra do carro?
— Posso te garantir que você irá se arrepender se encostar algum dedo em mim!- A olhei no rosto. Vi seu semblante mudar, suas sobrancelhas arquearem e seus dentes pressionarem o seu lábio inferior. Depois de alguns segundos, ela me surpreende com uma risada. Claramente, uma risada forçada. De ódio.
— Toni, não brinca comigo. Não estou de graça. Faz 27 horas que estou de pé, eu passei a noite na cadeia, recebi socos, dei socos, gritei, chorei, e ainda briguei com a tonta da sua amiga. Eu juro que estou sendo paciente com você, porque tudo que importa no momento agora, é a sua saúde, tanto mental quanto física.- Se posicionou entre as minhas pernas, e se apoiou com os braços no colchão da maca.
E lá estava ela novamente. Querendo me intimidar. Assim, conseguiria o que quer.
— Idai?- Cruzei meus braços.— E se ela foi ameaçada pelo Rodrigo?.- Ela soltou um bufo alto, e girou seu corpo, enquanto praguejava baixo.
— Que parte você não entendeu, que sua mãe está se fodendo para você. Ela literalmente não quer saber de ti!- Soltou suas palavras na cara dura.— Mas que porra, Toni.
Aquilo deu um aperto na alma. Foi um tiro certeiro. Um buraco no coração.
Respirei fundo antes de respondê-la.
— Não é verdade...- Aleguei mais para mim do que para ela. Felizmente ela ouviu.
— Quer saber? Você quer ligar para ela? Tirar a prova dos 9? Então vamos fazer assim, você não irá falar com ela pelo celular.- Bufei irritada.— Falará pessoalmente.
— Q-que? Pessoalmente?- Engoli seco.
— Você não quer conversar com esse diabo? Então pronto, eu te levo lá, assim você tira suas conclusões. Agora levante, antes que eu acabe ficando dentro de algum quarto desse hospital.- Em segundos, ela sumiu do lugar. Me deixando sozinha.
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Toxic
FanfictionToni é uma garota de 17 anos que se muda de sua cidade natal Ottawa para Riverdale, muito menor, a cidade onde todos sabem tudo um sobre o outro, mas ao mesmo tempo nada é o que parece. Ela é muito doce e fofa, mas também tímida e insegura e é por i...