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Any Gabrielly

Aí Josh, você não sabe de nada. Sabe que essas cantadas ultrapassadas não combinam com a sua personalidade. Não nego que certamente é fofo mas não é do feitil de Josh. Ele está tentando ser alguém melhor mas ele nem imagina que não precisa mudar para isso, eu só quero que ele sinta um pouco, não quero que ele mude, afinal não foi pela sua personalidade que não estamos juntos, foi pela suas mentiras e omissões.

Estou sentindo a falta daquele nosso jantar, senti saudades de conversar com Josh. Antes de tudo ele era meu melhor amigo, contava tudo a ele, tínhamos uma relação forte, acho que foi por isso que nos apaixonamos um pelo outro. Eu confiava tanto nele, sentia que com ele poderia enfrentar as fases da minha vida sem medo, sem medo do desconhecido.

Lembro como se fosse ontem, eu fui ao banheiro e vi que quantidade pequena de sangue na minha urina, tentei ignorar isso mas as cólicas surgiram e não teve como ignorar.

Não queria que minha mãe soubesse que tinha ficado menstruada pela primeira vez, então só restava uma pessoa para ir comigo na farmácia, e isso tudo ocorreu a noite, não podíamos mais sair depois das oito, isso quer dizer que tive que sair escondida.

[...]

Josh? – Pergunto assim que ouço barulhos do outro lado do telefone.

Está tudo bem Any?

– É, mais ou menos. – Respondo simples.

Está me deixando preocupado.

Você pode ir na farmácia comigo? – Questiono enrolando o fio do telefone no dedo.

O quê houve? – Pergunta preocupado.

Que inferno garoto, pode ou não?

– Espero você na frente de casa, grossa.

São oito da noite, já estou de pijama mas coloco um moletom por cima do mesmo, pego o dinheiro das minhas economias e coloco no bolso do mesmo.

Saio do meu quarto tentando não fazer barulho, não quero acordar meus pais por causa dessa besteira. Assim que abro a porta encontro Josh com as mãos no bolso, veste uma calça de moletom preta e um moletom da mesma cor com a estampa de um time de Hóquei.

O quê aconteceu sua doida? São quase onze da noite! – Diz ao mostrar seu relógio.

–Vamos rápido, se minha mãe sonhar que eu saí de casa a essa hora e sem pedir você nuca mais me vê na sua frente, pois estarei em um castigo eterno.

Puxo seu braço e começamos a caminhar pela calçada, observo a lua no céu enquanto nos dirigimos até a farmácia, quando finalmente chegamos entramos na mesma e pareço estar em um labirinto.

O quê procura? – Josh questiona, afim de me ajudar.

– Absorvente. – Digo baixo, olhando para os lados, sentindo minhas bochechas esquentarem.

Espera, você está menstruada? – Pergunta isso crédulo.

Não, tendo uma emorragia inteira. – Digo irônica olhando de prateleira em prateleira.

Nossa engraçadinha. Sempre quis saber como as mulheres sangram por dias e não morrem. – Diz ao pegar uma caixa qualquer e ler o rótulo da mesma.

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