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Any Gabrielly

Desde que cheguei em casa sinto uma sensação estranha, um aperto no peito. Não consigo explicar o por que disso mas é um tanto sufocante, acabei de sair do banho e não resolveu nada.

Já desci e bebi um copo de água para ver se resolvia mas não resolveu, talvez eu precise dormir, talvez passe, ou talvez seja coisa da minha cabeça. Afinal, está acontecendo muitas coisas ultimamente e talvez isso tenha me afetado fisicamente.

Quando fico impaciente ou ansiosa, bato as unhas na superfície que está na minha frente e isso está causando um barulho que ecoa pela cozinha. Encaro o copo com um pouco do líquido ainda presente e tento raciocinar o que pode estar acontecendo, não vou ter uma crise de ansiedade agora, eu conheço quando ela vem, não é assim.

Pego copo e servio mais uma quantidade de água, logo subindo as escadas sendo seguida por Aurora, ela é grudada comigo desde pequena mas quando fico assim, Ela parece entender ou até sentir, e como forma de me ajudar ela me segui, se me deito, ela se deita, se me sento, ela também se senta.

Sento no colchão, deixando o copo ao lado da cama, Aurora pula no colchão se sentando de frente para mim, suspiro impaciente sem saber o que me aflige. Quando percebo já estou com as unhas arranhando meu colo, de forma repetitiva, de cima para baixo, em movimentos lentos mais precionados.

Umideço os lábios e respiro fundo, o que está acontecendo comigo?

– Aurora, eu não sei o que fazer. – Digo ao animal na minha frente, não esperando que ele me responda, mas que me ouça, ela é a única que pode me ajudar agora. – Eu preciso tentar dormir, talvez isso passe quando pegar no sono.

Bebo um gole generoso da água e me deito, Aurora se deita ao meu lado e fico encarando o teto levemente escuro pela pouca iluminação.

[3:00 AM]

Acordo assustada, me sentando rapidamente, sentindo minha testa molhada.

Tive um pesadelo horrível, não consigo detalhar em partes conclusivas mas aquela angústia voltou, e até parece mais forte.

Ok Any, talvez seja uma crise de ansiedade, você só precisa se acalmar e respirar fundo. Olho para os lados vendo o quarto quase que em completa escuridão, minha respiração está descompassada, minhas mãos estão suadas e meu coração está acelerado.

Não sinto que terei uma crise de ansiedade mas algo me perturba, está causando isso em mim, só não sei o que é. Meu peito dói e uma angústia me percegui.

Deixo isso de lado e volto a me deitar, fechando os olhos e respirando fundo, isso tem que passar alguma hora, sempre passa, por mais que dessa vez está sendo diferente, mas vai passar eu sei que vai.

[3:50 AM]

Ela não passou, estou virando de um lado para o outro, Aurora desceu da cama, incomodada com meu inquietamento, até bufou quando me virei pela quarta vez em menos de um minuto.

Me sento na cama, mordendo o interior da minha bochecha, batucando os dedos no meu joelho penso em algo que possa me ajudar.

– Vamos lá Any, você consegui pensar em algo.

Olhando em volta chego a conclusão que não sei o que fazer, a angústia ainda está aqui, automaticamente levo minha mão ao meu colo, arranhando o local com minhas unhas.

Inspiro fundo, tentando me controlar ou irei desabar. Estava tão inércia nos meus pensamentos que me assunto quando meu celular toca. Pego o aparelho e vejo que é Josh, sentindo meu coração se comprimir atendo a chamada.

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