- Se sente melhor? - Paula perguntou preocupada assim que viu Maraisa sair com Marília do hospital e Maraisa sorriu pela preocupação da mulher.
- Estou. Obrigada por me trazerem.
- Quando acordou Marília explicou o que houve? Marília é péssima em tranquilizar as pessoas. Uma vez eu fui internada e, quando acordei, a primeira coisa que ela me disse foi "Eu arrumei o chuveiro da sua casa." - Paula falou disparada e Maraisa gargalhou, vendo Marília enrubescer.
- Bem, ela... não perdeu esse costume. - Maraisa disse sorrindo.
- Oh virgenzinha, o que ela disse? - Naiara perguntou curiosa.
- Prefiro não comentar. - Maraisa disse, vendo Marília respirar aliviada.
- Entrem no caminhão porque preciso recuperar o caminho. Vamos! - Marília disse e Maiara suspirou, se inclinando para Maraisa assim que Marília marchou até a porta de seu caminhão e entrou nele.
- Como eu disse: Mocinha em apuros. - Maiara sussurrou fazendo Maraisa rir e todas entraram no caminhão.
[...]
- E aí a borboleta entrou no meu quarto. - Maraisa contava à Marília, que ouvia tudo rindo. - Imagina o meu desespero ao ver um monstro daquele invadir meu quarto de madrugada. Eu não pude dormir e nunca mais abri a janela de noite.
- Maraisa, borboletas são fofas e indefesas. - Marília disse rindo, enquanto as outras três assistiam a interação com uma grande interrogação no meio das testas. Se fosse uma delas contando sobre aquilo, tudo o que Marília faria seria responder entre resmungos e risos contidos. Com Maraisa ela estava tendo todo um diálogo e paciência.
- Quem me garante que um espírito não a possua e ela fique malvada? - Maraisa indagou e outra risada de Marília ecoou pela lataria do veículo. - Pior, e se ela tivesse raiva ou algo que a fizesse ficar má?
- Mara, borboletas não têm isso. - Marília disse, levando sua mão direita até o nariz da menor e o apertando. - Não seja boba.
- Prefiro não arriscar, Marília. Eu não gosto de borboletas.
- Mas por quê? São tão meigas e fofas.
- Não gosto e fim. - Marília riu e Maraisa bufou, encostando sua cabeça no ombro de Marília. - Estou cansada.
- Mara... Assim eu não poderei mudar a marcha. - Marília disse séria. - E do que está cansada? Não fez nada.
- Deixa eu ficar aqui um pouquinho? É estrada reta, não precisa mudar a marcha agora. Já já eu saio.- Ela pediu e Marília sorriu no canto de seus lábios. Era impressionante como aquela garota ousada, sexy e provocante conseguia ser meiga e fofa também.
- Argh. Tudo bem. - Marília se deu por vencida fingindo uma carranca, mas no fundo ela havia amado aquele toque.
- Obrigada. - Maraisa respondeu sorrindo. - E sobre eu estar cansada... Bem, cansa não fazer nada também, sabia?
- Sou obrigada a concordar. - Naiara se meteu. - Só não morri de tédio ainda porque meus olhos encontraram uma boa distração.
-Que distração? - Marília perguntou.
- É.. hm, não vem ao caso. - Ela não diria à Marília que ver ela interagindo com Maraisa era fofo e divertido. Conhecia sua cunhada há tempo o suficiente para saber que ela se fechava quando alguém comentava sobre isso por achar essas situações embaraçosas.
- Lila, posso ligar a rádio? - Maraisa indagou, olhando, disfarçadamente, para o par de coxas expostas de Marília, já que a loira usava um short bem curtinho de moletom, cinza com as beirinhas pretas; gostosa, pensou.
- Não. - Marília respondeu solenemente, todavia, Maraisa colocou uma mão sobre uma das coxas de Marília, sem malícia, e se aconchegou mais contra o corpo dela.
- Por favor. - Maraisa pediu e Marília lhe olhou de soslaio. Como dizer não à uma imagem tão adorável? A maior rosnou baixinho e bufou.
- Tudo bem, Maraisa. - E, ao ouvir a menor bater palminhas de puro entusiasmo, Marília riu. Maraisa depositou um beijo na maçā do rosto de Marília antes de sintonizar em alguma rádio de seu agrado.
Paula riu, negando com a cabeça. Ela deveria ter levado o celular, definitivamente, mas era um trato delas: Nas viagens que faziam juntas ninguém levava celular. Porém a pequena loira não imaginava que sua outra irmã também arrumaria alguém e que ela ficaria sobrando.
- Não, Maraisa! - A voz firme de Marília trouxe Paula de seus pensamentos.
- Por que não? Canta, vai?
- Não vou cantar com você. - Repetiu seriamente.
- Você é muito chata, sabia? - Maraisa disse voltando a enterrar seu rosto na curva do pescoço da maior. Ela adorava o cheiro que a pele de Marília emanava e não perdia a chance de inalar aquele perfume natural cada vez que lhe fosse possível.
- Sabia. - Marília respondeu e Maraisa riu. A menor olhou para trás e viu que mais ninguém prestava atenção nelas, pelo contrário, as três cantarolavam a letra da música que tocava de olhos fechados.
Maraisa voltou a afundar o rosto do pescoço de Marília e levou uma mão até a coxa da maior, acariciando vagarosamente a região.
- Marília... - Maraisa sussurrou em seu ouvido com aquela maldita voz que fazia a intimidade de Marília entrar em alerta. Marília sentiu todas as células de seu corpo se arrepiarem quando Maraisa depositou um beijo lento em seu pescoço, subindo um pouco a cabeça e mordiscando o lóbulo de sua orelha. - Vamos parar para comer? Estou com fome. - Maraisa sussurrou, subindo um pouco mais sua mão, sem deixar que fosse algo imprudente, já que as garotas poderiam abrir os olhos a qualquer momento.
- Certo. - Marília disse, notando como as batidas de seu coração se aceleraram. Maraisa continuou a provocar-lhe e quando Marília estacionou ela ficou confusa. - Comam. Eu já volto! - Disse séria, abrindo a porta do caminhão e se esquivando de Maraisa para descer. A porta do caminhão fechou-se com certa brutalidade e a menina ali se viu perdida.
- O que ela foi fazer? - Maraisa perguntou confusa, vendo pelo retrovisor Marília andar até a parte de trás do caminhão e logo sumir de vista.
- Vá ver por si própria. - Maiara disse dando de ombros, atacando o isopor no momento seguinte. Maraisa, por ser tão curiosa, realmente decidiu ir. A garota abriu a porta e desceu do caminhão. Apenas encostou a porta para Marília não saber que ela havia descido.
Caminhou até atrás do caminhão e deu de cara com Marília controlando a respiração, de olhos fechados e com a cabeça para o alto.
- O que está fazendo? - Maraisa perguntou e Marília abriu os olhos, lhe encarando.
- Vim pegar um ar. - Ela disse e Maraisa assentiu, olhando para os lados antes de se aproximar de Marília.
- Você está muito... linda. - Maraisa disse, percorrendo seus olhos pelo corpo de Marília. - Eu não disse lá dentro porque você parece ser bem reservada.
- E sou. - Marília disse, sentindo o sol da manhã lhe acertar em cheio.
-Bem, vou deixar você tomar o seu ar, então. - Maraisa disse, mas sentiu a mão de Marília se enroscar em seu braço e puxar ela para si, colando os corpos.
- E que tal se ficar e me ajudar a perder o ar? - O sorriso provocante de Maraisa enfeitou seus lábios ao ouvir aquilo.
- Com prazer.
Postei e saí correndo
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Destino Incerto - Malila
Fiksi PenggemarMarília Dias Mendonça é uma caminhoneira; levava a sua vida na tranquilidade das estradas de todo o país. Aos seus vinte e sete anos não se via fazendo outra coisa senão dirigir, exatamente como seu pai a ensinara. A garota possui mais duas irmās ad...