Layla.
Fico parada ao lado da porta observando os veículos vermelhos saindo um após o outro, só depois de ficar sozinha com os membros da força tarefa ali eu olhei para eles, que nos encaravam esperando uma resolução da situação. Sharp me olhava com cara de cachorro que caiu da mudança, respirei fundo e me virei voltando a entrar, senti ele atrás de mim quando eu passei pela cozinha indo para a área de descanso onde ficam algumas camas, passei pelas camas até encontrar a cabine do meu irmão, se vamos ter essa conversa será em um lugar onde os outros não possam ouvir, como conheço bem esse ligar não foi difícil encontrar.
- O que você quer conversar comigo? – Me sentei na cama.
- Eu não sei por onde começar, não sei como contar tudo o que eu tenho pra lhe dizer. – Sua voz saiu baixa e eu o olhei. – Eu te amo. – Se sentou também.
- Mas não o suficiente. – Minha voz saiu machucada.
- Não é isso. – Se apressou em falar. – Não tem nada com você, Lay você é linda, inteligente, esperta, boa, atenciosa, gostosa, uma ótima profissional, você é perfeita. – Fez um movimento em minha direção, mas parou. – Eu que não sou um bom macho, eu matei, eu não protegi quem dependia de mim, não sou bom pra lhe proteger, eu não lhe mereço.
- Sharp você não teve escolha. – O mereço. – Você é uma vítima nessa história. – Falei o obvio.
- As vezes eu gostava de matar. – As palavras pareciam difíceis em sua boca. – Eu estava em uma instalação especial, eles faziam experimentos para usar em soldados, deixar mais ágeis, letais, resistentes como nos outros, mas conosco o experimento principal era para deixa-los controláveis, nos injetaram com várias drogas, nos obrigavam a treinar um contra os outros, quando não obedecíamos era pior. – Preferi não interromper e continuar apenas o ouvindo. – Eu matei técnicos, matei meus irmãos. – Seus olhos pareciam distantes. – Quando a droga rasgava em nosso sistema matar a compulsão violenta aumentava, matei pessoas que eu não sei quem eram, era a única coisa que aliviava a dor, matar e seguir o que ordenavam. – Fez uma pausa. – Um dia levaram 4 de nós para longe da instalação, a gente foi transportado desacordado por isso eu não sei pra onde fomos mandados, mas era um lugar devastado, uma zona de guerra, o lugar fedia a poeira, pólvora e morte. Hoje sei que era algum lugar do Oriente médio, na época eu nem sabia para onde isso ficava, não fazia ideia de como seria o mundo fora da instalação. – Mais uma pausa. – Eles nos disseram que estávamos cercados por inimigos e que devíamos acabar com eles. Estavam testando a droga da obediência na época, injetavam alguma coisa em nossas veias que queimava mais do que qualquer outra e com as palavras certas tiravam as nossas vontades, nos reduziam a marionetes assassinas e quando não obedecíamos sentíamos dor, muita dor.
- Meu Deus. – Arfei e ele me olhou.
- Primeiro mandaram que atacássemos homens armados, não foi difícil entrar e acabar com eles, eram nossos inimigos, atiraram em nós, depois eram homem desarmados e mais uma vez atacamos. – Eu olhava em choque. – Nos mandaram para um acampamento com adolescentes e mulheres, eles treinavam para a guerra, mesmo depois de certa resistência nós atacamos, eles eram o inimigo, estavam treinando pra guerra, não sobrou um vivente sequer, foi um massacre. – Ele suspirou fundo parecendo se preparar para contar a próxima parte não me fitava, seu olhar parecia perdido. – Depois mandaram que atacássemos um acampamento com mulheres mais velhas, doentes e crianças, era demais, tentamos resistir, apesar da dor, a gente ainda entendia que era errado, aquelas pessoas eram apenas vítimas da guerra, elas eram inocentes. – Seus olhos estavam vermelhos e inundados de lágrimas. – Aumentaram a dose e ainda assim nós resistimos, a droga rasgava as nossas veias, por fim a dor foi maior que nossa honra e a droga tomou contra das nossas ações, um dos meus irmãos morreu antes disso acontecer, ele não resistiu a dor e apagou, a sua morte foi o suficiente para nos quebrar. – Eu já estava chorando a essa altura.
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Sharp - Uma História Nova Espécie (Completa)
FanfictionLayla White é uma médica de 30 anos, dona de deslumbrantes olhos verdes, cabelos escuros cacheados e um corpo com curvas voluptuosas. Ela tem problemas de autoestima por causa do seu peso e os preconceitos que sofreu desde a infância. Hoje Layla tra...