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Any Gabrielly

Sim, eu demorei bastante para me arrumar mas eu estou bem empolgada mas o frio na barriga está presente, como se fosse meu primeiro encontro, que engraçado, meu primeiro encontro foi com a mesma pessoa.

Me olho no espelho satisfeita com minha escolha, escolhi uma bermuda de couro com uma blusa de ombros nus, um salto verde e a bolsa da mesma cor, um delineado também da mesma cor e claro, acessórios, sem eles não me sinto completa.

São Sete e meia, por incrível que pareça já estou pronta e nervosa.

Olho uma última vez e sorrio, desço as escadas e Aurora vem atrás de mim, como a adestradora indicou, não faço carinho ou dou tchau para ela, diz que aumenta a ansiedade do animalzinho então só verifico se tem água e comida nas vasilhas, quando termino de encher sua vasilha de água ouço a campainha tocar.

Caminho até a porta logo abrindo a mesma, Josh está parado com as mãos no bolso, usa uma calça jeans azul escuro, uma blusa branca e seus cabelos estão molhados.

– Você sabe que pode ficar deonte com os cabelos molhados essa hora não sabe? – Questiono me encostando na porta.

– Hoje é um dia especial e achei que ele estando molhado combinaria com o visual. – O mesmo sorri ladino me causando arrepios. O mesmo me olha dos pés a cabeça e me sinto constrangida mas também satisfeita pelo sorriso que vejo surgir em seus lábios. – Você está linda.

– Você também não está nada mau.

– Obrigada.

– Onde vamos?

– No meu restaurante preferido.

– Só vou pegar minha bolsa e já volto.

Deixo a porta aberta e caminho até o sofá onde a mesma está, verifico se Aurora está comendo e saio, assim que fecho a porta e caminho até seu carro o mesmo se antecipa e abre a porta do carro para mim, me fazendo sorrir.

No caminho percebo que seu gosto musical continua o mesmo, rock pesado e rap são seus estilos de música favoritos, duvido que deixaria de escutá-los com o passar dos anos.

– Estou nervosa. – Confesso.

– Eu também. – Afirma sem tirar os olhos da estrada.

– Parece que estou indo para o meu primeiro encontro.

– Também, e por incrível que pareça, está sendo com a mesma pessoa.

– Eu também pensei nisso. – Nós dois rimos. – Como vai sua mãe? Não converso tanto com ela há algum tempo.

– Está ótima, contei que nos reencontramos e ela ficou feliz por saber disso. – Sorri simples.

– Olha... – Começo falando mas travo, mexendo inquietamente nas minhas unhas. – Sobre a depressão que tive, não se colpe, eu não sabia lidar com meus sentimentos e acabei me fechando, eu era uma adolescente que não sabia lidar com certas situações.

– Eu irei fazer diferente dessa vez Any, prometo a você. – O mesmo direciona seu olhar para mim e vejo verdade nos seus olhos.

– Eu sei... eu sei que vai. Desculpe se eu tentar fugir ou me esconder, sou fraca e isso me faz me sentir um inseto se escondendo do predador.

– Nunca diga que você é fraca, por favor, só conheci duas mulheres fortes, você e minha mãe.

– Eu senti saudades de conversar com você.

– Eu também, você não sabe o quanto. – Afirma. – Queria contar para você do meu primeiro emprego, queria você do meu lado quando abri minha loja de vinhos, queria você do meu lado quando a minha vida parecia ter tomado um rumo.

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