seis

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- E aí a Marília entrou bem na hora que eu estava prestes a gozar. - Maiara contava enquanto todas os pares de olhos do quarto estavam sobre ela, exceto os de Marília, que estavam tentando se focar em um livro. - Meu sapato só não voou na cara dela porque eu estava sem.

- Ah, gente, é horrível não conseguir gozar. -
Naiara disse abraçando Maiara, que tinha seu
corpo escorado no de sua namorada. Marília não
entendia como algumas garotas tinham a intimidade de falar sobre essas coisas tão naturalmente com outras garotas que acabavam de conhecer. Ela não tocava nesse assunto nem com anos de intimidade, se sentia embaraçada e isso era algo íntimo demais para ser compartilhado, pensava.

- Nem me fale, mas vocês pelos menos tem com
quem transar. - Paula disse rindo. - As vezes tento me ajudar sozinha, mas não é a mesma coisa. - Marília entortou a face; sua irmã Paula era de sua idade, no entanto Marília achava um absurdo ter que ouvir esse tipo de coisas dela.

- E aquelas madrugadas onde o tesão chega do
nada... - A voz fina de Maraisa chamou a atenção
de Marília, tendo seus olhos desviados do livro
disfarçadamente. - E você está sozinha e não
tem ninguém para transar? Horrível. - Marília
concordou mentalmente. - Do nada sobe o calor e o arrepio pela espinha e, ou você dorme com tesão ou se toca. - A garota de olhos castanhos tentou vetar de sua mente a imagem de Maraisa nua se tocando, mas foi impossível.

- Há quanto tempo não transam? - Maiara
perguntou rindo.

-Uns seis meses. -- Paula disse frustrada.

- Está melhor do que eu, não transo há cerca de um ano. - Maraisa disse bufando.

- Bom seria ter sempre alguem para nos ajudar
nessas horas. -- Paula brincou, soltando uma
risadinha sapeca.

-Seria muito bom mesmo. - Maraisa respirou fundo, jogando seu corpo na cama. Seus olhos encontraram os de Marília e a outra não desviou o olhar. - Seria mais do que bom. - Maraisa finalizou com um tom de voz levemente rouco, com um sorriso provocante nos lábios e com uma de suas sobrancelhas alçada.

Marília paralisou no lugar e perdeu o alento,
desviando os olhos de forma desesperada para
o livro novamente. Maraisa riu baixinho e suas
suspeitas foram confirmadas, Marília realmente
gostava de garotas e, mesmo tentando esconder, Maraisa tinha um efeito sobre ela.

- Maraisa, lembra quando você disse no elevador
que se estivesse flertando saberíamos? - Paula
perguntou e Maraisa deixou de fitar Marília, olhando naquele momento para Paula.

- Me lembro.

- Bem, você tinha razão. - Maraisa corou levemente e fechou os olhos, negando com a cabeça e rindo logo em seguida. Marília fingiu não notar nada, no entanto sabia tudo o que se passava ali.

- Desculpem por isso. - Ela disse sorrindo, se
ajeitando mais na cama e tendo Lua subindo
na cama segundos depois. - Hoje não, minha
menina. Hoje você vai ter que dormir no tapete.
Não dormirei sozinha esta noite. - A gata, como se tivesse entendido, desceu da cama e se enrolou no tapete, dando duas voltas no próprio corpo antes de se deitar e fechar os olhos.

- Ela já dormiu? - Maiara perguntou chocada.

- Parece a Paula. - Naiara disse gargalhando. - Não pode deitar que já dorme.

- Falando nisso estou com sono. - A baixinha disse, se jogando na cama. - Vocês duas já podem sair, quero silêncio para dormir. - Disse brincando em meio a uma risada.

-Já iríamos mesmo, todo esse assunto me fez ficar levemente excitada. Até amanhã, bando de solteiras siririqueiras. - Maiara gargalhou ao ouvir o que havia dito. - Até rimou. - Disse, mandando beijo para todas e puxando Naiara pela mão, que se despediu das meninas e não protestou em sair.

- Paula, você está muito na ponta. Tem mais espaço aqui. - Maraisa disse, no entanto ela não respondeu nada.

- Naiara não brincou quando disse que Paula não podia deitar que já dormia. - Marília disse, tendo o canto de sua boca repuxado em um quase sorriso. - Quer que eu apague a luz?

- Oh, não precisa. Você ainda está lendo. - Maraisa disse mais baixo, pois não queria acordar Paula.

- Posso usar a luz do abajur.

- Então sim, por favor. - Marília se levantou e
apagou a luz, voltando para a cama e se instalando ali. Maraisa se cobriu e direcionou seus olhos para Marília, estava escuro e ela poderia disfarçar caso Marília se virasse. Como estava no meio de duas irmās ela se sentiu vigiada e deu uma rápida olhadinha para ver se Paula ainda estava virada para o outro lado.

Confirmando que nāo ela voltoua olhar para Marília, mordendo seu lábio inferior por falta de sono.

-O que está lendo? - A voz de Maraisa saiu em um murmúrio, não deixando de ser doce como sempre.

- Nada.

- Você está segurando um livro. Só queria saber do que se trata.

- Durma, Maraisa. - Maraisa soltou uma risadinha anasalada e Marília lhe olhou, não enxergando direito devido à penumbra da noite, - Do que ri?

- De nada.

- Como "de nada"?

- Da mesma forma que você não está lendo nada. -
Marília resmungou baixo algo e voltou seus olhos para o livro.

As feições da mais velha se enrijeceram após
alguns minutos e ela se mexeu inquieta na cama. A luz amarelada permitiu a Maraisa ver o desenho certinho do bico entumescido do seio de Marília. Por que seus seios estariam rigidos? Maraisa não era idiota, Marília estava com tesāo e isso só aumentou a curiosidade sobre o conteúdo do livro. A mais nova mordeu seu lábio inferior, se forçando a não olhar para a direção dos seios que provavelmente deveriam ser lindos e muito deliciosos, mas não foi preciso muito esforço, pois Marília fechou o livro com força e fechou os olhos, respirando fundo.

- Cansou de ler? - Maraisa perguntou relando
propositalmente seu braço na perna de Marília,
claro que fez parecer que havia sido sem intenção.- Poderia me emprestar o livro? Não tenho sono.

- Amanhã acordo cedo e não, não posso te
emprestar. - Marília disse.

- Sempre tão séria. - Maraisa disse com um sorriso provocativo nos lábios, apoiando sua cabeça em uma de suas mãos. - Então faça algo para nos tirar do tédio. - Provocou.

Não via problemas em transar com Marília, não que transasse com qualquer uma que encontrasse por ai e nem que fosse ousada desse jeito, contudo, algo no jeito sério e misterioso de Marília a excitava e ter sexo casual com Marília não era, definitivamente, algo que ela fosse se arrepender um dia.

- Como o que, por exemplo? -- Marília perguntou
enfiando o livro embaixo de seu travesseiro e se
deitou, tendo o intenso olhar castanho sobre si.

-O que quiser. Por exemplo agora, o que tem
vontade de fazer? - Maraisa ainda usava o tom
provocante. Os dedos de Marília se apertaram
fortemente contra a coberta, tanto que as pontas
ficaram até mais brancas.

- Só quero dormir, então se me der licença...

- Tem certeza? -- Maraisa perguntou olhando para os lábios de Marília, que sentia seu coração disparar. Não cometeria uma estupidez dessa.

- Tenho. - E se virou. Maraisa simplesmente bufou e se jogou na cama, agora estava excitada e dormiria assim. Não iria para o banheiro se ajudar, pois qualquer respiração descompassada lá seria capaz de ser ouvida dali.

E foi apenas um pensamento que lhe surgiu na
mente: Se Marília estava excitada e a rejeitou, ela provavelmente não se sentia atraída por Maraisa.

Destino Incerto - MalilaOnde histórias criam vida. Descubra agora