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Josh Beauchamp

Na metade do caminho puxei Any, nos afastando dos outros, ela ficou confusa mas logo se lembrou, vamos procurar pela árvore.

– Eu quero rir muito se você estiver enganado, já faz muito tempo.

– Vim aqui quando cheguei do Canadá, sei onde fica. – Digo e um sorriso surge nos seus lábios.

Pelo caminho tentava cuidar por onde Any anda, com medo que se corte ou algo machuque seu pé já que o terreno é cheio de galhos. Quando avisto a velha árvore meus olhos se enchem de água, são tantas lembranças que minha mente até demora a processar todas.

– E aqui estamos.

– Quatro anos depois... – Completo.

Me aproximo da árvore, passando meus dedos pela extensão da mesma,  vendo que ainda está ali, o coração com um A e um J.

– Quando cheguei do Canadá fui até a fonte e depois vim até aqui, me sentei aqui e fiquei observando esse desenho na árvore. Jurei que não a encontraria aqui, achei que teriam derrubado mas descobri alguns dias depois que esse local virou preservação natural, assim acabando com o desmatamento. – Suspiro, encarando a árvore na nossa frente. – Eu vim aqui por dois dias seguidos, assim que cheguei, larguei minhas coisas e vim para cá, lembrar de você, lembrar do que vivemos aqui.

– Eu já vim aqui, logo depois que você se foi, fiquei um bom tempo aqui, até chamarem a polícia achando que eu tinha desaparecido. – A mesma solta uma risada. – Eu só queria esquecer do mundo ao meu redor e chorar, me sentia fraca chorando na frente das pessoas.

– Lembro que peguei o canivete do meu pai no dia em que fizemos isso, foi com ele que foi feito essa memória.

– Seu pai queria o seu pescoço. – Nós dois rimos.

– Melhor voltarmos, ou nossos amigos surtam por que a gente sumiu, ou pensem malícia. – Any solta uma risada mas concorda.

Voltamos a trilha e em poucos metros chegamos a beira da pedreira, olho para cima e vejo o alto da mesma, há uma placa agora, informando a altura do lugar, como se isso parasse os jovens.

Bailey e Noah já estão na água, Sina passa protetor no corpo enquanto as outras meninas estão conversando. Deixamos as coisas todas juntas e Any retira seu short, entramos na água e mergulhamos para nos refrescar já que o percurso até aqui foi um tanto cansativo.

– É bom estar de volta. – Diz ao enlaçar seus braços no meu pescoço. – Estar de volta com você.

Selo nossos lábios levemente, nos mantendo sobre a água. Quando Any se afasta mergulha, a água cristalina me permite vê-la nadar, ela parece uma sereia, que me enfeitiçou com sua beleza, e eu iria até o mais profundo do oceano por ela.

Quando submerge nado até a mesma a abraçando por trás, beijando sua pele molhada. A mesma sorri e se vira para mim, seus braços envolvem meu pescoço e ficamos nos encarando por alguns segundos.

– Eu te amo. – Digo, do fundo do meu coração.

– Eu te amo mais.

– Impossível.

– Eu sou competitiva Beauchamp.

– Então escolheu alguém errado para amar. – Me aproximo dos seus lábios, movendo meu nariz fazendo com que uma pequena fricção aconteça entre ambos. – Pois eu sou mais.

– Tá bom, isso tá meloso demais.

– Eu senti falta dessa melação, minha vida estava amarga demais. – Afirmo.

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