Sessenta

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Os dias voaram e hoje Melina chega na fazenda. Graças a Deus ela está bem. As dores que sentiu foi o bebê se encaixando e excessos que ela anda fazendo.

Consegui preparar tudo para nosso jantar e estou mais ansioso que tudo. Melina não me parece tão feliz e claramente eu sei o motivo. Mas preciso respeitar o tempo dela e aguardar ela me contar. Sei que ela irá me contar agora que está perto.

Consegui ver três casas muito boas para um dia morarmos juntos. Mas ainda preciso ver questões burocráticas e fazer mais uma visita em cada uma delas.

Hoje é sexta-feira e amanhã à noite acontecerá o jantar que anunciará Fernando Motta presidente da minha empresa. Durante a semana, e com ajuda de pessoas de confiança, consegui descobrir mais coisas sobre Fernando.

Enquanto eu estava ausente com Tábata, Fernando mexeu na parte financeira da Império D e superfaturou alguns contratos. Era nítido os valores mudados na contratação de alguns serviços e depois de mandar investigar descobrimos a falcatrua.

Depois que ele for nomeado, começo a soltar tudo. Ele vai ficar tão perdido que não saberá de onde virão as bombas que o atingirão. E é justamente isso que eu quero.

Com isso, todos os outros investidores que foram na dele também perderão suas ações para mim. Ficarão encurralados; ou saem da empresa por perderem participação ativa ou fazem novos investimentos. E é justamente isso que quero. Mais injeção de capital.

Como estou atualmente sem função na empresa, dirigi até a fazenda para receber Melina. Ela vai gostar de saber que vim recepcioná-la.

– Minha irmã chega em breve. – Murilo resolve trocar algumas palavras comigo. – Fiquei mais aliviado quando ela disse que viriam trazê-la. Por que não foi buscá-la?

– Ela não quis. Preferiu que eu a esperasse. – Enfio as mãos nos bolsos assim que vejo dois carros surgindo no horizonte. – Você deve saber o quanto Melina é teimosa.

Assim que os carros se aproximaram eu consigo ver quem vem neles. Em um vem dirigindo o Apolo e no outro vem Melina e Cristine. Fizeram isso para que Melina não viesse dirigindo o carro dela esse caminho todo.

Apolo saiu do carro primeiro e veio na nossa direção. Nos cumprimenta com um aperto de mão e depois abre o porta-malas do carro dele para que removêssemos as coisas que Melina trouxe.

– Os porta-malas dos dois carros vieram cheios de coisas da Melina e do bebê. – Diz Apolo. – O caminhão também vem trazendo umas coisas ai atrás. Logo chega.

– Obrigado, Apolo.

Melina caminha até mim e Cristine fica atrás, um pouco afastada a observar. Ela me abraça e fica bons segundos apreciando o gesto que parece tão bem-vindo.

– Senti saudades. – Afasta-se. – Tenho tanto a conversar com você.

– Não se preocupa com isso agora. – Beijo rapidamente a sua testa. – Você está aqui agora. O resto a gente vê depois.

Aceno para Cristine e ela assente em resposta. Assim que tiramos tudo que Melina trouxe do carro, Murilo nos convida para entrar. A fazenda mudou bastante, mas é nítido que algumas coisas foram preservadas. Talvez em memória dos antigos donos.

Melina e Murilo entraram em uma conversa empolgada enquanto me mantive ao canto da sala perto de Apolo e Cristine.

– Ela deve estar precisando muito de você hoje. – Cristine praticamente sussurra. – Está quase zerada. O pouco que tem deve durar alguns dias.

– Obrigado por cuidar dela tão bem, Cristine. – Apolo olha para mim nesse momento e pelo olhar dele deu para ver o quão orgulhoso ele está da sua companheira. – Você é a irmã que Melina não teve, porém necessitava. Fico feliz que Deus foi lá e fez vocês duas se encontrarem.

Fragmentada (DISPONÍVEL POR TEMPO LIMITADO)Onde histórias criam vida. Descubra agora