Capítulo 26.

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Sharp.

Eu me arrependi no momento em que sai, nem pude acreditar no quão burro eu sou, deveria ter ficado e ter feito ela me ouvir, falar pra ela o que sinto, dizer que ela é minha e... E nada, que tipo de macho diz essas coisas pra mulher que ama e não promete ficar com ela? Que tipo de macho fica com sua fêmea sabendo que não é bom pra ela? Será que eu sou egoísta o suficiente para querer ela. mesmo sabendo o tanto de sangue que tem em minhas mãos? Será que o meu amor é maior que tudo? Eu a amo.

Bati minha cabeça no volante algumas vezes frustrado, eu descobri recentemente meus sentimentos por ela, quer dizer, não foi tão recentemente assim, desde o primeiro dia algo diz dentro de mim que ela é minha, esse sentimento só foi crescendo e ultimamente eu percebi que ela é minha fêmea, é a mulher que eu amo, a mulher da minha vida como vocês falam, só que de verdade, pra sempre. 

Mas eu não tenho nada a oferecer a ela além de um macho quebrado, incapaz de proteger quem depende dele e com um passado sangrento, eu não seria um bom companheiro e não sei como poderia nem ao menos tentar ser um, ou se é seguro pra ela está comigo. Ela acha que eu escondo que estamos juntos por vergonha, eu o faço para que os outros não saibam, pois eles não vão me deixar em paz, eles acham que todos podem se meter na vida dos outros e eu não quero causar problemas pra ela. 

- O que você tem? – Darkness me tirou dos meus devaneios.

- Nada. – Falei no automático.

- Você está distante. – Insistiu. – Nós precisamos de todos bem espertos hoje

- Não é nada. – O olhei. – Eu entendo a importância da missão, não vou foder com tudo.

Ele apenas assentiu e se encostou no banco do helicóptero em movimento, essa nossa pequena conversa foi espalhada pelos ouvidos de todos aqui, ótimo. O nosso destino era um pouco afastado, ao que parece o chefe da organização que temos tentado pegar a dias, desde a invasão na reserva.

Descemos a pouco mais de meio quilômetro do lugar onde supostamente Grag se esconde, precisamos ser rápidos e o mais silenciosos possível para não chamar atenção e finalmente capturar o cretino que mandou invadir a reserva e sabe sobre nossos filhotes. 

- Sharp.  – Darkness me chamou para longe dos demais.  – Precisamos do seu foco hoje tá legal. 

- Eu sei disso Darkness.  – Entendo a preocupação dele.  – Não vou falhar, pelo menos em uma coisa eu sou bom...  – Voltei para onde os outros estão.

Saímos em formação e seguimos pela floresta para que as árvores nos descem a cobertura necessária para seguir sem sermos vistos, avançamos o mais rápido que dava o sol do meio dia brilhava adentrando o véu formado pela copa das árvores. Depois de um tempo avistamos um galpão que pareceria abandonado não fosse pelo suv parado ali em frente, nos separamos em dois grupos entrando no galpão, por dentro o lugar também parecia vazio, não via pessoas em lugar algum, andamos mais devagar adentrando no lugar, até que um barulho vindo de uma sala me chamou atenção, andamos até a sala, abri a porta enquanto os outros apontavam as armas, três homens estavam lá dentro puxando papéis e delegando arquivos, os três estavam mortos antes de levantarem a cabeça, nós três disparamos ao mesmo tempo, os alvejando.

Ouvimos barulho de tiros e saímos da sala correndo em direção ao barulho dos tiros, quando chegarmos lá Darkness segurava um homem com as mãos para trás, a rosto uma bagunça desfigurada, mais três homens estavam mortos no chão.

- Onde está o Grag? – Brass rosnou na sua frente. – Onde ele está? – O homem apenas o olhou com o único olho que ainda estava aberto. – Não vai falar?

Sharp - Uma História Nova Espécie (Completa)Onde histórias criam vida. Descubra agora